7-Calçada das memórias

94 6 0
                                    

Acordamos cedo, Cris acordou primeiro e me derrubou no chão.

-Filho da...- eu disse com um ar de sonolência e quase que pulando no pescoço dele

-Acorda cara, temos que acordar antes dos traficantes, a não ser que você curta tomar uns tiros

-Pô Cris, ferrou minha coluna - falei tentando arrastar meu corpo para a cama de novo.

Fomos em direção à cozinha e procuramos algo para o café da manhã, o barulho dos nossos estômagos chegava a nos assustar.

Que surpresa: Pão para o café da manhã. Porém ao checar um armário, encontro leite guardado. Retiro do armário e nos sirvo.

-Meu tio deve ter comprado ontem - Falei enquanto colocava leite nos copos.

-Vamos ver se o seu J vem com a gente, ele vai curtir uma saída.

Fomos ao quarto do meu tio, era domingo e ele estava dormindo, o acordamos e perguntamos se ele queria vir com a gente.

-Não moleques, vão vocês, estou um pouco ocupado - disse ele enquanto puxava o cobertor velho e virava pro outro lado.

Um pouco decepcionado chamei Cris e a gente saiu. A algum tempo eu não descia o morro, ainda mais pra ir à praia. Acho que durante a minha vida fui uma vez na praia, justamente com meus pais...

-Cara, você tá viajando de novo, se os bandidos te pegarem, eu digo que nem te conheço pra não sobrar pra mim.

-Foi mal, é o sono - Tentei novamente disfarçar o que estava em minha cabeça.

Eu estava em parte ansioso, pois eu não lembrava muito da sensação de estar num ambiente assim. Quando atravessei a Av e pisei naquele calçadão pude quase que ver eu e meus pais naquele mesmo lugar como anos atrás.

***flashback***

Mãe: vendo filho mamãe disse que a gente iria vir

"Podemos estar aqui, não vão prender a gente?"

Pai: Claro que não Julio, temos direitos como todos, não somos menores que ninguem, não deixe ninguem falar o contrário a você. Certo?

"Sim senhor"

***fim de flashback***

-Cara olha esse mar - Disse Cris cortando meu pensamento - Vamos sentar na areia logo.

E nos dirigimos para um lugar próximo à Pedra do Leme que não ficava distante de onde estávamos

Um último versoOnde histórias criam vida. Descubra agora