Capítulo quatro: Tentação mortal (parte 2)

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O caminhoneiro dirigiu pouco, só o suficiente para tirar o caminhão do meio da pista, parando no acostamento, começou a acariciar as pernas de Lucia, o sorriso cínico no rosto dela deu a o pobre homem a ilusão de que ela estava gostando.

- Vamos fazer isso do meu jeito - disse Lucia forçando uma voz sensual - fecha os olhos.

Ele obedeceu de imediato, em poucos segundos sentiu Lucia sentando sobre seu colo, por instinto uma mão apertou a bunda dela.

- Sobe mais - disse Lucia.

A voz dela estava estranha e muito longe de ser sensual, mas o desejo por aquela mulher não deixou que ele percebesse, a mão da bunda foi para a barriga, subindo, quando ele chegou à altura dos seios os olhos do homem se arregalaram, o grito foi silencioso, ele não conseguia dizer nada apenas encarava aquela visão em pânico.

Sentada em seu colo não estava mais uma bela jovem com curvas atraentes, mas sim um corpo destroçado, o rosto que há poucos segundos ela angelical agora estava sem pele e dentes podres.

- Porque você parou - perguntou ela com uma voz diabólica em tom de sarcasmo - achei que eu tinha que pagar por esta carona.

O homem não conseguia dizer nada, seus olhos em pânico, a mão procurou a alavanca para abrir a porta, encontrou uma bola de espinhos, apenas com o movimento dos olhos ele percebeu que a corrente estava no lugar de um dos braços dela. Ele tentou se levantar, mas ela agarrou o pescoço dele o estrangulando.

- Fala comigo - disse ela tentando sorrir com aquela face demoníaca - perdeu o tesão? Quer um beijo?

Ele tentou resistir, mas ela tinha uma força anormal, beijou a boca do caminhoneiro, beijo que em poucos segundos se transformou em uma mordida, ele quase sem ar se contorcia de dor, os olhos dos dois se encontraram no ar ela estava extasiada de prazer, ao ver a dor e o pânico nos olhos dele sentiu seu prazer se multiplicando, com apenas um movimento da cabeça puxou o que havia mordido a mandíbula dele fora totalmente arrancada, o sangue dele jorrava por todo caminhão.

Cuspiu a mandíbula dele no chão, o encarava com um olhar de prazer.

- Isto não vai endurecer não? - disse ela olhando para baixo - como eu vou pagar a carona se você é um broxa?

Com um esforço sobre-humano ele a empurrou de seu colo, abrindo a porta do caminhão se jogou para fora, saiu correndo mata adentro, calmamente ela desceu, e foi atrás dele.

Com o rastro de sangue que ele deixou foi fácil o encontrar escondido dentre alguns pequenos arbustos, se ouvia um gemido baixo, talvez fosse o som de quem chora com uma parte da boca arrancada, ele ouviu o barulho de um graveto se quebrando atrás dele, não ouve tempo nem de virar o pescoço, com a bola de espinhos ela o golpeou na cabeça.

O corte foi tão grande que era possível ver o cérebro dele batendo, da cabeça saia uma quantidade absurda de sangue, ela se sentou sobre ela, se percebia que ele queria dizer algo, Lucia pegou a mão dele, enfiando dentro de um dos cortes no próprio corpo disse.

- Já que não pode dizer suas ultimas palavras as escreva.

E a mão dele cheia de sangue com dificuldade escreveu na barriga dela o que seriam suas ultimas palavras.

"Quem é você"

Ao terminar de ler ela riu, se levantou, encarando os olhos quase sem vida daquele homem proferiu as ultimas palavras que ele ouviria em vida.

- Eu, sou uma mulher traída. Só isso.

A corrente se ergueu no ar, a bola de espinhos foi a ultima coisa que ele viu antes de ter sua cabeça estraçalhada, pedaços do cérebro dele apodreceriam naquela mata junto com o resto do seu corpo, ela tirou a calça e camisa dele, as vestiu, ficavam enormes, mas isso não importava espíritos não precisam estar bem vestidos, ela seguiu até o caminhão, deu partida e saiu estrada afora, sua vingança nem havia começado ainda.

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⏰ Última atualização: Aug 12, 2015 ⏰

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