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Juliana On

Mesmo querendo muito ir, eu não conseguia parar de beijar a Nay. A gente foi saindo do box do banheiro e não conseguíamos separar nossos lábios. Ela foi me empurrando pra parede e de repente, ouvimos a porta abrindo. Eu olhei e não podia acreditar que era ela mesmo. Eu não conseguia me mexer nem disfarçar nada. Quando a vi, me arrependi de tudo. Porque eu amava a Talita. A Nayara era uma coisa carnal, uma coisa de puro desejo e nada mais. Finalmente, alguém quebrou o silêncio.

- Ok... - a Talita foi indo pra trás, pálida, segurando o choro de um modo que eu já conhecia.
- Me desculpa - comecei a chorar olhando pro chão
- Como você foi capaz, Nayara? - a Talita gritou e eu me espantei
- Eu vou explicar - a Nayara disse
- O que você tem pra explicar, Nayara? - perguntei
- Eu ia te contar - a Talita olhou pra mim
- Eu errei, mas eu amo você e isso nunca mudou - eu disse
- O meu erro foi não ter dito pra você que a gente acabou... - a Talita olhou pro chão - Eu tô apaixonada pela Nayara - ela disse e eu não consegui conter o choro - Me perdoa, Ju - ela também começou a chorar mas segurou meu rosto e disse - Nada vai apagar a nossa história.

Nós choramos por mais um tempo, por toda a nossa inconsequência. Aceitar que eu tinha perdido a mulher da minha vida pra minha amante, era demais pra minha cabeça. A Nayara olhava pra gente e não sabia o que fazer. Aos poucos, a gente foi se recompondo e a Talita resolveu falar.

- Eu não queria estar tão apaixonada por você - ela virou pra Nayara
- Por que? - a Nayara perguntou
- Porque você me traiu e mentiu pra mim... - a Talita fixou seus olhos no teto.

Eu achei que aquela era uma conversa pra duas e sai do banheiro. Definitivamente, eu nunca havia sentido tanta dor na minha vida.

Relações IncertasOnde histórias criam vida. Descubra agora