De longe, Golden Gate Park é lindo. Mas de perto, é incrivelmente mais bonito. Não poderia ser diferente , afinal, é o terceiro parque mais visitado dos Estados Unidos.
Se casar e ter filhos longe de casa nunca fez parte dos planos de meus pais. Mas não puderam evitar. Minha mãe - que veio à São Francisco para fazer um intercâmbio-, acabou se apaixonando por Jansen Hunter, meu pai. Eles tiveram uma relação meio conturbada, por causa da família de minha mãe, que não aceitava que ela estivesse grávida tão cedo.
Minha mãe fugiu antes que meu pai pudera me conhecer. Quando o avião desembarcou no Brasil, ela sentiu dores intensas; era minha hora de nascer. E foi ali, no meio de centenas de pessoas, que eu, Ariadne Velasques, a qual não recebeu o sobrenome do pai, nasci.
Ainda não conheço Jansen, fui praticamente criada por minha mãe e meu padrasto, como uma família de verdade.
Quando tinha seis anos, mamãe fez questão de voltar a São Francisco, para que eu tivesse o melhor estudo possível. E cá estou, com Piter, meu namorado, no Golden Gate Park.
_Terra chamando Ariadne! -Piter estava à minha frente, acenando com as mãos, como se eu estivesse em outro mundo.
_Desculpa. Estava com a cabeça nas nuvens. - tive um tique, que me fez voltar ao "mundo real".
_É isso o que acontece quando se lê tantos livros. Deve dar um nó na cabeça.
Às vezes isso me irrita. Sabe, o fato de Piter não ter interesse por algo que não seja futebol e seu topete. Algo nele me parece tão superficial que me pergunto o porquê de ainda estar com ele.
_Menos, Piter.
_Ok. Não quis ofender seu gosto por livros. Mesmo que você se importe mais com eles do que comigo. - ele costuma mudar de assunto quando sabe que estou brava. Parece que é adaptado para viver ao meu lado, porque na maioria das vezes, essa tática dá certo.
Mas não desta vez.
_você sabe que não é assim.
_Claro que sei. Todos me amam.
Tudo bem. Realmente a maioria das pessoas com que ele se relaciona o idolatra. Mas isso certamente não pode ser considerado amor, não é mesmo? Nem eu sei se ainda o amo como antes.
Me levantei do banco de onde estávamos sentados e olhei diretamente para ele, que continuara sentado.
_Talvez não seja bem assim, Piter Walker.
Antes que ele pudesse responder, me virei e comecei a andar sem direção certa. Tentando desaparecer do seu campo de visão. Tudo o que eu quero agora é alguém que me entenda e se importe com algo a mais que um topete.
Nem estava tão irritada assim, mais essa foi a última gota. Estou transbordando de ódio.Piter é um dos garotos mais populares do colégio, jogador de futebol americano e, bonito. Os únicos quesitos para ter garotas e mais garotas ao seus pés.
Eu nunca fui lá uma garota super-popular, mas fui a primeira por quem Walker se apaixonou verdadeiramente, acredito. Quando seu pai morreu, senti a necessidade de ajudá-lo a superar à perda. De protegê-lo de tudo e todos. Come se ele precisasse de mim naquele momento. Eu o ajudava com tudo, desde tentar confortá-lo, a fazer suas atividades escolares quando ele não se sentia bem. Foi quando nos apaixonamos. E hoje, digamos que ganhei a fama de "primeira dama" do colégio.
Depois de seis meses namorando, ele retomou suas atividades e voltou a ser o Piter de sempre. Voltou a esnobar os nerds, voltou a dar moral para outras garotas além de mim, e o pior, retomou sua confiança em si mesmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dominus - Os Escolhidos
RandomNunca passou pela cabeça de Ariadne ser uma pessoa diferente das outras. Sua vida era normal; ela tinha amigos, inimigos e um namorado lindo. Mas, no seu décimo sexto aniversário, Aria se descobre em um mundo novo, com coisas bem diferentes do conve...