Emily's "POV":
Fui levada para o hospital para fazer exames. Pouco tempo depois voltei para casa.
Entrei no meu quarto e sentei-me na minha cama.
Luke entrou de seguida e fechou a porta. Sentou-se ao meu lado na cama e pegou nas minhas mãos.
" Em, não penses mais nisso."
"O Calum não merecia o que aconteceu. A culpa é minha. Eu não devia ter saído de casa sozinha. Ele avisou-me e eu não liguei. Olha o que aconteceu agora." disse entre lágrimas.
"Pronto. Vá, não penses nisso."
Luke abraçou-me e eu encostei a cabeça no seu peito.
"O que é que eu fiz?" murmurei.
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Passaram-se 2 dias desde que tudo aconteceu.
Ainda não tinha recuperado de tudo. De ver o Calum ser esfaqueado. Da imagem de Calum deitado nos meus braços a esvair-se em sangue. De ele a fechar os olhos.
Saí de casa e fui dar uma volta. Estava a chover mas eu não queria saber. Não queria saber de mais nada. Já nada importava.
Estava vestida apenas com um hoodie preto, umas leggings cinzentas e uns vans.
Estava a chover torrencialmente.
Sentei-me num banco no parque onde eu costumava ir.
Fiquei a olhar para o vazio.
Pouco depois meu telemóvel tocou.
"Estou?"
"Emily?"
"Sim? Quem fala?"
"Sou a mãe do Calum."
"Oh, olá."
"Olá querida. Eu....uhm....eu telefonei para te dizer que o Calum acordou."
"O quê?"
"Ele acordou e chamou logo pelo teu nome. Ele quer ver-te."
"Estou a caminho."
Desliguei o telemóvel e levantei-me do banco.
Como não tinha dinheiro suficiente comigo nem passe do autocarro fui a pé para o hospital. Corri o mais depressa que pude.
Com o tempo a chuva começou a abrandar, o que me permitiu chegar lá mais depressa.
Entrei no hospital e fui até ao quarto onde Calum estava.
Bati à porta e entrei. A mãe de Calum estava sentada numa cadeira ao lado da cama. O pai dele estava encostado à parede junto da janela.
"Olá querida. Vamos deixar-vos sozinhos."
Assim que os pais de Calum saíram do quarto sentei-me na cama ao seu lado.
Peguei na mão de Calum com as minhas.
"Emily." disse Calum com uma voz fraca. "Pensei que nunca mais te ia ver."
Calum acariciou a minha bochecha esquerda com a outra mão.
"Eu pensei o mesmo." disse. Uma lágrima escorreu pela minha cara.
"Agora já está tudo bem. Os médicos disseram que estou fora de perigo."
"Ainda bem." disse e sorri. "Tive tanto medo de te perder."
Calum aproximou a minha cara da sua, fazendo com que as nossas testas ficassem uma contra a outra.
"Desculpa por tudo o que aconteceu." disse Calum.
