Destinadas

Capítulo 52 - Dinah's Secret

"Camila, acorde, nós chegamos." A voz de Lauren soou, me despertando. "Camila!"

Eu senti um tapa leve atingir o meu rosto e abri os olhos, nós estávamos no avião e todos os passageiros já haviam esvaziado os assentos. Eu dormi durante toda a viagem.

"Ok, não precisa me bater!" Bufei, esfregando os olhos.

"Você é mal humorada quando acorda." Lauren riu. "Ugh, sua bonitinha."

"Yeah, eu tenho muitos defeitos." Enfatizei, ainda de cara fechada. Eu realmente não conseguia ter bom humor após ser acordada.

Lauren segurou o meu rosto com uma das mãos, "E eu amo cada um deles." Bicou os meus lábios.

Lauren ainda se parecia com um sonho. Eu estava feliz que tudo estivesse, finalmente, acabado bem. Não havia mais nada entre nós. Nada que pudesse nos separar. Nós éramos destinadas e ficaríamos juntas para todo o sempre.

A confiança havia sido estabelecida entre nós, tanto que Lauren sequer duvidou de mim na situação com Alexa, a minha inválida acreditou nas minhas palavras e disse que estava tudo bem e que sabia que eu não faria nada para magoá-la novamente. Nós tínhamos uma relação honesta.

E ainda que eu soubesse que nós enfrentaríamos dificuldades, nós daríamos um jeito nisso. Porque nós queríamos uma a outra mais do que qualquer coisa no mundo.

Lauren e eu tomamos um táxi até a minha casa, onde mamãe, papai e Sofi nos aguardavam. Eu havia lhes informado por telefone sobre a nossa reconciliação e eles estavam felizes por isso, principalmente Sofi, que estava há bons vinte minutos no colo da minha inválida.

Eu estava bastante ocupada organizando os papéis da escola. Eu teria que passar lá ainda nessa semana para fazer a prova final e então estaria livre. Eu mal acreditava que passei o meu último ano do ensino médio longe da escola — isso pode ser como um sonho. E eu sequer precisei fazer atividades extracurriculares, uma vez que o Instituto Cowell me cedeu créditos por colaborar em pesquisas.

Eu sequer precisaria pegar alguma cola com a Sandra em biologia, já que eu aprendi muita coisa com a Doutora Demi. Ela havia sido a minha heroína da ciência e eu iria dedicar o meu diploma para essa mulher.

"Leo, saia do meu pé!" Eu reclamei, empurrando o cachorrinho com o pé. "Vá brincar com a Sofi."

Porém o animalzinho continuou puxando a barra da da minha calça.

"Chato! Tão chato quanto a sua mãe biológica."

"Ei," Lauren apareceu na porta, "a mãe biológica dele seria eu?"

"Seria." Eu ri.

Lauren se aproximou de mim e passou os braços por cima dos meus ombros, abraçando o meu pescoço, "Sua mãe mandou perguntar se você fará a prova final hoje." A garota acariciou o meu rosto. "Mas eu quero que você fique aqui comigo."

Suspirei pesadamente, "A proposta é tentadora." Despejei um selinho nos seus lábios. "Mas, hum, eu irei me livrar disso logo, baby."

"Ok." Lauren rolou os olhos. "Mas quando você voltar eu já estarei dormindo e não lhe darei um beijo de boa noite."

"Você não sabe fazer chantagem." Pesquei o seu lábios inferior e dei uma mordida leve. "Agora, me deixe ir."

Eu fui até a escola e fiz a prova calmamente, algumas pessoas ainda olhavam torto para mim, mas eu, sinceramente, não lembrava do nome de nenhuma delas. Até seria legal ter encontrado Ariana ou alguma das meninas por lá, mas eu não tive a sorte. Bom, pelo menos eu também não tive o azar de bater de frente com o Austin.

