Capítulo 13 - Par Romântico

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Aurora

Faltavam cinco minutos para chegar na minha doceria preferida, não via a hora. A visita na futura escola de Thomas foi cansativa, eu já sabia que o matricularia ali, porém a mulher nos bajulou muito, não aguentava mais, achei que sairia de lá com diabete só de ouvir aquela voz açucarada.

- Mãe – como amava ouvir aquela simples palavra de três letra saírem da boca dele, do meu querido e amado filho -, eu vou poder comer tudo o que eu quiser? – não consegui conter a risada e ele me acompanhou, um tanto quanto tímido. Era por causa dessas coisas que, cada vez mais, fazia-me ter certeza de que ele era o meu filho!

- Claro, meu filho! – a resposta não poderia ser diferente.

- Estou ansioso – comentou, em português, bem baixinho, na esperança de que eu não tenha ouvido.

- Sabe, eu sempre ficava ansiosa – comecei a contar a história das minhas gordurinhas charmosas. – Seu tio vivia falando que, se eu pudesse, levaria a doceria para a minha barriga. Quer saber, eu levaria mesmo! Não era minha culpa, só era uma garotinha muito ansiosa e que não via a hora do dia de ir fazer compras chegar. Comer é uma arte que eu conheço bem.

Thomas gargalhou da minha história. Como eu podia me apaixonar cada vez mais por aquela criaturinha? Meu coração logo, logo estouraria de amor por ele.

Amy

Eu e Rick engasgamos juntos com qualquer coisa comestível que havia dentro de nós.

Rob e Zoe eram farinha do mesmo saco. Amélia Astor, você tem certeza que sua filha não possui o mesmo sangue que Rob?, meu eu interior volta a me questionar. Seria bem mais fácil se o pai de Zoe fosse Robert, infelizmente Jack era o dono do espermatozoide. Podia bater a minha cabeça na parede eternamente, mas prefiro me conformar com esse fato.

- Olha lá, Zoe, o casal até engasga junto, perfeitos um para o outro – Robert apontou rindo e minha princesa o acompanhou, concordando com aquele sem noção. Rob é uma péssima influência para uma garotinha inocente.

- ROBERT LOWELL, VOCÊ ESTARÁ SETE PALMOS DEBAIXO DA TERRA SE CONTINUAR A FALAR ISSO PARA A MINHA FILHA – acho que me exaltei um pouquinho, só um pouquinho...

- Nossa, Amélia Astor, não sabia que a senhorita não me considerava um possível par romântico – Richard pronunciou-se com um tom esquisitamente magoado, o que me alarmou. Mais um dramático não, eu imploro.

- E você me vê como a sua mulher daqui a alguns anos? – perguntei sarcasticamente. Claro que ele não via, devia me considerar nova demais.

- Considero – respondeu firmemente e levantou-se. Na minha testa devia estar escrito "chocada" em letra cursiva, florescente, laranja e vibrante – Estou indo embora. – subiu as escadas pelo o que eu deduzi, devia ter ido buscar suas coisas. E eu continuava ali, sem reação, só observando o brilho surreal da minha testa.

Assim que olhei para a cara do meu melhor amigo e da minha menina percebi que não devia ter olhado, a cara de decepção e pena misturada com dó eram predominantes naqueles rostos exageradamente conhecidos e amados.

- O que foi? – não conseguiria aguentar mais algumas horas com eles me olhando daquele jeito.

- Mamãe "palece" uma criança – Zoe pronunciou-se primeiro, dirigindo-se ao Rob e balançando a cabeça em negação.

- Mais nova do que você, Zoe, e sem nenhum pingo da sua esperteza – meu melhor amigo reforçou, fazendo o mesmo movimento com aquela cabeça gigante.

Não podia acreditar no que estava acontecendo, todos contra mim, até a minha preciosa Zoe.

Os próximos momentos foram um tanto quanto tristes: Zoe Astor e Robert Lowell saíram da cozinha com decepção aparente. Logo depois, ouço eles despedirem-se de Rick, Zoe chamando-o de "papai" soa tão certo e errado ao mesmo tempo. Uma porta é batida e a televisão é ligada em algum desenho animado qualquer.

Suspiro.

Onde você foi colocar seu burrinho, Amélia?

Rob

Saímos da cozinha de mãos dadas, deixando para trás uma Amy de queixo caído. Olho para Zoe que já está rindo silenciosamente da mãe, não consigo controlar e começo a rir junto. Extraordinariamente, não fazemos muito barulho. Pego a princesinha no colo e sussurro em seu ouvido:

- Sua mãe está perdida conosco.

Ela levanta a mão fazendo um sinal de positivo e continuando a rir. Amélia estava tornando-se em uma grande piada interminável e engraçada ao extremo.

Quando chegamos a porta, que leva à saída da casa, Richard Witts aparece e beija a testa de Zoe, que o abraça de volta e sussurra tão baixinho em seu ouvido, que se eu não estivesse bem perto deles não teria ouvido:

- Paciência, papai – a criança aumenta a voz ao chamar Rick por "papai", tenho certeza que fez de propósito, somente para deixar Amy ainda mais atormentada. Meu chefe percebe e coloca um sorrisinho sapeca no rosto.

Zoe sempre me fazia duvidar de sua idade, e da minha.

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Desculpe pelo atraso e pelo capítulo curto. Fiquei doente e acabei não conseguindo cumprir o prazo. Perdoe os erros desse capítulo e do anterior, não foram revisados.

O capítulo 14 saíra, provavelmente, no dia 19/12 ou 27/12.



Paz, Amor e... Zoe!Onde histórias criam vida. Descubra agora