Capítulo 1 - Empresas Rivais

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Amy

Estava naquela maldita premiação do ano que só servia para inflar o ego dos ganhadores, mas, dessa vez, eu não sou só a filha do Sr. Noah Astor, eu sou a respeitada presidente da empresa Astor, e concorria com o eterno presidente da Witts, eu tenho um penhasco por aquele homem, mas, ele só me vê como a criança do rival dele.

Witts é um homem maravilhoso. Ruivo, cabelos até os ombros largos, sempre presos em um coque alto, olhos azuis e que deixam qualquer ser afogado neles, músculo na medida certa e algumas ruguinhas, nada exagerado. Tinha 37 anos, fundou sua empresa aos 20, era um cara e tanto, pena que nunca olhara para mim com desejo.

Herdei a Astor do meu pai, que resolveu aposentar e sumir pelo mundo com a minha mãe, por mais que eu não acreditasse nesse sumiço. Fui informada da decisão dele quando tinha 21, estava quase saindo da universidade de administração, foi a partir daquele momento que comecei a trabalhar junto a ele e ele voltou a me obrigar a comparecer nessas premiações, mas há 6 meses ele me nomeou como presidente e "sumiu" do mapa com a minha mãe.

Eu tenho uma filha de 7 anos, Zoe, uma criança linda, inteligente, precoce, arteira e barulhenta, o pai da criança? Segredo de Estado, só Robert sabe quem é. Eu a escondia de todos, não por vergonha, mas por não querer que ela tenha uma infância limitada igual a minha.

– Amélia! – meu irmão gritou no meu ouvido. – Pare de encarar o Sr. Witts e vá receber o prêmio.

Eu havia implorado para ele ir comigo, não tinha namorado e meu único amigo estaria ocupado na casa da "namorada" louca dele, tinha certeza que a louca passou mal de propósito, então só restava ele. Ele trabalhava com a nossa outra empresa, uma de publicidade. A segunda opção era levar um arquiteto da empresa, mas não queria levar um funcionário que adoraria invadir a minha vida pessoal. Acho que todos os funcionários da Astor adoravam fofocar sobre a minha vida fora da empresa, mas eles estavam frustrados, não tinham o que falar, minha vida era um grande mistério para eles, na verdade é até para mim, eles nem sabiam de Zoe, graças aos céus.

Sai dos meus devaneios na segunda chamada, se meu pai estivesse aqui estaria morrendo de vergonha, e fui receber o prêmio. Agradeci fingindo animação e voltei para o meu lugar. Não consegui nem sentar e o meu irmão já voltou a me perturbar:

– Amy, por que está tão desanimada? É o seu primeiro prêmio na direção da Astor! Espero que você fique mais feliz com os próximos, tenho certeza que ainda vai ganhar outros nessa noite.

Antes de responder meu telefone começou a tocar, salva! Atendi sem olhar para ver quem era.

– Alô?

– Srta. Amélia, você poderia vir para a sua casa? – ouço a voz cansada da babá de Zoe, fico preocupada no mesmo segundo.

– O que aconteceu, Leah? – pergunto um pouco assustada e meu irmão já fica atento.

– Zoe acabou de vomitar e...

– Estou indo – falo rapidamente e desligo o celular.

– Você não pode, Amy, você tem que continuar aqui – Leon começou a falar enquanto não me deixava levantar.

– Zoe vomitou, eu preciso ir – rebato enquanto pegava as minhas coisas.

– Eu vou, você sabe que já sou especialista nos problemas dela e ela me adora. – Leon sugere e eu fico apreensiva.

– Mas...

– Dou notícias assim que chegar, tchau! – ele disse saindo da mesa e eu soube que não podia fazer nada, além de olhar ansiosamente para meu celular.

A premiação continuou acalorada. Eu nem olhava mais para o lindo do Witts e sua acompanhante mocréia. Leon estava demorando muito e eu já começava a ficar muito preocupada, eu estava prestes a pegar o carro e sair igual uma louca para minha casa, mas tentei me controlar. Finalmente meu celular vibrou, é uma mensagem:

Estamos bem, eu juro! Ela já comeu, tomou remédio, escovou os dentes, tomou banho e, agora, está ouvindo o titio contar uma história das princesas para ela dormir. Ela mandou um beijo bem melecado.

Respondo a mensagem com um sorriso no rosto, meu coração ainda estava apertado, mas é bom saber que estava tudo bem.

Outro beijo bem melecado para a minha gatinha. Diz para ela que logo, logo a mamãe chega. Obrigado! Você é o melhor irmão do mundo!

– ... Astor! – ouvi a mulher que anunciava os prêmios falar alegremente que algum prêmio era nosso, na verdade só ouvi o nosso nome e todos olharem para mim, o melhor olhar era do senhor Richard Witts, podia jurar que ele estava de olho no meu corpo. Fico envergonhada, tenho um corpo um pouco diferente do padrão da sociedade, não sou magra, não sou gorda, sou mediana.

Vou, novamente, até o palco pegar o prêmio, dessa vez não consegui ser muito convincente, mas agradeço. Eu estava muito feliz por ter ganhado alguns prêmios, mas eu estaria mais feliz ainda se estivesse com a minha filha nos braços.

A cerimônia acabou e todos começaram a sair, aproveitei que todos estavam indo para a sala de confraternização e fui direto para o estacionamento. Precisava pegar o carro e ir ao encontro da minha filhinha.

Acho que o azar adorou pegar no meu pé por hoje. Entrei no estacionamento e vi a vaga do que antes estava o carro do meu irmão vazia, merda, viemos em só um carro e aquela criatura saiu com ele. Eu queria pular no pescoço de um. Duvidava que teria algum taxi passando por aqui, mas resolvi tentar. Estava saindo furiosa do estacionamento quando esbarrei em um homem alto.

– Desculpe – pedi sem olhar para o homem e seguindo o caminho da saída dos carros, não estava com vontade de passar pela confraternização e ter que aguentar alguns bajuladores me atrasando.

– Hey! Onde está indo? – ouço uma voz grossa perguntar.

– Para casa – respondo seca. Eu conheço aquela voz, aperto o passo.

– Mora perto, então? – aumenta seu tom de voz para eu ouvir, estou um pouco longe.

– Muito longe – respondo para mim, mas acho que falo um pouco alto demais.

– Vem, vou te dar uma carona – fala.

– Não se pega carona com desconhecidos – paro e viro para olhá-lo. QUE HOMEM! Respira Amy, respira fundo.

– Não tem taxi a essa hora e nessa rua – mesmo longe, consigo vê-lo revirando os olhos, eu sabia que ele estava certo. – Vamos. – deu as costas e começou a andar para o seu carro. O que eu poderia fazer? Segui-lo, é claro, chegaria mais cedo em casa e tudo mundo ficaria feliz. Menos minha saúde mental, como aguentar ficar com aquele homem no mesmo carro?

Ele não abre a porta para mim, só destranca e eu entro. Ligando falta de cavalheirismo. Tento respirar fundo e não entrar em pânico pela minha antiga paixão mais do que platônica.

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Em breve começará a atualizar com mais frequência, muito em breve. Plágio é crime!


Paz, Amor e... Zoe!Onde histórias criam vida. Descubra agora