Evanescente (#1 Evanescente série)

Trinta e Três

Nota: este capítulo apresenta linguagem imprópria, referências e atos de automutilação. De todo estou a tentar promover qualquer ato que aqui esteja descrito. Se precisares de ajuda, por favor, contacta alguém a quem confies ou até mesmo fala comigo.

Despedidas. Algo que é tão doloroso que a própria palavra lembra algo que dói, uma dor emocional que leva à dor física. A palavra tem um significado: Saudação no momento em que pessoas se separam, ato de mandar embora. A despedida acontece quando duas pessoas se separam por um tempo, indefinido ou definido. A despedida sempre foi conetada a algo totalmente e apenas lamentável. E, em algumas situações, realmente é lamentável quando duas pessoas que são felizes perto uma da outra têm que se separar. Mas a despedida, aquela dor tão grande que se sente até no teu físico, isso mostra a sorte que se tem por ter algo difícil de dizer adeus. E por muita negatividade que colocam nessa pequena palavra mas enorme ação, há uma certa energia positiva: a despedida pode trazer uma paz interior quando se se afasta de algo não tão bom; a despedida pode ser o que traga uma mudança otimista no caminho do nosso futuro.

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【 26 De Janeiro de 2014 】

『 Emma Reed 』

As árvores vão passando do outro lado da janela, transformando-se em algo meramente verde devido à velocidade que se exercia sobre o veículo. O ambiente estava calmo, calado, mas pesado após as notícias recebidas há uns minutos. Nada havia sido pronunciado numa tentativa de calar o silêncio incomodativo. Nem música de fundo era tocada, apenas o ruído reduzido do motor do carro.

O tempo tinha mudado drasticamente desde que saímos do cemitério. A chuva havia aparecido cobrindo as superfícies com as lágrimas das nuvens. O pára-brisas tentava afastar o choro do céu mas em vão já que ele voltava sempre a revestir o vidro.

Deveras uma comparação que se adequava a mim. Sempre que eu pensava que as coisas estavam a correr bem, algo aparecia e ameaçava a minha felicidade. Chega a ser engraçado o meu tremendo azar.

Eu conseguia sentir o olhar do rapaz ao meu lado sobre mim, analisando-me. Não era capaz de, neste momento, reunir forças para proferir alguma coisa. Nem sequer podia explicar o porquê do Jayden se encontrar no hospital. Este havia-me feio jurar não contar a sua condição de saúde a ninguém e, obviamente, não o faria já que não é algo que devia ser contado por mim.

Em tempo recorde, o carro do Brian chegou ao nosso destino, sendo estacionado rapidamente. Saiu imediatamente do automóvel, nem sequer esperando que o meu namorado se junte a mim. A porta automática abre-se lentamente, deixando-me mais ansiosa. Parece que todo o nervosismo voltou num flash, atingindo-me como uma bala. Corri até ao balcão de atendimento, questionando a pessoa que lá se encontrava pelo Jayden Williams, acrescentando que havia entrado nas urgências no dia de hoje. A senhora, olhando-me com pena mas falando com serenidade, responde-me que descansava no quatro 321. Entretanto, o Brian já me acalçara, pegando na minha mão e entrelaçando os seus dedos nos meus, apertando-os. Esta mesma situação já acontecera há umas horas, antes de chegarmos ao jazigo do pai deste rapaz.

A espera até ao quarto onde o meu amigo estava foi dolorosa. Eu podia jurar que o meu coração iria saltar do meu peito de tão violentamente que batia. O Brian queria reconfortar-me o melhor que podia mas eu temo que não haja nada a fazer até eu saber que o rapaz do cabelo encaracolado iria ficar bem. Eu precisava que ele ficasse bem. Já estive demasiado tempo longe dele para o perder de novo e de vez.

O elevador abre. O meu corpo perde toda a falsa adrenalina que percorria as minhas veias. Inspiro fortemente em busca de ar para continuar alimentar o meu cérebro com o oxigénio que perdera de repente. As minhas pernas querem ceder, o meu próprio corpo falha-me quando preciso dele. Não posso ser fraca agora. Não posso deixar transparecer a falta de energia que tenho.