Nossa adorável babá

Capítulo 4 - Somewhere Over The Rainbow.

— Então quer dizer que ele trata os filhos daquela maneira? — Perguntei indignada com a postura tomada por Sr. Malik.

— É sempre daquela forma, senão pior. — Nori soltou um longo suspiro. — Tenho tanta pena das crianças depois que a mãe se foi.

— Eu sinto tanto por elas, Nori. Mas, uma hora ele vai perceber que os filhos são mais importantes que qualquer outra coisa que se possa existir.

— Sim, eu espero muito para que este dia torne a chegar. — Sorriu e eu retribui.

— Bom, agora me deixe cuidar do almoço, sabe como é... Levar sermão do Zayn é o que
menos quero para hoje.

— Sabe, naquele dia em que te defendi, eu tinha certeza que ele não brigaria com você. — Ela franziu o cenho. — Digo isso porque tenho certeza que ele a ver como uma mãe, Nori. Você é tão amável, não existe algum ser humano que não se encante com você. — Ela gargalhou.

—Bondade sua, Nick. Você sim é uma garota amável... Merece encontrar alguém muito especial... Se é que já não tem, não é? — Corei e ela gargalhou baixinho.

— Não, eu não tenho ninguém. — Murmurei. — Não encontrei a pessoa certa, ou se encontrei, não notei esse detalhe tão banal.

— Talvez ele esteja mais perto do que acha. — Deu-­me uma piscadela.

~*~

— Nick, a Zoe quebrou meu carrinho. — Questionou Enzo, zangado e triste ao mesmo tempo. Fitei Zoe que me encarava apreensiva, mas segura de si.

— Zoe, venha aqui, por favor.

Arrastando os pés assim fez a menina, veio até mim dando de ombros.

— Foi sem querer. — Disse baixinho.

— Mesmo assim, deveria pedir desculpas a seu irmão. — Fez birra e eu continuei a fitando. — Vamos, garotinha...

— Desculpe­-me, Enzo. Não quebrei seu carrinho porque quis. Foi um deslize, tudo bem? — Me olhou de lado. — Posso ir para meu quarto agora?

— Seu pai já deve estar chegando para o almoço e, provavelmente, gostaria de almoçar com seus filhos. — Ela gargalhou com sarcásmo.

— O papai nunca ia nos querer almoçando com ele, Nick. — Ficou cabisbaixo.

— Ele não gosta de nós dois. Ainda mais quando aquela mulher insuportável está com ele.

— Ela não gosta da gente, tia Nick. Não queremos almoçar com ela. — Disse Enzo.

— Se a mamãe estivesse conosco iria ser tudo tão diferente... — Fitei Zoe, que
nesse momento, fixava seus olhinhos no porta­retrato onde estavam ela, Enzo, sr. Malik e provalvemente, sua mãe.

— Sabe, Zoe, sua mãe, onde quer que esteja, está sempre com você... As pessoas que amamos sempre estão conosco, por mais que não seja fisícamente, entende? — Ela me olhou com os olhos marejados. — E, bom, eu sei que você não gosta de mim, entretanto sempre vou estar aqui com você. Eu sei que pode parecer difícil mas, atrás desses desafios da
vida, sempre há um triunfo. Não importa qual seja ele. — Ela sorriu.

Ela sorriu!

— Você é legal, Nick. Gosto um pouquinho de você. — E, então me abraçou.

Fique sem ação, mas por fim, acabei sedendo.

— Sabe, você também não é a pior menina que eu conheço. — Sorri.

— Ei, parem com isso! — Disse Enzo, rindo alto.

— Vem cá, Enz! — Zoe o puxou, e, nós três nos abraçamos.

[...]

— A gente tem mesmo que ser legal com aquele chatonilda? — Perguntou Enzo, a Nori que gargalhou.

— Sim querido.Infelizmente...

— Eu odeio aquela mulher! — Zoe disse.

— Mas, você tem que respeitar as pessoas, Zoe. Por mais que não goste dela, tem que se mostrar educada.

— Ela não merece nossa educação Nick...

— Tem muita gente que não merece nossa educação, querido, mas temos que tratar as pessoas como gostariamos de ser tratados, entende? É como uma troca de favores.

— Tudo bem, mas é só porque você tá pedindo Nick. — ri e beijei de leve sua testa.

— Eles chegaram! — Nori disse em êxtase, correndo em nossa direção.

— E lá vamos nós! — Disse entediada, Zoe.

~*~

— Seus filhos são adoráveis querido! — Observava de longe tudo que acontecia na mesa onde eles estavam. — Esse pequeninho é lindo como você. — Apertou a bochecha de Enzo.

— Obrigado Lexie. — Sr. Malik sorriu e as crianças bufaram. — Me conte, como está os preparativos para sua viagem a Paris?

— Vão de vento em polpa. No mais tardá em duas semanas estarei lá.

— Lexie, o que você foi fazer em Paris? — Perguntou Enzo, com ar de inocente.

— Enzo, não seja incoveniente, filho. — Sr. Malik o fitou e falou rude, como de costume.

— Imagine Z. Bom eu vou passar alguns dias lá com minha mãe, Lenzo.

— Meu nome é Enzo. — Corrigiu.

Arrumei a bandeja com suco nas mãos e caminhei lentamente até a mesa.Sr. Malik voltou seu olhar para mim, assim como a mulher repugnante.

— Com licença. — Disse, colocando o suco no copo de Malik. Ele sorriu de lado

— Pelo visto estava tentando ser educado na frente da loiruda.

— Obrigado. — Ele agradeceu e eu sorri.

— Com licença, senhorita. —Fixando meu olhar nas crianças que me encaravam sapecas, acabei por derrubar a jarra de suco na roupa da madame. Ela simplesmente começou a gritar histericamente. — Oh, meu Deus! Como sou estabanada, me permita. —Peguei um
pano, e comeccei a passar pelo local onde havia derrubado, espalhando mais ainda o suco em sua roupa.

— ZAYN! — Ela gritou. —INFERNO!

— Lexie, e­eu, não...

— Cale a boca, vou embora. Depois nos falamos.

Os meninos me encararam gargalhando e eu apenas dei­lhes uma piscadela.

— Srta. Nick, preciso falar com a senhora imediatamente! — A voz grossa de Sr, Malik soou pelos meus ouvidos. Estremeci.

                                                             O que eu faria agora?

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