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Juliana On

Desliguei o telefone agoniada. Em 15 anos de relacionamento, eu nunca tinha olhado pra outra mulher, eu nunca tinha desejado outra mulher, eu nunca tinha esquecido por um momento sequer do quanto amo a Talita. Eu não podia estar fazendo aquilo. Eu não podia estar desejando outra pessoa além do meu amor, o amor da minha vida! Mas eu nunca seria capaz de trair a Talita, nunca! Eu amo a Talita com todas as minhas forças. Eu amo a Talita desde que eu tinha 16 anos e não pode ser uma mulher qualquer que só veio aqui fazer uma entrevista que pode mudar isso. Eu amo a Talita. Eu amo a Talita. Alguém bate na porta.

- Juliana? - uma voz pergunta
- Pois não?
- Oi - era a Nayara
- Senta, o que foi? - tentei disfarçar a minha agonia
- Preciso saber sobre alguns valores, contas, tabelas e tal - ela tinha o caderno de contabilidade nas mãos.

Esclareci as dúvidas dela mas não parava de pensar repetitivamente "Eu amo a Talita". No final do dia, ela ainda tava na minha sala, perguntando mais algumas coisas sobre o buffet e o Henrique bateu na porta

- Ju, vou embora, ok?
- Já são 18h? - perguntei espantada
- 18h30, Ju - ele riu
- Nossa! Pode ir - disse
- Tchau Ju, tchau Nayara. E ah, manda a Lita vir amanhã, se não ela vai ficar doente mesmo! - ele brincou
- Doente de saudade do buffet? - eu ri - Espera... Sim, a Talita ficaria doente de saudade do buffet! - ele riu e saiu
- A Talita é sua esposa, né? - Nayara perguntou
- Sim, ela é - respondi
- Vou conhecê-la? - ela perguntou
- Vai - ri - A Talita ama esse lugar
- Acho que não tenho mais dúvidas - ela por fim disse
- Então vamos embora - eu disse
- Ok - ela levantou e saiu da sala enquanto eu desliguei o computador e fechei o escritório - Então até mais - ela disse depois de voltar ao salão
- Espera eu fechar as coisas aqui - fechei o buffet - Você tá de carro?
- Não - respondeu
- Quer uma carona?
- Não precisa!
- Quer sim, onde você mora?

Ela foi vencida pelo cansaço e entrou no carro. Fomos em direção ao bairro dela conversando sobre nós. Ela mora com os pais e uma cachorra, não namora e odeia atum. A deixei em casa e fui pra minha. Chegando lá, a Lita estava dormindo no sofá.

- Amorzinho - a beijei
- Hm... - gemeu
- Vamos pra cama - beijei seus ombros
- Não... - gemeu de novo

Então a peguei no colo como fazia quando nos conhecemos e a levei pra cama. Coloquei ela debaixo das cobertas e me deitei ao seu lado.

- Te amo - ela me abraçou meio acordada, meio dormindo
- Eu também te amo - eu respondi

Minha cabeça tava uma bagunça e não conseguia parar de pensar. Mas logo o sono me pegou e dormi abraçada com a Talita.

Tretas never ends nessa história, aguentem firme haha Comentem e votem pra eu saber se estão gostando!

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