1-Revólver por papel

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"Na vida, o que não mata você, vira verso"
Sim, eu acreditava completamente nisso. Digo por experiência própria.

Meu nome é Júlio, 14 anos, moro no Rio de Janeiro e sou um garoto não muito diferente do que você costuma pensar quando se fala em morador de favela, mas há uma diferença entre mim e a maioria.

As coisas que aconteceram comigo somado ao lugar onde morava, poderiam facilmente me tornar um marginal (Como a maioria das pessoas que conheço), me entregando ao crime e saindo pelos cantos espalhando o caos, com um revólver na mão. Mas desde o primeiro acontecimento, que na verdade me marca até hoje, resolvi procurar uma forma diferente para focar todos os sentimentos que passavam pela minha mente, quer fossem eles bons ou ruins.

Me lembro com clareza, da primeira vez que escrevi um verso em meu caderno velho, sentado na cama, com lágrimas nos olhos e um sentimento de ter perdido algo muito importante para mim. Na verdade, alguém.

As lembranças me voltam a cada vez que ouço um tiro no morro.

Um último versoOnde histórias criam vida. Descubra agora