Capítulo 5

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Cheguei tarde em casa e não quis comer nada, apenas tomar um banho revigoroso e correr pra cama, recostar minha cabeça e deixar que os pensamentos me afastassem dos meus problemas. Mas a Isabele se tornou uma incógnita na minha mente, os olhos dela me diziam algo mais do que ela queria transparecer, era como se eu e ela estivéssemos ligadas de alguma forma. Decidi que na manhã seguinte procuraria pelo número dela em seus dados cadastrados no meu consultório. Mas por enquanto, só queria aproveitar a noite, sozinha como sempre, mas cheia de ideias.

Na manhã seguinte acordei um pouco depois do despertador me levantar, abri os olhos desesperada, pois já estava muito atrasada. Fiz minha higiene matinal, tomei um café muito rápido e saí porta afora em direção ao consultório.

- Bom dia Carol! - Cumprimentei minha secretária.

- Bom dia D. Bruna!

- Escuta Carol, sabe aquela paciente que saiu ontem daqui correndo?

- Sei sim.

- Quero que me passe os dados dela.

- Pode deixar, vou colocar na sua mesa.

Entrei no escritório e sentei na cadeira, tirando de mim toda a carga de ar presa pela correria do atraso.

Olhando para o chão, observei que um papel estava no canto, junto a um jarro de flores que costumava fazer parte da decoração do escritório. Levantei-me para pegar o papel e me surpreendi com o conteúdo que estava impresso. A foto do Lucas em frente a construtora onde trabalhava.

Muito estranho aquela foto estar ali no canto, pois todas as fotos do Lucas eu fiz questão de guardar numa gaveta. De qualquer modo, devo ter esquecido de por essa.

- Doutora, aqui estão os dados da paciente... Está olhando mais uma foto do seu ex-marido? A Senhora nunca vai esquecê-lo...

- Não sei como, mas achei essa foto num canto desses, devo ter esquecido de juntar às outras.

- Espero que algum dia a senhora ache o assassino.

- Eu vou achar!

- Isabele Lopes, vamos ver se ela me atende! - Falei comigo mesma.

Peguei os dados da Isabele, tentei ligar para o celular, mas só caía na caixa de mensagens.

"Olá Isabele, eu sou a Dra. Bruna Reis, do consultório, queria muito te ver porque acho que alguma coisa te aflige, espero que algum dia se sinta disposta a me deixar te ajudar de alguma maneira."

Part. Isabele

Busquei meu filho Gustavo na escola e após servir o almoço verifiquei as notificações do celular, havia um recado na caixa postal e uma ligação de um número desconhecido, esperei terminar de almoçar para checar o recado.

- Não é possível! Aquela maldita me disse que a viúva do Lucas era uma mosca morta, que não tinha perigo deixá-la viva, agora essa psicólogazinha vai ficar no meu pé?

De Frente Com O Seu Pior PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora