Capítulo 12

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- Jenna! Eu não acredito que você foi ao parque com o meu irmão e não me contou! - ele gritava com ela. - Eu tive que saber pela minha mãe, já que nem ele ia me contar do “encontro” de vocês.

Ele começou com as acusações e a menina estava entre gritar de volta ou começar a chorar. Ela lembrou que confiava nele, tanto que esperava que a reciproca fosse verdadeira. Então por que aquele escândalo? Eles estavam no jardim de Jenna e tanto a mãe dele, quanto a avó da menina estavam fora. Stephen estava provavelmente dentro da casa deles, fazendo qualquer coisa O coração de Jenna estava partido em mais de mil pedaços,  porque ela achava que ele confiava nela. Ela nunca duvidou daquilo, mas agora, ela parecia ter quebrado a cara mais feito do que qualquer outra vez em sua vida.

- Rowan, você sinceramente acha que eu iria atrás do seu irmão gêmeo? - ela mordeu o lábio, com vontade de chorar. Rowan não sabia o que dizer e quando viu os olhos dela brilhando de tristeza e amargura foi quando ele notou que pisou na bola. Pisou muito na bola. E ela estava chorando.

Ele fizera a menina mais animada, gentil e de bem com a vida que ele conhecia chorar. Era como se ele tivesse empurrando uma criança pequena que brincava no parquinho. A menina deu-lhe um olhar frio, magoado, por debaixo das lágrimas. Rowan desistiu de argumentar e foi embora. Talvez, uma das coisas mais difíceis de sua vida, foi ir embora daquele jardim  e virar as costas para Jen, a sua Jenna, enquanto ela chorava. Mas o olhar de Jen era o de “vá embora, me deixa sozinha”. Rowan não foi para casa, de qualquer forma. Ele pegou a moto e saiu pela entrada de carros, dando a partida e indo para qualquer lugar, querendo ficar longe. Ele tivera que errar com a menina.

Rowan tinha quase certeza... Não, o garoto tinha certeza de que ele estava amando Jenna. E ele queria voltar, ah como ele queria. Mas depois de pisar na bola com a menina que ele mais se importava, o que o impedia era algo maior que qualquer orgulho.... Era a vergonha por tê-la decepcionado. Porque ela acreditava e confiava nele e o rapaz não foi nem sequer capaz de racionalizar quando ouviu sobre Steph e Jen. Ele a amava tanto e fizera uma das maiores burradas de sua vida.

O rapaz continuou dirigindo, saindo de Apple Valley. Assim que saiu, parou no primeiro posto de gasolina que viu e abasteceu. O garoto não estava pronto para voltar para casa, não depois do que fizera a Jenna. Era o dia 10 de janeiro e o menino decidiu que não dormiria em casa. Ele tinha malditos 18 anos, ele podia fazer o que quisesse no momento. O garoto passou a mão pelo cabelo, nervosamente. Checou se tinha dinheiro suficiente para uma noite no hotel. Tinha mais que o suficiente. O rapaz voltou à estrada, a cabeça cheia de problemas que, no momento, ele não podia resolver.

***

- Jenna, sua mãe está aqui! - Misaki gritou para o segundo andar.  A menina desceu as escadas, sua aparência um pouco desleixada. Estivera chorando desde o dia anterior, quando Rowan decidira acusá-la de estar dando em cima de seu irmão gêmeo. E isso tudo antes do seu aniversário, que por sorte, sua mãe conseguiu vir. Dia 11 de Janeiro era o dia em que ela nascera. O mesmo dia em que seu pai as abandonara... Que Rowan a abandonara.

- Já estou indo. - sua voz estava rouca, os cabelos bagunçados. Ela ainda estava de pijama, em pleno domingo de manhã. Um leve sorriso brotou em seu rosto, quando viu sua mãe.

Phi era o apelido de sua mãe, seu nome de verdade sendo enorme. Seus pais eram aficcionados pela cultura greco-romana, em especial nas suas deidades. Decidiram nomeâ-la como a deusa da amabilidade, Philophrosyne ou Filofrosine. De qualquer forma, quase ninguém conseguia realmente pronunciar seu nome inteiro na maior parte das vezes, então ficou sendo Phi/Fi. A moça segurava uma das malas em uma mão e sua bolsa de mão na outra, e foi apertada nos braços de sua sogra, para depois ser apertada do Jenna, que se enfiou em seu abraço, chorando uma torrente de lágrimas. A principio, a mãe pensou que fosse saudade, mas era algo ainda maior. Olhou para Misaki, que deu de ombros, sem poder dizer muito.

Vidro FinoOnde histórias criam vida. Descubra agora