Meu nome é Oceania Rupert, sou filha do rei de Navitae, uma vasta terra que foi conhecida por Austrália há muitos anos, e da duquesa de Navitae, uma prima de meu pai que lhe foi prometida em casamento assim que nasceram, assim como eu estou prometida para o duque de Maldavina, um homem que vi poucas vezes em minha vida e que já tem meu coração, pelo menos é isso o que tem de acontecer.
Desde pequena carrego comigo o peso de meu nome diferente e inusitado, meu pai sempre fora um grande apaixonado por história e geografia, passava horas e horas estudando, pesquisando, lendo e relendo textos enormes sobre os antigos continentes e o seu predileto era a Oceania, o nome pelo qual resolveu chamar-me e jogar para mim todas as risadas e zombarias que recebi por todos os meus anos vividos.
Minha mãe me chama de Nia e assim prefiro, parece mais normal, tenho poucos amigos no colégio, a maioria não se aproxima por medo ou algo do tipo, o restante ou não se importa com a minha presença ou prefere zombar de mim e do meu nome.
As amigas de minha mãe dizem que tenho uma vida perfeita, um rosto bonito, uma linda família, inteligente, educada, sociável, filha única, rica, poderosa, dona de terras, um futuro marido perfeito, pessoas aos meus pés, tudo o que qualquer pessoa normal adoraria ter, mas não eu, eu só queria ser normal, ter amigos, conversar, tomar um sorvete, assistir filme, comer pipoca, rir até doer a barriga, chorar até não ter mais lágrimas, fazer compras sem me preocupar com a aula de violino ou a aula de francês e principalmente escolher quem amar.
Desde pequena fui cercada por proteção, rigidez, educação demais, não tinha espaço para me desenvolver sozinha, tinha que ser independente sem ser teoricamente independente, uma independência dependente, quando fiz quatro anos meus pais me colocaram em aulas extras de francês e mandarim, assim como em aulas de piano e violino, como eles sempre disseram "uma princesa deve conciliar as nações através da comunicação e da arte".
Vivi cercada por servos e damas de honra, acordava todos os dias as seis em ponto e uma mulher me arrumava para o café da manhã, fazia meu cabelo, arrumava minhas roupas, ajudava-me em tudo, após o café ia para minhas aulas, cada dia da semana era uma aula diferente e quando retornava voltava a estudar sozinha em meu quarto ou apenas ficava tocando violino no parapeito da janela.
Violino sempre fora minha paixão, desde pequena ouvia minha vó tocar antes do jantar, e ela tocava tão bem, suas notas, seu sorriso, a forma como seu arco tocava os fios do instrumento, tudo era tão delicado e gracioso que me dava vontade de chorar, de jogar-me no chão e ouvi-la por horas e horas sem me cansar.
Porém ela partiu pouco antes que eu completasse meus quinze anos, não quis festa de aniversário depois dessa tragédia, passei meus quinze anos tocando seu antigo violino no parapeito da janela enquanto deixava minhas lágrimas de saudade escorrerem por meu rosto e tocar o chão há quatro metros abaixo da sacada.
Por semanas fora assim, chorava, tocava, comia e dormia, essa era minha rotina que foi bruscamente mudada quando entrei para o colegial, fui jogada contra a realidade da vida, não podia estagnar no tempo, deveria prosseguir minha vida, afinal o mundo não para de girar para que você deixe suas lágrimas caírem no meio do caminho, e assim eu segui a vida, com o coração apertado pela saudade, mas com a mente voltada para o futuro.
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Break my fairytale
RomanceA vida de Oceania Rupert sempre foi um conto de fadas, ela era perfeita, tinha tudo o que uma pessoa normal adoraria ter, mas tinha um problema, no fundo ela não queria que sua vida fosse um conto de fadas, ela esperava que alguém aparecesse para qu...