Capítulo 2

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Desci as escadas luxuosas dessa mansão me sentindo em um sonho (ou seria um pesadelo?). Ao pé da escada estava Kate com um sorriso enorme, eu sorri de volta pra ela e, se possível, o sorriso dela ficou maior:

"Acompanhe-me Vanessa, o jantar será servido em alguns minutos" Ela disse me guiando para uma pequena antessala ao lado da sala de jantar. Durante o percurso eu tive que me segurar para não parar e admirar cada pequeno detalhe daquele lugar.

As maçanetas eram banhadas em ouro, tudo tinha um motivo meio curvado: o corrimão da escada, os detalhes em gesso nas paredes, as esculturas, as molduras dos quadros (é impressão minha ou eu vi um Picasso original?)... Tudo era como se tirado do palácio de Versalhes, com ricos tons de dourado, branco e azul. Absolutamente lindo.

Kate me deixou na antessala para que eu esperasse os meus novos chefes para o jantar. A sala era pequena (e com pequena eu quero dizer duas vezes maior que o meu quarto na casa da minha mãe) e continha as mais belas obras de arte.

Logo ao lado das portas duplas que dariam para a sala de jantar havia uma escultura alta feita em bronze com tantas curvas que parecia se movimentar. Acima do sofá de couro creme ao meu lado, estava uma pintura enorme em uma moldura espetacular que retratava alguma guerra medieval. Pelas cores meio desbotadas essa parecia ser uma original ou pelo menos uma falsificação muito, muito boa. Em ambos os casos eu tenho certeza que a coisa toda custa mais do que a minha vida.

O resto do lugar era cheio de vasos de flores que pareciam frescas e exalavam seu cheiro quase que me intoxicando. A decoração era tão exuberante que meio que me fez sentir inadequada. Como se não importasse se eu estivesse usando moletons velhos ou um vestido de seda eu ainda não me encaixaria nessa cena. Eu provavelmente estava certa.

Ouvi a porta se abrir atrás de mim e as imagens da riqueza entraram pela porta.

"Olá senhorita Miller, meu nome é William Monroe, e este é o meu filho Alexander.

É um prazer conhecê-la" Disse o homem mais velho estendendo sua mão na minha direção.

Eu apertei a mão dele e respondi:

"É um prazer conhecê-lo também Sr. Monroe. Mas, por favor, me chame de Vanessa"

Virei-me em direção ao filho a fim de cumprimentá-lo e meu coração pulou uma batida.



Lindo não é uma palavra grande o suficiente para descrever o que eu vi. Ele tinha mais ou menos 1,80 - assim como seu pai - tinha o corpo bem definido, mas não excessivamente musculoso. O aperto de sua mão era quente e firme e fez a pele do meu braço se arrepiar. Mas essa não era nem de perto a parte mais impactante. O branco de seu sorriso estonteante contrastava com o leve bronzeado de sua pele.

O seu cabelo negro levemente ondulado e curto emoldurava o seu rosto perfeitamente, e como se isso não fosse suficiente os seus olhos... Ah os seus olhos... Eles eram de um azul gelo chocante envoltos em cílios mais negros que a noite. Mas a cor não era a coisa mais impressionante neles. Aqueles olhos transmitiam uma energia travessa como se fossem a assinatura de sua rebeldia. A única coisa que destoava de seus modos perfeitos, terno alinhado e sorriso amigável. Foi somente quando eu fitei aqueles olhos que eu percebi que Alexander estava longe de ser um príncipe encantado, ou um garoto mimado pelo pai. Aquela energia vibrante transmitia uma sabedoria quase perversa.

Alexander Monroe não era apenas lindo, ele era intrigante.

"É um prazer conhecê-la Vanessa" Ele me disse sorrindo. A sua voz grave, quase musical, me pegou de surpresa. Eu só consegui sorrir de volta.

"Desculpe-nos por mantê-la esperando, eu e Alexander acabamos de voltar de uma reunião em New York e o nosso avião se atrasou!" Disse o Sr. Monroe e eu me obriguei a tirar os olhos de Alexander.

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