A secretaria ficou de enviar por e-mail os meus resultados, mas eu tinha certeza de que havia ido bem. Quero dizer, eu aprendi biologia com a Demi e artes e literatura com Lauren, elas eram as melhores professoras do mundo.

O céu começava a escurecer quando eu coloquei o pé na minha rua, os grilos cantavam e o ambiente estava totalmente vazio, exceto por dois carros estacionados a frente da minha casa. Eu não parei para reparar no modelo ou na placa, até porque eram um desses carros populares que metade da cidade tem. Isso apenas não me parecia boa coisa.

Meu maior medo até agora era que eu realmente não ganhasse o meu beijo de boa noite de Lauren, mas, no momento, outras coisas me passavam pela cabeça. E se tivesse acontecido algum acidente e Lauren tivesse se machucado? E se Austin tivesse aparecido na minha casa — porque eu não o vi na escola! —, dito alguma besteira e Lauren tivesse pego o primeiro avião para Los Angeles? E se Sofi tivesse ficado doente novamente? E se...

Abri a porta e dei de cara com uma cena que fez os meus pensamentos negativos rolarem ralo abaixo. Era apenas Mani, Ally e Dinah, sentadas no sofá conversando com a minha inválida.

Papai e mamãe estavam na ponta da escada, escutando a conversa e, provavelmente, esperando a minha chegada. Todos voltaram o olhar para a minha cara acabada de quem havia passado quatro horas fazendo uma prova.

"Como foi?" Mama perguntou, sem muito interesse. Ela sabia a filha que tinha, é claro que devia ter tirado, no mínimo, um 8.

"Creio que bem... Estava fácil." Dei uma olhada nas meninas e sorri. "Eu estava com saudade de vocês!"

Papa limpou a garganta, "Deixaremos vocês sozinhas para conversarem." Ele puxou mamãe escada acima. Os dois estavam estranhos, mas não eram os únicos.

Normani mantinha uma conversinha boba com Lauren, sem muito entusiasmo, algo sobre os livros de Simon. Ally estava de mãos dadas com Dinah, que tinha uma cara de enterro. Eu nunca havia visto DJ tão desanimada na vida inteira. Eu estava começando a ficar preocupada, afinal, o que diabos estava acontecendo?

"O clima está pesado, vamos, me digam logo o que aconteceu." Sentei ao lado de Lauren, de frente para as três.

A inválida me lançou um olhar curioso, ela, aparentemente, ainda não sabia de nada, seja lá o que fosse. Na verdade, eu presumia que fosse muito importante ou especial, pois Ally me tirou com urgência da minha lua de mel em Los Angeles para isso.

"Ok, nós estávamos esperando você chegar." Mani suspirou pesadamente. "Quem fala?"

As três se entreolharam, antes de Ally abrir a boca, "É uma situação estranha, bem, é complicada... Mas não é o fim do mundo. Quero dizer, quem liga, não é mesmo? Apenas formalidades..."

"Ally!" Apressei-a.

"Ok, ok." A pequena prosseguiu. "Bom, você sabe que Mani e Dinah estavam com problemas, e, bem, Dinah gostaria de contar uma coisa." Ally segurou a mão de DJ com mais força e lhe deu um olhar confortante.

"Oh, não." Eu torci a cara. "Não me diga que vocês estão namorando ou algo do tipo."

Mani torceu a cara em uma risada, "Ew."

"Nós somos como irmãs, Mila, por Deus." Ally riu. "Aliás, Dinah é muito grande para mim."

Eu soltei uma gargalhada, "Eu realmente pensei que-"

"Eu sou uma inválida!" Dinah gritou, interrompendo-me e fazendo o mar de risos cessar. "Eu sou uma inválida." Repetiu, batendo continência com os dois dedos no peito, confirmando o nosso choque.

_

 HEYAY!

E aí, consegui fazer suspense dessa vez? Acho que ninguém imaginava que o segredo fosse esse, né?

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VOLTAREMOS.