Annabelle sonhou que estava em uma floresta. Era muito densa, e estava chovendo. Provavelmente, tudo se passava durante a madrugada. Annabelle corria, perdida, o cabelo encharcado cobrindo seu rosto. Ela estava fugindo, porém, ela não sabia especificamente do que, ou melhor, de quem.
Em meio a profunda escuridão, surgiu uma luz, branca e pálida, no formato de um urso. Annabelle não sabia o motivo, mas sua intuição lhe dizia que deveria confiar na luz. Ela a seguiu, e chegou em um pequeno riacho, até perder a luz de vista.
O desespero já a dominava, quando fortes braços a viraram. Ela não conseguia ver quem era, mas definitivamente, eram braços de um garoto tão pálido, que chegava a ser fantasmagórico. Ela olhou seus olhos e reconheceu a cor verde como esmeraldas deles. Eram da mesma cor dos olhos de Annabelle. Ele era o garoto dos sonhos de Annabelle... O que dissera se chamar Tom Riddle.
Ela estava confusa, e então o garoto a abraçou. Ele era frio e duro. Talvez abraçar um pilar de mármore fosse mais confortável. Mas o medo a impedia de se mexer.
Então, Tom Riddle sumiu. No lugar dele, havia um outro garoto, do qual definitivamente ela não conhecia. Deveria ter sua idade, 12 anos. Seus cabelos eram negros, como os dela, porém eram muitos mais rebeldes, ficando inclinados para todas as direções mesmo encharcados. Seus olhos eram verdes, mas diferentes dos de Annabelle. A menina tinha olhos gélidos, embora lindos. Mas os dele não. Os dele lembravam uma campina. Aqueles olhos transbordavam...vida!
Mas a característica mais marcante daquele garoto definitivamente não eram seus olhos ou seus cabelos... Era uma cicatriz em sua testa, em formato de raio.
Annabelle acordou em um sobressalto. Ainda ofegava, pensando em seu sonho quando se deu conta que estava no
Ford Anglia, com Nathan. Mas não foi isso que fez com que ela ficasse boquiaberta, e sim o fato do carro não estar andando em terra...o carro estava voando. Annabelle gritou, desesperada.
-Nós estamos voando!?
-Veja só quem acordou -disse Natham, ignorando a pergunta de Annabelle -Dormiu bem, princesa?
-Nós estamos voando!
Pela surpresa da própria Annabelle, não havia mais medo em sua voz. Havia...admiração.
-Sim, nós estamos voando princesa. Sei que esse carro não é muito confortável, mas ele era melhor antes de entrar na Floresta Proibida, isso eu posso afirmar para você!
-Como isso é possível?
-Bom, na minha teoria, nada é impossível...
Annabelle olhou para o exterior. As nuvens a cercavam. Ela não sabia onde estava agora, mas definitivamente devia estar longe da Inglaterra, e principalmente, do Orfanato di Vigario.
-Você me deve uma explicação. Primeiro, porque você é um estranho, não sei nada de você além do seu nome, e você me sequestrou. Também quero saber como esse carro voa.
-Primeiramente, princesa, não te sequestrei - ele deu um sorriso torto -Eu apenas te levei embora, e tinha permissão para fazer isso. Quer dizer, uma permissão "não trouxa". Trouxa é o termo que usamos para se referir a humanos que não possuem magia. E esse carro voa com mágica.
-Magia não existe...
-Bom, eu queria adiar essa conversa, mas se é assim que prefere. Bom, você é uma bruxa.
-Obrigada! -disse Annabelle, ironicamente.
-Não, você não entendeu. Olha, você nunca fez algo que era completamente inexplicável em momentos de extrema felicidade ou ódio?
Então, Annabelle lembrou de Lynette. Aquilo provavelmente havia sido algo inexplicável em um momento de ódio. Seu rosto enrubesceu, e quando Nathan viu isso, interpretou como um sim, e continuou a explicar.
-Annabelle, você não é uma garota normal de doze anos! Você tem magia correndo em suas veias. Você tem poderes dignos de uma rainha, ou uma líder de uma guerra. Você só precisa aprender a usá-los para se tornar a nossa próxima mestre. Para tomar o trono que é seu por direito.
Annabelle começou a se sentir meio tonta, principalmente porque aquela história complemente sem sentido parecia verdadeira. Natham não percebeu seu desconforto, e continuou a contar.
-Olha Annabelle, há 19 anos, houve uma guerra. Não uma guerra qualquer, mas uma batalha mágica. Muitas vidas foram perdidas em vão. Nosso mestre quase ganhou, mas ele acabou sucumbindo, e desde então, vivemos camuflados. Alguns, negaram nosso mestre perante ao Ministério. Outros, se esconderam no mundo trouxa. Mas todos esperavam que alguém ficasse no lugar dele, afinal, e liderasse a próxima guerra. E provavelmente, esse mestre será você!
-Por que eu? -perguntou Annabelle, com a voz fraca.
-Porque você é a neta do nosso mestre, embora muito poucos saibam de sua ascendência.
-Quem é seu mestre?
-Nós nunca usamos o nome dele em vão. É poderoso até mesmo depois da morte. Mas, farei uma exceção dessa vez, para você. Seu verdadeiro nome era Tom Marvolo Riddle, mas todos o conhecem por seu outro nome: Lorde Voldemort.
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Annabelle Riddle e a descendência do mal
AléatoireUm fanfic sobre Harry Potter. Talvez a fantasia não acabe tão facilmente...