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Agora vamos focar na noite em que tudo começou a dar errado nos meus vinte e cinco anos de idade.
Nos meus vinte e cinco anos eu estava indo bem, ótimo até.
Eu estava fazendo academia e meu corpo estava com uma boa aparência física. Comecei a achar um fio de cabelo branco ali, outro fio lá...
Fui adquirindo mais confiança com o passar dos anos. Mas eu ainda era meio tímido e algumas vezes até corava um pouco.
Nos meus vinte e cinco anos eu tive a brilhante ideia de abandonar a faculdade, mas isso não deu certo. Deve estar se perguntando pelo motivo de eu ter tido o incentivo e a "coragem" de abandonar a faculdade.
Por qual motivo?
Sally.
Ela queria se mudar do estado e naquela época eu não conseguia imaginar um futuro sem ela e o seu sorriso ao meu lado.

Foi em uma sexta feira chuvosa, onde você teria que colocar uns cinquenta casacos para não sentir muito frio.
Eu tinha arrumado minhas malas na terça, mas eu queria contar aos meus pais na sexta.
Sexta-feira, um dos melhores dias da semana - Minha mente berrava sarcásticamente - Mas que vai ser o pior dia para os pais de Jenny Jackson Tadeu, quando eles descobrirem que seu filhinho vai "ar-ra-saaaaaarr" com seu futuro, por causa de uma garota boboca que quer sair do estado. Meus parabéns, Sr. Jackson! Curta seu fracasso, mané.
Tentei lançar um "olhar feio" para minha mente, mas a ciência afirma que isso é impossível, então tudo o que consegui fazer foi fazer uma careta e olhar para cima, como se estivesse invocando um porco.
Mas mesmo assim eu me sentia culpado.
Largar tudo, meu futuro, pais, amigos, carreira, sonhos e tudo mais não parecia o certo a fazer.
Mas deixá-la também não parecia o certo a fazer.

Aos vinte e cinco eu trabalhava como garçom no período da noite. Esse não era o emprego dos meus sonhos, mas eu precisava de algum dinheiro.
Na sexta eu saí de casa mais cedo, para que eu evitasse olhar para meus pais, porque eu não conseguiria mesmo se tentasse.

Saí às cinco da tarde e cheguei cinco minutos atrasado no emprego. Fiquei com raiva do maldito engarrafamento das cinco da tarde e soltei um bufo por saber que eu levaria uma bronca do chefe.
O nome do meu chefe era Sr. Burns.
Deve ter se lembrado daquele cara dos "The Simpsons", onde o chefe do Homer Simpson era um sujeito magrelo e baixo, mais maníaco por maldade do que qualquer um naquele desenho.
Mas não se engane.
O Sr. Burns (O meu chefe) era um sujeito grandalhão e ele era tão gordo que pesava mais que uma manada de elefantes em cima de uma balança. Mas ele tinha o mal humor como semelhança com o outro Sr. Burns (O do desenho), e também era bem... como podemos dizer... MALVADÃO.
Gostava de importunar os funcionários, mas tentava passar uma imagem de "Chefe-bonzinho-que-ama-seus- funcionários" para os clientes.
Ele tinha 1,98 de altura. Grande não? Mas também era grande para os laaaados, se é que me entende. Era negro, só que tinha uma pele mais clara, com uma barba estilo homem de ferro. Ele se achava O cara. Andava sempre de terno preto ou azul, com uma gravata vermelha, sempre vermelha. Se você topar com ele um dia desses, o empurre em direção a primeira poça de lama que você vir, por mim, por favor.
Na sexta, ele estava mais malvadão do que de costume.
- Ei, você - Ele disse quando cheguei com sua voz de gorila-alfa - Se chegasse mais dois minutos atrasado eu teria demitido você, seu idiota, coloque logo a droga do uniforme antes que eu te dê um soco!
- Desculpe, senhor - Eu disse com as mãos trêmulas - Não vai acontecer de novo.
- Para o seu bem Jackson, eu espero que não. - Ele saiu dando passos curtos e pesados, em direção a sua cabine.
Quando ele saiu resmunguei todos os palavrões que você possa imaginar, literalmente. Eu xinguei todos.
Na minha mente, é claro.
Só alguns que saíram em um tom de sussurro, porque não consegui me controlar.
Fui em direção ao banheiro me trocar.

Small - Uma história de melhores amigosOnde histórias criam vida. Descubra agora