EPÍLOGO

4 1 0
                                    

Em um mundo aonde os contatos virtuais dominam, quando alguém olha diretamente nos seus olhos em qualquer lugar, deveria existir algum tipo de comemoração.
Fogos de artíficio, sorrisos sinceros, um convite pra tomar um sorvete naquele loja que continua aberta mais por tradição do que pela quantidade de vendas. Qualquer coisa que marque um momento tão raro e importante em nossas vidas.
Mas o que acontece mesmo é que se alguém olha outra pessoa por mais de dois segundos, a promeira coisa que se faz é guardar o celular, segurar a bolsa com um pouco mais de força e andar o mais rápido possível, como se o indivíduo em si fosse uma bomba prestes a explodir.
Em tempos de internet, pequenos gestos deveriam ser visto como um ato de coragem. O problema, é que nem todos são corajosos.
Todos se concentram em observar o mundo por uma tela de computador, por uma tela de celular e não se dá conta de que aquele mundo magnifíco que está ali dentro, é o mesmo mundo que está aqui fora, esperando para ser explorado.
E apesar do universo ser bem mais que a cidade em que vivemos, começar por ela já é um grande passo. Conheço gente que viveu a vida inteira no mesmo lugar e não sabe fazer outra coisa fora o percusso casa - aula- trabalho - casa.
Então eu não sei muito bem explicar, mas acho que foi isso que me encantou nele. Porque, quando ele me olhou, eu não tive medo. Eu apenas soube que aquele garoto me entendia.
Ele olhava o mundo da maneira certa. Ele se dava conta do quão enorme é o universo. E, numa dessas olhadas, ele me notou - aqui, tentando ser vista.
Acho que é por isso que eu sou tão grata pela chegada dele.

Quando ele se foiWhere stories live. Discover now