05 || College

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| Melody |

A minha futura escola encontrava-se à minha frente, mais conhecida por colégio. Não havia oportunidade de me inscrever noutra, por isso tive de optar, como se alguém quisesse escolher o seu curso no décimo ano, sem saber qual vocação seguir.

Fora difícil entrar, uma vez que precisava de muitos dados meus, os quais eu não tinha. A minha única solução, seria inventar tudo, acabando por ir para a fase final do curso de economia, mesmo eu não sabendo nada sobre isso. Acho que mais tarde, irei precisar de aulas extras de explicações a matemática.

O colégio nem era grande nem pequeno. Havia era um vasto parque atrás que dava acesso à entrada, o que era muito acessível. Assim bastava refugiar-me nele e encontrar a sala no meio de tanto adolescente.

Típico dos colégios são as fardas que usam. Os uniformes são simples e de cores monótonas que qualquer pessoa que o vista se sente mais velha do que a própria idade que apresenta.

As raparigas trajavam saias curtas de riscas brancas e azuis, juntamente com uma camisa branca escondida pelo blazer azul escuro com o símbolo da escola no canta superior esquerdo. As meias altas eram um acessório que poderíamos usar ou não. Por exemplo, passou uma por mim que trazia uns saltos de quase cinco centímetros que vinha sem elas. Lógico que se as trouxesse iria ser gozada. É a sociedade de hoje em dia.

Um rapaz loiro passou por mim a correr enquanto puxava as calças azuis escuras para cima, o que me deu muita vontade de rir. Automaticamente, coloquei a minha mão à frente, de forma a que não me descuidasse e fosse rir das figuras dos outros, quando um dia poderia ser eu. Claro que as roupas eram diferentes do sexo feminino para o masculino. A parte de cima era igual, uma camisa e também um blazer. Apenas a parte inferior mudava, enquanto nós raparigas usávamos saias eles eram calças largas acompanhadas com as sapatos que bem lhes entendesse.

Obrigatoriamente, todos usávamos gravata, o que era uma autêntica vergonha. Parecia mais que íamos para um casamento do que para a escola. Porque não nós deixavam vir como quiséssemos? Parecíamos uns autênticos palhaços do circo procura da sua função sem qualquer orientação.

Na minha opinião, a saia era demasiado curta, logo, tinha de estar sempre a puxá-la o que chamava a atenção, não só por ser nova como se notava bem a minha inexperiência.

Segurei com mais firmeza a minha mala e entrei no edifício. Havia uma grande multidão de volta de uns placares. De certeza que deviam ser as turmas e eu ainda não sabia qual era a minha.

Coloquei-me de bicos dos pés a tentar ver alguma coisa no meio de tanta cabeça. Está era a desvantagem de ser pequena.

Não consigo ver. Não sei onde estou...

- Que estás a fazer? - uma voz roça soou atrás de mim o que me fez saltar de susto, pois não estava à espera. Tenho a sensação que a reconheço, mas não me lembro de onde.

Viro na direcção oposta e encontro o rapaz atiradiço, o qual não sei o nome.

- Ah és tu.

Continuo a espreitar pelo meio dos jovens à espera que todos saíam para que chegue a minha vez de visualizar onde fui colocada.

- Deixa-me procurar o teu nome boneca. - o rapaz irritante de caracóis sorri para mim. - Como te chamas exactamente?

- Melody... - prenuncio o meu nome tão baixo que acho que nem ele próprio o conseguiu ouvir.

- Belo nome. Estás na minha turma, agora vamos. - o seu corpo esbelto percorre o corredor, enquanto todas as raparigas que estão à sua beira param para o ver e suspiram tão alto que ele vê isso como uma vantagem de superioridade. - Que fazes aí parada? Olha que vais chegar atrasada à aula.

Ainda havia alguns lugares vagos, contudo o que me chamou mais à atenção, foi o que se encontrava à janela. Não sei se teríamos de nos sentar por ordem, de qualquer das maneiras, se assim fosse, a professora que avisasse.

- Achas que o destino nos juntou na mesma turma? - o rapaz irritante da voz sexy senta-se na cadeira a meu lado e sorri. Não daqueles sorrisos fofos que só dão vontade de apertar as bochechas mas sim aqueles matreiros. - Diz-me boneca, vais ao torneio de surf?

Decido ignorar a sua primeira pergunta.

- Hum, não me parece.

- Não faltes está bem?

Um suspiro enorme é largado da minha parte sem eu saber que o segurava. Como é que ele consegue ser tão irresistível e ao mesmo tempo um irritante convencido? Acho que estava enganada em relação a ele ser o meu menino. É impossível.

Eu nunca mais irei voltar a vê-lo.

***

As aulas por hoje terminaram. Confesso que foi um pouco difícil habituar-me, uma vez que a matéria é difícil e o atrasado do Caracoletas - que foi a alcunha que lhe dei - não parava de me observar.

Estava a sair da escola quando sou interrompida por alguém. De momento pensei que fosse ele mas o acto fora tão leve que imaginei que não fosse um rapaz. Virei-me na direção oposta e tirei as minhas próprias conclusões precipitadas mas certas.

- És a Melody, a nova aluna? - acenei-lhe que sim para que ela continuasse. - Já vi que és amiga do Hazza. - ela sorri para mim de uma forma carinhosa.

Espera lá , a única pessoa que eu conheço é o Caracoletas, fora isso mais ninguém.

- Hum quem é esse Hazza. Desculpa perguntar, é que não faço a mínima ideia de quem estás a falar.

- Hazza é alcunha que os amigos do Harry lhe deram. Sabes o rapaz que todas as raparigas desejam. Ele hoje estava muito próximo de ti.

Agora sim fazia sentido.

- Bem não interessa. Apenas sê cuidadosa.

- Podes ser mais concreta por favor? - peço de uma forma educada.

- Em breve saberás.

Tinha de voltar ao hotel e não estava para ouvir estas conversas. Fiz sinal para que ela me seguisse se quisesse que a ouvisse.

Tenho de admitir que ela é muito bonita. Os seus cabelos castanhos encaracolados esvoaçavam com o auxílio do vento. Os seus olhos também era da mesma cor como duas bolotas bem grandes. Aposto que ela teria muito sucesso, ao contrário dos meus cabelos loiros esquisitos cheios de madeixas que as criaturas do mar fizeram. Será que eu devia pintar o cabelo? Não, estava fora de questão!

- Eu ouvi a vossa conversa.

- É feio escutar os diálogos das outras pessoas. - ralhei. Apesar de não saber muito sobre o mundo humano, sempre me ensinaram o que devia ou não fazer.

- Parece que gostas dele. Vou ajudar-te a conquistá-lo. - revirei os olhos com a sua afirmação. Porque pensam que gostamos logo de um rapaz, só por estarmos com ele?

Raparigas à nossa volta murmuravam umas com as outras algo que eu não conseguia decifrar Apenas sabia que eram para mim por causa dos olhares ameaçadores que largavam.

- Ele é popular. É demasiado para ela.

[editado]


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⏰ Última atualização: Sep 21, 2015 ⏰

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Mermaid || h.s [parada]Onde histórias criam vida. Descubra agora