Lar Cínico

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Vou resumir pra você tudo oque eu senti: Seu sorriso era o meu lar, e eu fui expulsa de casa.

Se passou uma semana, lembra como nos acertamos? Foi mais rápido e fácil do que nunca. Uma conversa sem sons, feita de palavras e de um longo tempo.

Fez bem, muito bem. Mas confesso que chorei, uma mistura de decepção, amargura... Mas tranqüilo, você havia sido sincero, pelo menos foi oque eu entendi.

Ficou combinado: Eu e você? Melhores amigos, e ponto. Pois cada um tem um anjo que merece. Nunca esqueci daquele diálogo que simplesmente fluiu, depois de alguns dias de teatro puro:
- Ou vem aqui! - Você me disse, fazendo um sinal para que me sentasse a sua direita.
- Não, ta muito longe, - eu me encontrava sentada em uma diagonal a esquerda - oque você quer?
- Olha fala direito comigo! - seu sorriso enlatado nunca fora tão azul, ou não, talvez eu nunca tivesse reparado bem como naquele instante - Eu sou o Deuso, em! Hahahah
- O Deuso não manda em mim, - disse revirando os olhos e retribuindo com meu sorriso enlatado - meu pai manda em mim...
- Ah, mas sou seu pai! Seu Brodi, seu amigo e tudo mais que você precisar eu serei!

Somente me levantei e nos abraçamos, não queria te soltar, supunha que aquele seria o último abraço de nossas vidas, e foi, não é mesmo?

Um abraço perfeito, com encontro de batimentos, uma leve trocar de suor, uma respiração quase que ofegante, que gerava fumaças no ar escuro, a nossa junção que criava um aroma único (lembra que todos comentavam isso?), um aperto que não esmagava, porém aquecia, e as gargalhadas azuis.

Sabe, os românticos chamariam isso de um momento no qual nos amamos, os cínicos diriam que foi só uma tragédia. Me sinto uma mistura dos dois, mas não é oque me interessa, me interessa saber qual sua posição! Mas tudo bem se você não responder, estou acostumada, amor.

mar para sí (RASCUNHO)Onde histórias criam vida. Descubra agora