"Amanda! É preciso chamá-la quantas vezes? Que incompetente!" diz Martha ainda antes de entrar na cozinha "O que é que estás aqui a fazer?" pergunta
"Eu estava já de saída." Bea respondeu
"Não estava a falar contigo."
Calma, era para mim?
"Peço desculpa eu vim só com a Bea buscar umas coisas."
"Quantas vezes te disse que não quero esta miúda aqui em casa? Mas será que nem isso ouves?" grita para Bea
"Tu não estavas, tenho um quarto que me pertence, por isso ela pode entrar quando eu quiser e bem me apetecer." responde
"Eu vou andando, não quero causar ainda mais problemas." digo
"O facto de teres nascido faz de ti um grande problema minha querida." responde Martha
"Desculpe?! Mas quem é a senhora para falar assim comigo?"
"Ouve Annie, não és bem vinda aqui, se fazes o favor... Sai." aponta para a porta da cozinha
Agradeci educadamente o pequeno lanche que Amanda tinha preparado e saí de casa entrando no meu carro logo de seguida. Liguei a Ethan, eu não estou a acreditar que fui tratada daquela maneira pela mãe da minha melhor amiga.
"Já estás a caminho de casa?" pergunta Ethan assim que atende o telefone
"Ethan, ela maltratou-me..."
"Quem?"
"A Martha."
"Espera, a mãe da Bea? O que é que aconteceu?" Pergunta surpreso
"Ela disse que o facto de eu ter nascido faz de mim um problema... Ethan o que é que eu fiz?" pergunto e sinto umas lágrimas a escorrerem pela minha face
"Vai para casa, já vou ter contigo."
"Tu tens o restaurante, eu fico bem." digo enquanto limpo uma lágrima que teimava em escorregar pela minha bochecha
"Annie, eu..."
"Eu estou bem, fica aí." Interrompo-o
"Eu ligo-te mais logo. Não chores, tu não és um problema. És a solução dos meus e isso basta para nós. Nós somos felizes e não temos de deixar que alguém se intrometa nas nossas vidas. Tu és importante, tu és tudo Annie."
"Até logo Ethan." desligo a chamada
Sinto-me um fardo na vida das pessoas. Todas têm pena de mim pelo simples facto de ter perdido a minha mãe. Eu não preciso do sentimento de pena de ninguém.
Martha foi cruel para mim, eu nunca estive com ela, nunca falámos e é notório um ódio da parte dela em relação a mim. O que é que eu fiz de errado? Parece que desde sempre que não sou bem vinda a sua casa e Bea nunca me contara nada."Annie, desculpa eu não sei o que se passou ali!" Diz Bea assim que a chamada atende automaticamente
"Bea por favor deixa-me só, agora."
"Não! Ouve ela não sabe o que diz eu..."
"Nem tentes Bea, nem tentes defendê-la, não agora."
"Não estou. Eu só quero dizer que não a reconheço. Não sei o que se passou, não sei o motivo daquilo tudo."
"Desde sempre que não sou bem vinda em tua casa."
"Ela nunca gostou de ti é verdade, mas eu escolho as minhas amizades. Não ela."
"Eu preciso de ir, cheguei agora a casa."
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Lonely
Teen FictionUma história cheia de emoções fortes e mistérios... #766 in Ficção adolescente --> 04/09/2015