Forever

Cap. 1: John Morgan

Em 1440 em Nova Orleães

*Pov John*

Arrastei o corpo lentamente até chegar ao rio. Atirei-o e olhei em volta procurando testemunhas. Não encontrei ninguém, o que significava que não haveria mais mortes...pelo menos por hoje. Fui até casa de Mary e, ao ver - me cheio se sangue, percebeu o que se tinha passado.

-Quem foi desta vez?- perguntou limpando-me o rosto com um pano molhado.

-Uma alcoviteira qualquer.- disse eu.

-Tira a camisa, vou preparar um banho quente e ver de roupa lavada. Tens de ter mais cuidado. Não quero que te descubram. - disse Mary preocupada.

-Isso não vai acontecer.- disse eu segurando o seu queixo e beijando os seus lábios. Ela sorriu e foi - me preparar o banho.

Mary era a minha noiva. Sabia quem eu era e o que precisava para sobreviver. Geralmente, eu bebia do seu sangue mas, por vezes, descontrolava-me e bebia do sangue da primeira pessoa que encontrasse. O que sou eu? Muitos dizem que eu sou um demónio, outros chamam-me de sanguessuga. Eu prefiro a palavra vampiro. Tenho 22 anos mas não aparento ter mais de dezoito. A minha vida gira em torno de duas coisas: sangue e Mary.

Apesar de se assustar no início, Mary foi a única que, depois de saber o que eu era, me ajudou. Devo - lhe a minha vida.

Pareço igual a muitos humanos: tenho um metro e oitenta, olhos pretos como carvão e o cabelo curto. A única diferença é que, enquanto os humanos bebem uma boa taça de vinho, eu bebo uma boa taça de sangue.

Não morro com a madeira, a luz do sol e muito menos alho. Não tenho aversão aos crucifixos e não tenho nada contra água benta. As únicas coisa que me podem matar são a prata e uma erva rara chamada Acónito.

Os meus pais morreram há uns anos e eu fugi. Nunca mais vi o meu irmão e tenho vivido com Mary desde então.

A minha vida não tem sido fácil mas acredito que melhorará... tenho a eternidade toda para que isso aconteça.

Glossário:

Alcoviteira: Prostituta.

Acónito: Espécie de uma flor lilás.