4-Jogando pra fugir

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Como já disse, o nosso jogo pra alguns não passava de uma forma de esquecer a vida e problemas que tinham. Só que não existe um lugar em que você consiga ficar cem porcento tranquilo.

-Fala Cris, camisa nova Julio? Ha ha

Esse era o Marcos, metido a playboy, maior em estatura, mas não me colocava um pingo de medo. Se fosse tão superior, não moraria numa favela.

-A camisa não importa, mas sim a habilidade de quem a veste - respondi com um olhar de "Vai encarar?" Viro as costas e vou posicionar a bola.

-Sua única habilidade é escrever naquele diário que você tem, seu otário.

Nesse momento o sangue ferve, porém como sou acostumado controlo a raiva e ainda de costas eu dou uma leve olhada pra trás e respondo.

-Se você soubesse que a calma que escrever me trouxe foi a única coisa que me impediu de te dar um soco, pararia de zoar. Se ocupasse seu tempo escrevendo algo de útil ao invés de se achando, deixaria de ser tão babaca.

Marcos vem em minha direção, porém Cris o segura e o empurra pro time dele. Ele estava acostumado com esses desentendimentos nossos e eu sabia bem como fazer Marcos se calar.
Começamos a jogar, fazemos uma troca rápida de passes ainda em nosso campo de defesa, dou um toque para Jonatan e começo a avançar, com um cruzamento de precisão perfeita ele me deixa exatamente onde precisava: Cara a cara com o goleiro. A velha história do "se chutar é gol". Porém vi Cris do meu lado esquerdo e com um passe, deixei que ele abrisse o placar. 1x0, mas ainda estávamos no início do jogo.

Um último versoOnde histórias criam vida. Descubra agora