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Bom,
O meu nome é Jenny.
Apesar de eu já ter feito um breve resumo de minha aparência passada, adoraria esclarecer mais um pouco.
Esta história não vai se basear em mim com 15, mas para você não se perder nesse oceano com ondas de paraíso e do desespero, vamos precisar de uma máquina do tempo.
Não posso me lembrar de tudo com a melhor clareza do mundo, mas eu consegui gravar algumas coisas.
Sobre o meu nome, já riram muitas vezes pelo meu nome parecer um tanto feminino.
Digamos que depois de umas certas brigas com a minha mãe sobre darmos uma passada no cartório tenham me feito aprender a lição.
Agora, mais um personagem um tanto importante dessa pequena aventura:
Small.
Ele era meu cachorro, um tanto divertido, porém um tanto aventureiro.
Ele era amarelo, um amarelo bem vivo, e apesar de o tempo ter passado, e ele começara a ficar com uns pêlos brancos aqui e lá, para mim ele continuava o mesmo.
O mesmo cãozinho que eu achei em uma caixa de papelão, do lado da lata do lixo.
Quero dizer, ele cresceu.
Ficou com uma personalidade melhor, e quando eu o encontrei ele parecia faminto e emitia uns ruídos, que mais tarde eu concluí que eram barulhos de choro, o que me deu uma pena do caramba.
Depois que eu o encontrei ele ficou sem chorar por um bom tempo...

Agora, esqueçam minha descrição dos meus 15 anos de idade.
Vamos focar na minha época de dezoito.

Depois dos quinze, eu cresci bastante. Quando tinha dezoito, estava com 1,84, com o cabelo agora ondulado (Sim, eu consegui classificar o tipo do meu cabelo com o tempo), olhos pretos (Sim, pretos, não castanhos) e meus dentes deram uma ajeitada.
Eu continuava meio magrelo, mas minha forma não era tão ruim assim. De tempos em tempos eu ficava feliz com a minha forma, quando eu recebia elogios de belas garotas, ou quando eu via pessoas piores do que eu.
Aos dezoito, eu estava prestes a ir para a faculdade (O.K., não tão perto, ainda era setembro na época), estava fazendo um bico em uma loja de ferramentas perto da escola e corria tudo mais ou menos bem.
Ainda morava com meus pais na época, mas assim que eu terminasse o ensino médio eu iria ter uma meta: Ter minha casa própria. Mas naquela época eu estava mais preocupado em tirar boas notas.
Minha primeira namorada eu conheci em outubro, com dezoito.
Você deve estar horrorizado, com pensamentos do tipo: "Minha nossa, esse cara só arranjou uma garota com dezoito anos de idade?!" Ou "Esse cara deve ser um lixo!".
É, é mais ou menos isso.
Eu não era um lixo tão ruim assim, eu só era muito tímido.
O nome dela era Sally.
Ela era bonita. Tinha dezessete anos, seu cabelo era ondulado, castanho claro e batia no meio das costas. Ela usava um óculos de forma retangular, e seus olhos eram castanhos. Um castanho bem claro. Ela tinha um sorriso encantador. Me apaixonei pelo seu sorriso assim que o notei. E resolvi tentar, tentar falar com ela, dar o primeiro passo. Estávamos em uma cafeteria e nevava. Ela estava tomando um chocolate quente dali, e só lembro disso porque tirando o café de lá, era a minha bebida favorita.
Eu disse algo muito inteligente e sincero do tipo:
- Nome m-m-meu é Jenny, mas pode me cham-chamar de Jenny, é meio feio, mas é o nome que me deram, você deve gostar de chocolate, eu também gosto e ah... oi. - Ela ficou me encarando, com os olhos meio arregalados e com a seguinte expressão "Esse garoto deve ser biruta".
Tentei dar um sorriso, mostrando os dentes, porque foi a coisa mais sensata que eu pensei em fazer.
- O meu nome é Sally. - Ela disse dando um sorriso tímido.

Fiquei encarando-a por uns cinco minutos e acho que babei um pouco. Quando eu percebi que ela estava se levantando da cadeira para ir embora, eu arrisquei. Disse algo super atraente como:
- Vocêémuitobonita. - Ela sorriu e disse:
- Oh, obrigada. - Ela estava indo embora e eu não queria deixá-la ir, então falei:
- Vocêquersaircomigoamanhã? - Ela pareceu corar e disse com dificuldade, ajeitando os óculos:
- Claro, quando? - Quando? Foi aí que eu percebi o problema. Quando? Onde seria?
- Que tal no restaurante do lado da universidade Hamplet? - Ela encarou o chão pensativa. Acho que ela estava considerando as possibilidades. A possibilidade de sair correndo dali gritando e a possibilidade de aceitar.
Eu estava pensando em executar a primeira possibilidade, quando ela disse:
- Que horas?
- Hmmm... oito, dá? - Ela mordeu o lábio inferior. Amanhã naquele dia seria sábado e eu não tinha compromisso algum, então fiquei orgulhoso de mim mesmo por ter escolhido um ótimo horário.
- Ah, claro, oito, dá, tudo bem. - Ela disse encarando a mesa.
Uma garota aceitou sair comigo.
Eu estava tão feliz e surpreso ao mesmo tempo, que fui tão inteligente a ponto de falar algo como:
- Uh...?
- Eu disse que aceito sair com você às oito. - Ela colocou a mão na boca, como se estivesse prendendo o riso, então eu presumi que estava parecendo mais idiota do que achei que estava parecendo.
- Ah, claro, obrigado. - Fiz um aceno rápido com a cabeça.
Isso foi tudo o que eu consegui dizer. Ela murmurou um "Tchau" e acenou, indo em direção a saída. Eu suspirei murmurando um "Obrigado, senhor", olhando para o teto da cafeteria.

Small - Uma história de melhores amigosOnde histórias criam vida. Descubra agora