IV

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P.O.V: ÚRSULA

O mesmo corpo, mesmos braços finos, pernas definidas, pele branca que nem leite, cabelos ruivos, grandes, meio cacheados e o inconfundível chapéu. Não podia ser uma miragem.

- Maya ? - falei

A garota se virou pra mim e imediatamente percebi que não era ela. Ela tinha um rosto mais fino que Maya, boca mais carnuda e seu cabelo era pintado de laranja nas pontas.

- Não, me chamo Arabella - ela estendeu sua mão fina, coloquei minha mão dentro da dela e demos um rápido aperto de mão. - Gostei do cabelo.

- Obrigada. Gostei do nome, bem criativo. - olhei em um espelho, perto de onde estávamos, e percebi que minhas bochechas ficaram vermelhas. Ela riu.

- Bella, vamos logo ... - disse um garoto loiro, branco que nem vela, olhos verdes meio azulado, alto e magro. - Hum.. Oi - ele deu aceno curto para mim.

- Oi - acenei de volta. - Bom, eu vou indo, acho que devem estar me procurando.

- Seus pais ? - o garoto perguntou.

- Não - percebi que minha voz saiu quase como um sussurro - Eles são meus guardiões, pois meus pais morreram em um acidente.

- Me desculpe - disse ele, que estava olhando para o chão agora. - Er... Meu nome é Travel e o seu ?

- Verdade, não tinha perguntado seu nome - Arabella deu um risinho.

- Úrsula - disse Pricila. - Ôh céus, graças a Deus te encontrei, eu e ... Acho que atrapalhei algo. Fazendo novas amizades ?

- Oi, sou Arabella - disse ela com um sorriso no rosto. - E esse aqui é Travel. - ela apontou para Travel.

- Pricila - o clima estava me deixando nervosa, não quero amigos novos. Só queria entrar numa loja, olhar algumas roupas e sair. Invés disso, acabei encontrando uma garota parecida com Maya, um garoto que não parava de olhar pro chão e Pricila com um sorriso mais falso que o falsete da melody. - Bom Úrsula, vamos ? - concordei com a cabeça, mas antes de sair, alguém pega no meu pulso.

- Sei que vai parecer estranho, mas quer ir para uma festa amanhã ? - disse ela olhando diretamente nos meus olhos.

- Ela adoraria. - disse Pricila por mim. Ela tava ficando doida ? Não passou pela cabeça dela que esse dois podem ser assassinos ? Psicopatas ? Suicidas ? Ou os caralho a quatro ?

- Que bom, vai ser numa praia aqui perto. - disse ela pegando na sua bolsa um papel, do blocos de notas e uma caneta. - Aqui está o endereço, a festa vai começar de tarde e algumas garotas vão dormir na minha casa, se quiser dormir também só é levar uma muda de roupas.

Confirmei com a cabeça positivamente. Em minha mente já estava planejando o que iria fazer para não ir a festa alguma. Sair atrás de Pricila na loja, ela estava na porta me esperando, havia uma sacola em suas mãos.

- Pra você - ela esticou a sacola e dentro tinha um chapéu bem hipister.

- Obrigada - lhe deu um abraço, que raramente eu demonstrava. Sou péssima em demonstrar afeto.

Indo em direção do estacionamento do shopping, Jorge e Pricila foram na frente e eu logo atrás, avoada em pensamentos. Peguei meu celular novo e coloquei o fone. Como ainda não tinha nenhuma música, coloquei na rádio local e estava tocando Ride- Lana del Rey. Quando olhei para frente, não estava mais vendo eles, comecei a andar rápido, não encontrava os dois em lugar algum.

Depois de um tempo, cansei de procura-los e fui para a praça de alimentação, coloquei o chapéu na minha cabeça e fui em direção ao BOB's. Estava na fila quando alguém coloca suas mãos nos meus olhos, um desespero surgi, penso em gritar, mas, não consigo.

As Férias de Verão: A vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora