Já passava das duas horas da manhã e eu não tinha sinal de Lauren. Certo, ela estava em uma festa com Keaton, era óbvio. Isso tudo porque eu não quis lhe dar o que ela precisava: alguns beijos e talvez sexo. Mas, certo, eu não era uma prostituta, no final das contas, como sempre, ela acabaria chamando um outro alguém.
Eu só esperava que Keaton não a deixasse dirigir. Eu não gostaria de ter a imagem de Lauren enfiando outro carro contra uma árvore.
Eu me distraía assistindo a algum desses reality shows que Lauren criticava: dez inválidos e dez válidos em uma casa, quem conseguir sobreviver, ganha. Ok, péssimo entretenimento. Eu já quase não conseguia manter minhas pálpebras abertas, a cada segundo elas pesavam mais um quilo.
Eu caí no sono por alguns segundos, até que o ronco de um motor no lado de fora me acordou e eu me pus de pé rápido. Lauren, Lauren, Lauren, minha cabeça gritava. E, sim, era o carro de Keaton. Eu observava a cena pelo olho mágico, os dois vinham cambaleando na direção da porta em meio a risadas, Lauren já não se equilibrava tão bem sobre os saltos e o garoto abraçava a sua cintura, de forma a deixá-la ereta. Eles subiram com dificuldade os degraus da varanda e Keaton começou a tocar a campainha sem parar. Eu abri a porta de imediato, tendo a visão de uma Lauren totalmente descabelada e mal vestida, seu vestido estava do avesso e não cobria o seu corpo da forma que deveria. Logo o seu cheiro chegou até mim.
"Oh, Lauren, você está bêbada!" Eu reclamei e a garota abriu um sorriso sem dentes, deixando seus olhos apertados e suas bochechas maiores. Extremamente bonitinha, porém embriagada.
"Nós iremos entrar..." Keaton informou, dando um passo a frente.
"Não, não!" Empurrei-o pelos ombros. "Eu cuido dela." Puxei Lauren pelo pulso para dentro da casa e a garota tropeçou, caindo de cara no chão.
Keaton estava bêbado demais para fazer uma luta corporal comigo, portanto, eu apenas fechei a porta na sua cara rapidamente e me voltei a inválida, que parecia não conseguir se levantar.
Embriagada. Eu jamais pensei que veria Lauren nesse estado. O assoalho parecia ser o seu melhor amigo naquele momento, ou talvez um amante, pois ela beijava o chão.
Eu me ajoelhei ao seu lado, ajudando-a a se levantar, "Você não sabe beber, definitivamente."
Lauren balançou a cabeça negativamente, "Eu apenas bebi um pouquinho. Foram dois copos." Ela disse, mostrando três dedos.
"Ok, Senhorita Matemática. Dois copos." Eu concordei, pois com bêbado não se discute.
"Dois copos... E talvez algumas garrafas." A garota abriu aquele sorriso novamente e a minha vontade foi de apertar as suas bochechas, mas outra coisa me atingiu.
"Oh, com esse bafo de álcool, certamente você bebeu todo o estoque de vodka da Rússia." Tapei o nariz com a mão. "Vamos tomar um banho."
Lauren apoiou os braços nos meus ombros e nós subimos as escadas. Eu a levei até o banheiro do seu quarto e sentei o seu corpo no chão frio, ajudando-a a se despir. Aquele vestido estava tão rasgado e amassado que iria direto para o lixo. Eu não gostava de imaginar por quais mãos ela havia passado, para que sua roupa acabasse daquela forma, mas eu não conseguia bloquear a imagem da minha mente.
Lauren estalou os dedos na minha frente, "Eu quero ir para a banheira." Ela exigiu. "E eu quero bolhas e espuma."
Eu ri, "Se você calar a boca eu faço isso."
A inválida concordou, se livrando do restante do vestido enquanto eu preparava o seu banho. Talvez eu devesse procurar um patinho de borracha para a garota brincar?
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Destinadas
FanfictionEm uma época onde o mundo está tentando se recuperar das consequências deixadas pelas guerras, tenta-se encontrar formas mais rápidas de deixar o planeta um lugar bom de novo. Após grandes períodos de ódio gratuito, isso não é fácil. O amor é o únic...