5:28... 5:29... 5:30. O alarme começa a tocar me avisando que é hora de levantar, porém como sempre, já estou sentada na cama o encarando.Você precisa ser mais rápido amigo...Desligo o terrível barulho que ele faz pra tentar me acordar. Sento em minha mesa e abro meu e-mail. Ele acusa 228 não lidos. Quando eu dormi, há apenas quatro horas atrás, não havia mais nenhum pendente. A tecnologia sempre facilitando sua vida Sophie; Reviro os olhos e decido lidar com os e-mails mais tarde.Ando em direção ao meu closet e escolho um short branco, blusa regata rosa e pego meus tênis. Vou ao banheiro, escovo os dentes, prendo os cabelos castanhos claros, que agora se encontram em um estado rebelde, em um rabo de cavalo e me convenço que estou um pouco apresentável. Moro em uma cobertura, mas por uma simples aversão a lugares fechados, incluindo elevadores, prefiro descer de escada. E sendo fiel aos meus rituais de todos os dias, ponho o celular no bolso, meuheadphone no ouvido e vou correr.
Não consigo me imaginar morando em outro lugar que não seja Nova Iorque, Manhattan simplesmente é meu paraíso particular. Eu adoro a correria, o barulho, pessoas correndo de um lado para outro... Eu nasci pra viver nessa cidade maluca.
Meu trabalho não fica atrás no quesito maluquices. Sou presidente de uma grande empresa de investimentos, a Trammer&Trammer's. Meu pai, Richard Willians Trammer II assumiu os negócios depois que meu avô faleceu, mas hoje em dia ele não é muito presente, o que acaba fazendo com que eu tenha que cuidar da empresa sozinha. Não me queixo, já que sempre que ele está lá nós passamos a maior parte do tempo discutindo... Até prefiro quando ele está longe.
O clima está agradável, nem muito quente, nem muito frio. É maravilhoso sentir o vento no rosto, ouvindo uma boa música, sem nada na cabeça... Biiip! O som terrível interrompendo minha música pra informar que alguém estava ligando.Mas que merda... Apertei o botão do headphone para atender a chamada.
"Trammer.".
"Srta Trammer, é Mark" A voz do outro lado da linha disse. Mark é, vulgo, meu contador incompetente.
"Resolveu aquela pendência?" Perguntei.
"Então..." Quando Mark começava uma frase com 'então', significava que nada havia sido resolvido. "Eu preciso de mais tempo pra conseguir redigir um novo contrato."
"Mais tempo?" Gritei enquanto continuava correndo. "Isso foi um erro seu Mark, sorte a sua que o cliente entendeu e não quis cancelar o contrato, você tem noção de quanto está em jogo por sua causa?"
"Eu sei srta. Trammer, mas isso não pode ser resolvido da noite pro dia, eu passei a noite acordado e..."
"E você acha que eu estou realmente interessada se você dormiu ou não?" Parei de correr e senti alguém me atingir bruscamente, o que me fez cair no chão.
"Que porra!" Disse o rapaz que me derrubou que agora estava por cima de mim.
"Caramba, custa olhar por onde anda?" Disse furiosa.
"Culpa sua que para de correr do nada!" Ele disse áspero.
"Culpa minha?" Disse com um suspiro. "Você pesa duas toneladas? Dá pra sair de cima de mim? Eu não consigo respirar."
Ele se levantou ficando de joelhos ao meu lado, tirou o capuz da cabeça e quando me virei, ainda deitada no chão, pude o olhar direito, tinha que admitir, o cara era bonito. Alto e forte, não do tipo fisiculturista, mas do tipo sarado. Os olhos pareciam transparentes de tão azuis. Basicamente, o cara era muito sexy. Tive que me lembrar que eu tinha que respirar.
"Pro seu bem, vou ignorar que você acabou de me chamar de gordo." Ele falou me olhando agora com divertimento nos olhos. Respirei fundo.
"Não retiro o que eu disse". Reparei que ele estava com o celular na mão e aproveitei para acusá-lo. "E acho que você que não prestou atenção por onde andava. Se soltar o celular de vez enquando e olhar pra frente, com sorte você não atropela mais ninguém!" O estranho e gostoso cara me olhava de cima abaixo e sorriu. Nossa, que sorriso... Aquilo podia matar alguém!
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Por você mil vezes
RomanceSophie Trammer é uma empresária bem sucedida que comanda o império do seu pai, com quem ela nunca teve uma boa relação. Abandonada pela própria mãe ainda bebê, ela percebe depois de um traumático relacionamento, que é melhor com números do que com o...