Small - Uma história de melhores amigos

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Eu poderia ser tantas coisas...
Poderia ser um astro do Rock...
Poderia ser um dono de uma empresa...
Poderia ser um ator de novela...
Poderia ser um daqueles rapazes bonitos com olhos claros e cabelo bonito...
Mas era só eu.
Um garoto baixo de 15 anos com 1,65 de altura, o mais baixo da turma. Naquela época os caras eram atletas, com 1,80 e 1,90 de altura com uns 15 ou 16 anos. Os com menos de 1,70 eram considerados nerds ou caras que não eram importantes para a nossa sociedade.
E eu era só eu.
Um cara desligado, sempre andando de cabeça baixa, com os ombros curvados e olhos amedrontados pela sociedade.
Eu tinha o cabelo bagunçado e naquele tempo não sabia dizer se era crespo, liso ou ondulado. Tinha um dos dentes da frente meio torto, mas sempre brancos, graças a exagerada mania de limpeza perfeita que minha mãe tinha. Meus olhos eram da cor de café e eu era considerado um dos caras mais magros da escola. Não era anoréxico, mas também não era normal. A única coisa que poderia ser considerada "normal" em mim era a minha pele. Branca, normal, como a maioria das peles da minha escola. Tinha várias espinhas na minha cara, o que dificultava de ver minha face claramente.
Eu gostava de várias bandas de Rock, quando todas as pessoas gostavam de música eletrônica e de hip hop.
Eu era só mais um no meio dos caras esquisitos com espinhas na cara.

Não pareço o tipo de cara que iria fazer uma história bacana, certo? Aposto que você esperava um cara esbelto, maneiro e popular que sempre se metia em aventuras. Ou um cara descolado e revoltado, com um moicano e com o cabelo tingido de verde/azul, com uma jaqueta de couro e deans rasgados, tocando sua guitarra pelo mundo inteiro com uma garota em especial.
Não sou esse cara;
Não sou descolado;
Não sou revoltado (Bem, talvez um pouco);
Não sou bonito;
Não consigo fazer poemas e músicas iradas, talvez um desenho ou outro...
Não sou especial;
Sou só mais um.
Se você procura uma história de um cara bacana e moderno, Adeus, foi um prazer de ver.
Mas se ainda se interessou apesar de tudo,
Temos muito que conversar.