Acordei com a luz do sol em meu rosto. Então me dei conta de onde estava. Eu tinha um lençol, chamado Matthew, ao redor de mim. Sorri da situação, tinha uma perna em cima do meu corpo e o braço em volta da minha cintura. Ele dormia calmamente e era mais lindo ainda com essa expressão tranqüila em seu rosto. Olhei para o relógio no criado mudo, ao lado da cama, eram nada menos que 8h30min. Puta merda! Meu compromisso é ás 9hrs! E agora? Pensei em acordá-lo, mas ele estava dormindo tão gostoso que me deu dó interromper seu sono. Tentei sair o mais delicadamente possível da cama, Matthew resmungou alguma coisa que eu não tinha nem tempo de tentar entender, depois de muito sofrimento, consegui levantar sem acordar ele. Dei uma última olhada nele, que se mexeu e agarrou o travesseiro como se fosse meu corpo e sorri. Beijei seu cabelo."Mais tarde a gente se fala bonitão!" Sussurrei.
Sai correndo pra porta e me dei conta de que estava usando só sua cueca e sua camisa. Voltei de novo correndo para pegar minhas roupas, vesti a calça jeans e assim já estava mais que suficiente. Embolei minhas roupas nas mãos, peguei as minhas sapatilhas e nem parei para calçar, desci descalça mesmo. Corri pelas escadas e não entrei no carro, me joguei dentro. Fui às pressas pra casa, tomei um banho super rápido, meu cabelo não estava apresentável, prendi em um coque, peguei o primeiro vestido que vi, coloquei meus saltos e eram 8h50min. Jesus, tenho dez minutos! Peguei minha bolsa de maquiagem, era o jeito terminar de me ajeitar no carro. Desci as pressas novamente, entrei no carro e sai dirigindo feito uma louca mesmo. Tenho certeza que pelo menos umas três multas iriam chegar só por causa de hoje. A cada sinal vermelho, eu passava algo da maquiagem. Por fim, quando cheguei finalmente, eram 9h40min. Entrei no salão correndo, aonde Richard já me esperava com uma cara nada amigável.
"Você..." Ele começou a falar com uma voz de raiva.
"Eu sei, eu sei!" O interrompi impaciente. "Atrasada!" Passei por ele e fui sentar na mesa reservada para nós.
Esses eventos eram muito chatos, mas necessários pra manter uma boa reputação no meio dos negócios. Eu estava simplesmente morrendo de fome, não tinha comido nada ainda e só iam servir o almoço ao meio dia. Argh... Que fome! Quase duas horas depois de falação chata e entediante, lembrei de Luke. Será que ele tinha chegado bem? Preciso comprar um celular assim que sair daqui, não posso esquecer disso, preciso entrar em contato com ele urgente. E Matthew? Será que ele já acordou? Preciso focar em outra coisa ou vou ficar louca presa aqui. Finalmente o almoço foi servido, meu pobre estomago não agüentava mais roncar em protesto. Consegui comer e se senti melhor, o mau humor estava passando. O evento acabou 13hrs, sai de lá direto para a empresa. Só ia jogar minhas coisas lá e ia sair pra comprar um celular. Cumprimentei Emily, como sempre e entrei em minha sala. Quando sento em minha cadeira, respiro fundo e tento por a cabeça no lugar. As últimas 12hrs foram uma loucura. Abri meus olhos e vi uma caixa embrulhada em cima da minha mesa. Peguei ela e rasguei o embrulho, era um Iphone branco, novinho e lindo. Gente... Quem comprou isso? Sai da sala com a caixa na mão e fui até Emily.
"Você que comprou?" Perguntei confusa.
"Não senhorita. O Sr Davis colocou em sua sala um pouco depois de chegar."
"Ele está aqui? E me comprou um celular?" Falei surpresa. Era muito esquisito pra mim outras pessoas me comprando coisas. Eu só tinha coisas compradas por mim mesma, no máximo recebia algum presente de Luke. Mas, ninguém tinha tido esse trabalho de ir comprar algo pra mim sem que eu mandasse.
"Sim. Chegou a pouco."
Bati em sua porta e entrei receosa, nem esperei autorização dele pra isso, não sabia o que ele iria falar, não sabia se algo tinha mudado entre nós... E eu esperava desesperadamente que sim. Ele estava sem a gravata rotineira, os dois botões da camisa abertos, as pernas em cima da mesa, uma bolsa de gelo na cabeça e os olhos fechados.
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Por você mil vezes
RomanceSophie Trammer é uma empresária bem sucedida que comanda o império do seu pai, com quem ela nunca teve uma boa relação. Abandonada pela própria mãe ainda bebê, ela percebe depois de um traumático relacionamento, que é melhor com números do que com o...