Estrelas

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No dia seguinte, eu tinha aula na faculdade, mas graças a Deus era aula prática na parte da manhã, o que me tranquilizou, porque eu podia ir numa loja comprar uma roupa descente para sair com Lucas, chegar em casa, almoçar, e me trocar. Na loja, comprei até um perfume novo, vai saber.

Logo que eu sai da aula, Thiago me ligou:

- Olá, Juliana Drummond Vasconcelos.
- Nossa, quanta formalidade, não? - Ele riu.
- Está livre para sair mais tarde?
- Ah, eu não te contei. O Lucas da sua sala me convidou pra sair hoje! Tem como a gente deixar pra uma próxima vez?
- Ah... - a voz de Thiago murchou. - O Lucas. Claro, vamos deixar pra outro dia. Tenho que desligar agora, minha vó está querendo usar o telefone.
- Tudo bem, posso te ligar mais tarde?
- Pode sim.

Ele desligou o telefone sem dar tchau. Normalmente nós ficávamos horas até nos despedirmos de vez pois sempre tínhamos mais assunto pra falar. Que estranho...

Liguei para a Carol subir pro meu apartamento para me ajudar a escolher uma roupa:

- To subindo aí!

Quando Carol chegou eu estava almoçando e ela estava bagunçando todo o meu guarda-roupa.

- Acabei de voltar de uma loja de roupas e de uma perfumaria. Você acha que eu devo ir de calça ou de vestido?

- Nada de ir de calça, você está louca?! Vamos, vá já tomar banho, lavar e secar esse cabelo, fazer uma make divina e arrastar, mulher!

Fiz o que ela mandou, tudo nos conformes, pois se não ela iria ficar "Juliana faz isso", "Juliana veste isso". Quando eu terminei de secar o meu cabelo, ela começou a fazer minha maquiagem e logo em seguida fui no quarto ver a roupa que ela tinha preparado pra mim. Ela separou um vestidinho de cor amarelinho bem bonitinho que eu nunca tinha usado, uma jaqueta jeans que eu tinha comprado e o coturno que comprei recentemente e estava esperando uma ocasião legal pra usar. Literalmente fiquei muito bonita. Carol era totalmente liga a moda, maquiagem, e claro, ao Marcelo.

Quando me dei conta, já eram 17 horas. Lucas iria chegar às 18 horas. Falei para a Carol correr pra deixar o apartamento em ordem pra quando Lucas chegar não pensar que sou uma relaxada! Agradeci minha prima por ter me ajudado e ela desceu pela escada para o apartamento dela pois ela morava no debaixo.

18h em ponto, o meu interfone toca e aquela voz maravilhosa de Lucas diz: "Estou aqui em baixo". Desci imediatamente, sem demorar mais um segundo. Quando cheguei no térreo, ele estava encostado em um carro prata, com uma camisa social branca, uma calça jeans, tênis e com o topete muito mais arrumado, ou seja, estava maravilhoso! Ele me cumprimentou com um beijo no rosto e me elogiou dizendo que eu estava linda, abrindo a porta do carro para eu entrar. Não sou de sair com muitos caras, mas ele literalemente me surpreendeu.

No carro viemos conversando, ele me perguntou várias coisas, até qual era minha cor preferida. Ele me levou até um restaurante de comida japonesa, como ele adivinhou que sou apaixonada pela culinária oriental? Me surpreende cada vez mais. Conversamos a noite toda, tomamos vodka, algumas doses de tequila e comemos bastante, ele pediu a conta e eu já fui colocando a mão na carteira pra pegar o meu cartão mas ele pegou na minha mão, senti um arrepio, e ele disse:

- Relaxa, deixa que eu pago. - Com um sorriso de compreensão.

Insisti.

- Não, que isso, imagina! - Ri para disfarçar. - Eu pago minha parte.
Ele virou para o garçom e falou:
- Pegue só o meu cartão, se você pegar o dela, não te dou gorjeta. - E sorriu olhando pra mim.
Eu comecei a rir e negar com a cabeça.
Saímos do restaurante, estava uma noite maravilhosa. O valete trouxe o carro, e assim que entramos ele me perguntou:
- Posso te levar a um lugar?
Eu não hesitei em responder:
- Para a onde?
- Veja você mesma. - Com um sorriso de lado.

Ele me levou pra um lugar onde conseguíamos ver as estrelas. O céu estava carregado delas, existiam inúmeras. O carro tinha teto solar, mas ele preferiu que saíssemos e deitássemos na grama que tinha em volta (até uma espécie de toalha ele trouxe). Ficamos ali por umas 2h conversando, e sempre que eu falava ele ficava me encarando com aqueles olhos verdes esmeraldas. E eu contava toda a minha vida, tudo o que eu fiz e fazia, como era morar sozinha e entre outras coisas. Ele me contou sobre a vida dele também, que o pai era engenheiro e tinha a própria empresa e a mãe era advogada, também tem 2 irmãos casados e que é o caçula da família.

Depois de muito tempo, decidimos ir embora. Ele me levou até o meu apartamento, mostrei tudo pra ele e ele ficou fascinado com a vista que tinha da sacada e com a minha estante repleta de livros. Já estava tarde, e ele tinha que ir embora:

- Está tarde, tenho que ir. Agradeço pela companhia, você é uma garota maravilhosa... e linda.
- Obrigada. - Com o rosto parecendo um pimentão. - Você também é muito legal!
- Podemos sair mais vezes, claro, se você quiser.
- Claro, com certeza vamos sim, é só me ligar.
- Ligarei sim, pode apostar, princesa. - E deu uma risadinha. - Então... Boa noite!
- Boa noite, durma bem.

E ele foi me cumprimentar no rosto e puf, acabamos nos beijando. Ele tinha o beijo mais magnífico de todo o mundo. Quando fechei a porta, fui pra cama pensando no que aconteceu e passei o resto da noite com aquilo na cabeça, até cheguei a sonhar.

Contei tudo para as meninas no domingo, elas não acreditaram e ficaram gritando via Skype assim que eu terminei de resumir a minha noite. Estava feliz e ao mesmo tempo com dor de ouvidos!

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