Nossas malas estavam prontas. Taeil chegaria em torno de uns 50 minutos e eu já havia arrumado sua mala. Nossas passagens eram para dois meses, comprei ida e volta pois nosso manager havia pedido uma data de retorno para ele arrumar a agendo dos outros membros.
Apesar de feliz uma parte de mim estava confusa, passei a noite toda pensando nas palavras do estranho da lanchonete. Mesmo que eu tivesse praticamente certeza de que aquilo era mentira, uma parte de mim queria duvidar.
"Taeil está te traindo."
Tentei pensar em outra coisa mas aquelas palavras eram fortes demais para serem esquecidas facilmente.
- Ocupado?
Olhei para a porta do quarto onde aguardava Taeil com as malas. Vi o menor sorrir para mim e então levantei indo ao encontro dele, beijei sua testa e o puxei para dentro do quarto fechando a porta.
- Pra você nunca estarei ocupado - sorri gentilmente e me sentei na cama com o menor no meu colo. - Chegou mais cedo... aconteceu alguma coisa?
- Nada importante, apenas me deixaram sair mais cedo. - me abraçou - Estava tão ansioso que mal conseguia esperar pra te encontrar.
- Então vamos? Os garotos devem acordar logo. - soltei o abraço gentilmente e peguei minha mala - Fiz sua mala - sorri.
- Obrigado WooJi - se levantou e pegou sua mala.
Peguei sua mão e saí do quarto acompanhado dele, mas no momento em que descíamos as escadas Kyung apareceu na nossa frente com um copo d'água.
Olhei para ele espantado e logo em seguida olhei para o menor que também estava surpreso.
- Por que as malas? - ele perguntou confuso.
- V-vamos doar algumas c-coisas para a caridade. - Taeil respondeu tentando esconder a surpresa.
- Tão cedo? Acho que vai ser caminho perdido...
- Nós já avisamos a dona do centro de arrecadações - falei um pouco tenso, podíamos ser descobertos e tudo iria por água abaixo.
- Então vou com vocês, também tenho umas coisas que não uso mais no quarto - olhou para nossas malas e voltou a olhar para nós -, mas acho que não vou conseguir superar vocês - riu e subiu as escadas,passando por nós rapidamente.
Nos apressamos em sair de casa, pegamos um táxi.
- Essa foi por pouco - desabafou Taeil com um sorriso.
- Ainda bem que meu baixinho é inteligente - o puxei para um abraço já que ambos estávamos no banco de trás do carro.
- Eu sei disso - rodeou seus braços pela minha cintura e apoiou sua cabeça em meu peito.
O silêncio ficou estabelecido pelo resto do caminho apenas o barulho do trânsito era ouvido de dentro do carro.
Chegamos ao aeroporto uns 25 minutos depois. Descemos do táxi e pegamos nossas bagagens entrando no aeroporto logo em seguida. Fizemos o necessário e sentamos para esperar nosso avião.
- Isso parece até um filme. - falei para o menor.
- Uma aventura de filme americano.
- Isso mesmo - ri baixo, de repente as palavras do estranho vieram na minha mente e meu semblante ficou sério. - Taeil...
- Hum.
- Eu queria te perguntar uma coisa.
- Pode perguntar o que quiser amor. - sorriu docemente.
- É que ontem eu fui no centro e fui tomar uma café numa lanchonete, mas eu estava com uma sens...
"Passageiros do voô para o Japão por favor ir para o portão de embarque 015"
- Vamos! - Taeil se levantou e me puxou pelo braço.
Embarcamos no avião e então quando finalmente estávamos nos assentos ele se virou pra mim com um olhar apaixonado.
- Pode continuar...
Eu queria perguntar, mas se perguntasse ele acharia que não confio nele, mas eu confio. Pensei em como Kyu já havia forjado um plano para nos separar então preferi acreditar que aquilo era um plano dele. Até porque eu e Taeil tínhamos uma história juntos, vivemos muitas coisas pra um completo estranho falar que eu devo desconfiar de quem eu amo e simplesmente começar a desconfiar dele. Aquilo não fazia sentido, mesmo que no fundo eu quisesse perguntar eu acabaria magoando o menor e isso acabaria ME magoando.
Sorri para o menor e peguei em sua mão a apertando.
- Agora não lembra, devia ser alguma coisa sobre filmes americanos.
Ele riu do comentário e então disse:
- Então okay...
Um pouco depois foi anunciado a decolagem e senti um frio na barriga, olhei o menor que apertava minha mão com força e sorri.
