Capítulo 2

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- Oi? Quem está falando?

- Não importa quem está falando. Estou aqui com o seu marido.

- Que brincadeira é essa? O meu marido está no trabalho, por favor, não ligue mais. Se você tem tempo pra ficar passando trote, eu não.

- Você e ele vão me pagar.

Desliguei o celular e não dei ouvidos as ameaças que aquela voz feminina me falava, o Lucas nunca me trairia, só podia ser trote.

O resto do final da tarde foi normal, mas ainda me restava desconfiança sobre a ligação que havia recebido antes.

Para não tirar conclusões precipitadas, liguei para o Lucas, mas as chamadas sempre caíam na caixa postal. Comecei a estranhar, mas também achei que ele estivesse em alguma reunião importante.

Acabando as consultas, entrei no carro e me dirigi para casa. Enfim tomaria uma boa ducha e iria ter um tempo com o meu amor.

Como já era costume, cheguei em casa e ele não estava, mesmo assim, seu cheiro era sempre o aroma que respirava quando acabava de chegar.

Depois de um banho e de uma refeição fui para o quarto ler algum livro, mas acabei dormindo.

Acordei no meio da noite e estendi a mão tentando abraçar o Lucas ao lado da cama, mas notei que ele ainda não havia chegado e levantei num susto.

- Ele nunca chegou tão tarde.

Andei pela casa, e obtendo a certeza de que ele não havia chegado, liguei novamente para o celular que mais uma vez não estava disponível.

Não consegui dormir. Durante uma hora a agonia tomou conta dos meus pensamentos. Será que é verdade, o Lucas está com aquela mulher que me ligou mais cedo?

Fui interrompida pelo celular que me tirou dos devaneios. O número não aparecia na tela, provavelmente quem me ligou não queria ter o número reconhecido.

- Alô?

- Você acredita agora que o Lucas está comigo?

Como ela sabia o nome dele? Era tudo verdade. Mas o que está acontecendo?

- O que o Lucas está fazendo com você?

- O que ele fez comigo foi uma traição e só estou te ligando pra dizer que ele vai pagar pelo que me fez nesse momento, se você ainda quiser vê-lo vou mandar o endereço por mensagem.

- O que você vai fazer?... - A ligação foi cortada.

Muito nervosa, observei o conteúdo da mensagem no celular.

"O seu marido vai morrer agora, me desculpe, mas não aguentei mais esperar que ele cumprisse com as promessas que me fez. Se quiser se despedir, venha para a garagem azul na entrada da cidade"

Mais que depressa, coloquei qualquer roupa que achei no guarda-roupa e acelerei o carro. Em menos de 10 minutos já estava na entrada da cidade, observei a garagem azul descrita na mensagem e corri, com lágrimas nos olhos.

- Lucas!

Por um momento achei que estivesse sonhando e que tudo aquilo iria passar assim que acordasse, mas não. Não era sonho. Assim que abri a porta que estava encostada me deparei com a imagem mais triste, os meus olhos não podiam acreditar. Na minha cabeça passou o filme do dia em que fui para o altar, jurar que estaria com o Lucas na alegria, na doença, até que a morte nos separe, e nesse momento eu não estou com ele na alegria nem na doença, pois a morte já nos separou.

De Frente Com O Seu Pior PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora