- Pensas que sou a tua boneca sexual, é? Pois estás muito enganado, e se é isso que pensas podes sair. - respirei fundo.
Nunca tinha dito tal coisa a um homem, estava orgulhosa de mim.Em tempos fora uma jovem muito ingénua, deixava que todos os rapazes me usassem como se fosse uma boneca.
Isso faz-me lembrar um ex-namorado que eu tive.
Lembro-me perfeitamente.
Aos 20 anos, achei que havia encontrado o homem da minha vida, mesmo.
Conheci-o numa biblioteca, ele veio contra mim e derrubou os meus livros. Chamei-lhe uma data de coisas, insultei-o e ele olhou para mim, sorriu como se nunca tinha visto uma rapagira na vida, e disse-me precisamente " Desculpe, mas é linda. Mesmo muito linda. "
E tudo começou.
Ele fazia se passar por um gajo meigo e simpatico, e eu derretia-me completamente.
Até que num dia, as coisas aqueceram e me entreguei a ele. Tirou-me a virgindade, e a partir daí apenas queria ficar na minha ou na sua cama.
Um dia cansei-me e desapareci.
O desgraçado ainda me tentou contactar.
Não tenho ninguém desde aí, mais ou menos há 5 anos, já que o nosso relacionamento durou 2 anos.Stefan levantou-se e veio até mim olhando espantado.
- Não te podes apaixonar, Emma.
- Porque não? Tou carente, não fazia isto há 5 anos, e por mais que queira, por mais que te deseje, eu sinto falta de carinho.
Percebi o quão afetada ficara, e escondi a cara olhando o chão.
Dois dedos elevaram o meu queixo e fiquei a olhar Stefan.
Ele aproximou-se, mas em vez de um beijo escaldante, roçou os nossos narizes e beijou a minha testa. Levou os braços à minha cintura e envolveu-me num abraço caloroso.
Eu deixei cair uma lágrima, e escondi a minha cara no seu pescoço.
Ficamos assim alguns segundos, mas alguma coisa se passou.
Stefan largou-me bruscamente.
- Não posso, Emma. Não posso. Não.
Voou em direção à porta.
- Adeus Emma.
E saiu.
O quê? Que se passou?Stefan.
Que tinha eu acabado de fazer?
Ela não se podia sequer ter aproximado de mim, quanto mais se apaixonar.
Como irei contar a Ellie tudo isto? Devo se quer contar-lhe?
Entrei no carro e conduzi rapidamente ate à sua casa.
Toquei à campainha e olhei-a.
Namorávamos à cerca de 2 anos. Não tínhamos mesmo o namoro perfeito, e em tempos o sentimento fora imenso. Ela foi a mulher que me fez querer amar, mas por algum motivo este meu amor por ela estava a desvanecer aos poucos.
Ela cumprimentou-me com um beijo suave nos lábios e eu retribui do mesmo modo.
- Tinha saudades tuas. - a sua voz doce ecoou nos meus ouvidos.
Lancei-lhe um sorriso brilhante que ela me devolveu do mesmo modo.
- Que se passa? Pareces tenso.
- Não é nada só estou cansado. Tenho treinado muito.
Ela torceu o nariz, mas deixou passar.
Apenas um pensamento ocorria na minha mente quando ela me olhava nos olhos : " Como te pude fazer isto? "