Amy
Assim que cheguei perto, ele levantou-se, cumprimentou-me com um aperto de mão quente e forte e puxou a cadeira ao seu lado para eu sentar, surpreendi-me, mas adorei saber que sentaria ao seu lado, adorava sua presença, por mais que me deixasse estranhamente nervosa e ansiosa.
Ele foi formal quase o tempo todo, discutimos a proposta que era vantajosa para ambos os lados, almoçamos, ele ficou o almoço inteiro dando um jeito de relar em mim, o que não era nenhum pouco ruim. Tudo maravilhoso até que...
– Conheci uma menininha muito linda, ela se parece com você – acho que meu corpo inteiro endureceu.
– Como a conheceu? Qual o nome dela? – acho que fui um pouco afobada, acredito que ele não tenha reparado ou não mostrou que notou algo diferente.
– Rob, seu melhor amigo, – como ele sabia disso? Eu estava começando a ficar preocupada – trouxe uma filha de uma amiga dele para empresa. Ela chama-se Zoe, linda igual a você – não sabia se congelava por ele ter conhecido a minha filha ou reparado na nossa semelhança; tinha certeza só de uma coisa: eu iria matar o Rob. – Ei, você está bem?
– Estou, só um pouco surpresa por ter uma criança parecida comigo – excelente saída, não, não é uma boa alternativa. Tenho certeza que a resposta perfeita vai aparecer daqui a algumas horas. Vamos embora antes que eu me enrole ainda mais – Tenho que ir.
– Já? – ele sussurra para si.
– Sim – parece surpreso com a minha resposta.
– Eu te levo.
– Não precisa, eu ligo para o meu motorista.
– Eu insisto – ele não ia desistir, estava estampado em sua face.
Ele pediu a conta, não me deixou pagar, levantou-se, deu a mão para me ajudar a levantar, pediu o carro, esperamos, o manobrista deu a chave para ele e entramos. Tudo em silêncio até que Witts deu partida e um som preencheu o ambiente, um som diferente que eu não reconhecia, mas tinha quase certeza que era uma música de uma tal de Taylor, que eu saiba era difícil um cara da idade dele gostar desse tipo de som, talvez ele goste, vai saber. Minha bunda coçou de curiosidade para saber qual música era aquela.
– Qual é a música?
– Não sei, vou ver – a pessoa tinha uma música no pen drive e não sabia qual era, tudo bem esquecer, mas não saber é um pouco exótico.
– Como não sabe? – perguntei vendo ele mexer no rádio para descobrir qual era.
– Não sabendo, minha irmã adora colocar músicas diferentes nele – explicou-se, até que dava para compreender, Rob adorava colocar músicas novas no meu. Murmurei algo e ele continuou: – Bad Blood de uma tal de Taylor Swift, não faço a mínima ideia de quem seja – acertei o primeiro nome da mulher.
– Desliga – pedi, ou ordenei.
Ele desligou sem fazer questionamentos, o que eu agradeci mentalmente. Peguei meu celular e abri na pasta das músicas brasileiras, eu sabia falar português e passei um bom tempo por lá, descobri algumas músicas maravilhosas. Cliquei em uma, era uma das minhas preferidas e eu estava com uma vontade louca de compartilhar aquela música com ele. Admirável Gado Novo, Zé Ramalho. Alguns diziam que era o retrato do povo brasileiro, ainda não me decidi se essa colocação estava certa. Continuava amando aquele povo, Zoe foi concebida lá, nessas férias vou leva-la para conhecer o Brasil.
Eu cantei a música inteira e ele me olhava, quando podia, com uma cara de confusão e um sorriso. Com certeza ele não sabia falar português, mas o sorriso eu ainda não tinha decifrado. Cantei o último refrão na nossa língua e ele continuou com aquela careta de confusão com um sorriso. A música acabou e eu sorri, não sei o porquê cantei aquela canção para ele, porém tinha gostado.
– Que música e que língua é essa? – perguntou ainda sorrindo.
– Português, é a língua falada no Brasil. Zé Ramalho é o cantor, chama Admirável Gado Novo, vou traduzir – e comecei a traduzir, para ele começou a clarear, mas ainda não fazia tanto sentido, então comecei a explicar e ele pareceu entender.
– Por que cantou para mim? – até eu queria saber.
– Não sei, só tive vontade de compartilhar isso com você – era a melhor explicação que tinha no momento, ele sorriu lindamente e eu retribui um pouco envergonhada.
– Chegamos – não tinha percebido e senti um pouco de tristeza pelo meu momento com ele ter acabado.
– Obrigado e até mais – despedi-me e fui sair, mas senti um puxão no meu braço.
Olhei em seus olhos que brilhavam em chamas.
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O capítulo 6 vai chegar no sábado (12/09) ou antes...
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Paz, Amor e... Zoe!
RomanceRichard Witts construiu um império do nada. Batalhou muito para estar onde sempre quis, sempre teve uma pedra no seu sapato, Noah, não sabia como uma criatura paranóica podia ter uma filha tão linda, doce e delicada. Com seus 37 anos ainda não tinha...