Uma noite perfeita.

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Depois de me recuperar do efeito Matthew Davis, aproveitei que estava tudo tranquilo e decidi ir visitar uns salões de festa, a nossa empresa iria completar 75 anos e nós planejávamos dar uma grande festa em comemoração. Fui em alguns lugares, mas nada me chamou muito a atenção. Queria algo clássico, elegante, mas não com cara de lugar velho. Depois de rodar muito pela cidade, decidi adiar a busca por enquanto e fui almoçar. Aproveitei para telefonar para Luke e saber como estava indo tudo, ele já ia começar a fazer a sessão de fotos, e eu estava morta de curiosa pra saber como ia ser a produção. Ele me mandou uma foto sua já com o figurino e nossa, estava de matar. Um smoking preto que caia perfeitamente bem nele, eles o deixaram com a sua rotineira barba mal feita, ainda bem, ele ficava muito mais charmoso assim.

Quando voltei para a empresa já era fim de tarde, recebi uma ligação de um tal Sr. Arnolds, ele tentava a muito tempo conseguir se tornar sócio da Trammer's, não importa o quanto disséssemos que não queríamos.

"Não vamos fechar negócio, eu já lhe disse 500 vezes." Falei já impaciente.

"Se a senhora disponibilizar um tempo pra ouvir a minha proposta...".

"É senhorita." Matthew abriu a porta, eu levantei um dedo pedindo para aguardar e ele sentou em meu sofá. "Eu não quero ouvir sua proposta, por que não temos interesse nela, ou em qualquer outra."

"Mas senhorita..."

"Não tem 'mas'." O interrompi. "A Trammer's é uma empresa familiar, não queremos gente de fora se metendo em nossos negócios. É passado de pai para filho há anos e vai continuar sendo assim."

"Até onde eu saiba senhorita, você não é casada então suponho que você não tem filhos." Ele falou arrogantemente.

"Não é da sua conta se eu sou casada e se tenho filhos, ou não." Levantei brava e me apoiei na janela. "Se você tem um projeto que possa nos interessar, o horário de consultoria é todas as terças das 10hrs às 16hrs, do contrário não tenho mais por que perder tempo com você. Passar bem." Desliguei e bufei. "Dá pra acreditar nesse cara?" Olhei para Matt que estava com uma expressão tranquila. "Até onde eu saiba a senhorita não tem filhos." Imitei sua voz. "Isso é uma audácia. Só por que eu não sou casada, se pressupõe que eu não tenho filhos? E se eu quiser sair adotando tudo quanto for criança por ai? Eu posso muito bem adotar 10 filhos e ainda ser solteira. Esse filho da pu...".

"Tá bem, tá bem!" Ele me interrompeu, se levantou e ficou de frente a mim. "Respira, se acalma..." Ele começou a rir. Respirei fundo e fechei os olhos. "Acalmou?"

"Acalmei. Só um pouco." Sentei em cima da minha mesa. "E você o que quer?" Ele se encostou na parede e cruzou os braços.

"O que vai fazer hoje à noite?"

"Ir pra casa e dormir, nada demais."

"Perfeito." Ele sorriu e eu o olhei confusa. "A gente vai sair pra jantar." Ele simplesmente saiu andando. "Te espero ali fora às 19hrs." Ele fechou a porta e eu fiquei piscando em choque. Ele me chamou pra sair?

O resto do dia passou voando, fiquei olhando pro relógio e quando marcou 19hrs, comecei a arrumar minhas coisas, uns cinco minutos depois eu já estava pronta pra sair. Abri a porta e Matt estava conversando com a Emily, os dois descontraídos. Ele tinha dito algo que fez ela começar a rir e me fez sorrir.

"É sério. Eu comecei a correr pela casa achando que estava cego." Ele falou rindo ainda.

"Oi senhorita." Emily secou as lágrimas que rolavam de tanto rir.

"O que tanto vocês acham graça?" Disse com divertimento.

"O sr. Davis estava contando que quando era pequeno estava jogando bola, bateu a cabeça na trave e achou que estava cego!" Ela disse rindo de novo.

Por você mil vezesOnde histórias criam vida. Descubra agora