Domingo chegou! Capitulo prontinho para vocês, apreciem sem moderação...
Em minha conta bancária já havia um valor obsceno, e por mais que isso me deixasse desconfortável, ainda me deixava aliviada. Ontem fui até o hospital e Poly fez várias piadinhas com meu novo visual. Nem é tão diferente assim, mas ela não deixa nada passar. Não pude deixar de perceber que a cada dia sua pele fica mais seca, seus olhos mais tristes e sem esperança. Aquilo é como a morte para mim. Odeio vê-la daquela forma, mas me sinto um pouco melhor em saber que é temporário. Agora estou aqui deitada nessa cama imensa e de certa forma me sinto solitária.
Esses dias nessa casa, já refém de um namoro de mentira eu me sentia estranha. Estava sob um teto que não é meu, usufruía de um dinheiro que não ganhei, e tudo graças a alguém que nem conheço. Mas sinceramente, tenho medo de como será quando conhecê-lo, e esse dia será amanhã.
Quase não durmo pensando nisso, mas já no meio da madrugada meus olhos se cansaram de olhar para o nada e minha mente cansou de pensar em tudo, sem encontrar solução nenhuma.
Quando acordo, o encontro de hoje a noite é o pilar de meus pensamentos. Saio da cama sem sequer arrumá-la, o que é um milagre pra mim.
Entro no banheiro e coloco a banheira para encher enquanto me dispo. Não posso dizer que não gosto de ter uma banheira no meu banheiro. Na verdade, não posso dizer que não gosto de todos os confortos que essa casa me oferece. É, eu posso me acostumar com esse luxo todo, e talvez seja isso que esteja me deixando tão preocupada, eu não deveria estar gostando tanto.
Depois do banho, meu corpo se sente mais relaxado apesar da minha mente ainda estar atormentada. Vou para cozinha e preparo umas torradas com queijo e um suco de laranja para o café da manhã. A todo momento eu fico pensando como Poly se sentiria se estivesse aqui, nesse luxo todo. Com certeza ela estaria se sentindo bem menos culpada do que eu. Posso até ouvi-la falando: Deixa de besteira Lara, se ele pode te bancar esse luxo todo por que não aproveitar?Respiro fundo, estou com tanta saudade da minha amiga, aquela feliz e despreocupada. Ainda não me conformo com seu diagnostico.
Vou para a sala de estar e pego minha bolsa que estava na mesa de centro. Procuro meu celular para verificar as mensagens, quando percebo o cartão do Doutor Carter. Quer saber? Vou ligar para ele agora mesmo.
Disco o numero que se encontra no cartão e espero até que ele atenda.
— Mauricio Carter. — Sua voz soa.
— Ah, bom dia Doutor, eu sou Lara Pinheiro, não se lembra...
— Ah sim, a amiga de Polyana.
Sorri, ele se lembra de mim.
— Sim, ela mesma. O senhor está ocupado?
— Não, acabei de chegar de um plantão.
— Ah perdoe-me, eu ligo outra hora, o senhor deve estar muito cansado.
Arrependo-me de ter ligado, mas como eu ia saber?
— De maneira alguma Lara, já estou acostumado, mas diga, em que posso ajudá-la.
— Eu queria saber quando podemos transferir a Poly para o hospital que o Doutor falou.
— Em primeiro lugar eu já enjoei de ser chamado de Doutor. Me chame de Mauricio. E sobre a transferência, eu já adianto que vai custar muito caro.
— Dinheiro não é mais o problema Mauricio, e sim a parte burocrática. O que é preciso?
—Além do dinheiro tudo é relativamente simples, eu só preciso solicitar a transferência no hospital, acompanhá-la até lá e será preciso assinaturas do responsável e algo do tipo.