【 11 de Outubro de 2013 】
"O que foi?" A sua cabeça caiu para trás, rindo-se. "Só estou a ver dos joelhos para baixo e da clavícula para cima."
Sem comentar nada, dirijo-me à casa de banho, sem antes dar uma palmada na cabeça do Brian que se voltou a rir. Acabada de vestir, abro a porta e chamo-o para vir comigo. A minha mãe estava a cozinhar e a Cassie estava sentada perto da mesa a fazer um puzzle. Sentei-me ao seu lado e o Brian à minha frente, de costas para a televisão.
"Não achas que isto é um puzzle muito grande para fazeres?" Perguntei-lhe.
"Não! Eu gosto!" Uma coisa que eu sempre admirei nela é que não importa o quão difícil seja para ela fazer algo, ela fá-lo, ou tenta fazer. Ela gosta de desafios.
"Podemos ajudar-te?" Perguntei.
"Sim!" Mostrou o seu grande sorriso, aquele sorriso lindo e feliz que ela tinha.
Os três juntavam-mos as peças que achávamos corresponder às que já tínhamos connosco. A minha cabeça começou a pesar com a dor que ainda não passara, então coloquei o cotovelo em cima da mesa, apoiando-me enquanto continuava a completar o puzzle.
Já faltava pouco para mostrar o resultado final. Era uma paisagem de um jardim com flores roxas, cor-de-rosa, vermelhas e azuis. Por trás tinha um céu azul o sol a iluminar a vista toda. Dava vontade de nos teletransportarmos para aquele sítio para poder sentir o quente do sol e a textura da diversidade de flores.
Uma única peça faltava, agora, e quando ia buscá-la, a mão do Brian toca na minha, fazendo-me sentir arrepios, mas não a desviei. Assim como ele não fez. Os nossos olhos cruzaram-se e a minha respiração parou, literalmente. De um segundo para o outro foi como se não precisa mais de respirar, porque tudo o que precisava era do brilho dos olhos dele.
"Vais colocar a peça ou não?" A Cassie resmungou. Acordando do momento, levanto-me dizendo que vou ajudar a minha mãe. Eu sei que o Brian está a olhar para mim, eu sinto-o, no entanto, não me atrevo a olhar para a sua cara.
Comecei a pôr a mesa, colocando já a toalha. Os pratos estavam num armário relativamente algo e tive de me esticar toda para chegar lá.
"Ele gosta de ti, sabes?" Ouço a voz da minha mãe a sussurrar. O que ela me disse fez-me perder o equilíbrio e o prato que colocara na minha mão quase caíra se não o amarrasse rapidamente.
"Mãe!" Reclamei. Ela não devia dizer coisas assim!
"É verdade, Emma! Eu vi como ele olhava para ti enquanto estavam ali. Ele ficava a olhar e sorria, um sorriso harmonioso, um sorriso apaixonado se queres que te diga."
"Mãe!" Murmurei para que parasse.
"Não é preciso ficares assim, Emma. Olha para mim," Mandou-me gentilmente e, ainda que relutante, obedece. "Tens direito a ser feliz, sabes? Tens direito a ter alguém que goste de ti! Só porque não gostas daquilo que és, não é razão para que as pessoas não gostem de ti. Eu sei que é difícil imaginar que possas ter alguém, para além da tua família, que queira estar ao teu lado, especialmente, depois daquilo que aconteceu," Baixei a cabeça lembrando-me do que ela se referia. "Mas tu mereces ser feliz. Sabes disso, não sabes?" Chegou-se mais perto de mim e puxou-me o queixo para cima para lhe olhar nos olhos.
"Acho que sim." Não. Não dizendo mais nada, aplica um beijo na minha face, fazendo-me sorrir com o seu gesto.
Colocando as peças finais na mesa, a minha mãe chama para jantar. A mesa era rectangular fazendo com que a minha mãe ficasse na testeira, eu do lado dos armários e o Brian e a Cassie à minha frente, de costas para a sala de estar.
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Evanescente (#1 Evanescente série)
Novela JuvenilLIVRO FÍSICO JÁ LANÇADO. Tu nunca sabes o que realmente se passa na vida das pessoas. Não sabes o que pensam, não sabes o seu passado, não sabes nada. Tu não sabes o que se alterou na vivência da pessoa para se transformar no que ela é hoje. Algo p...