Capítulo 5

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A vontade de ser livre era tão grande que havia me esquecido de pegar o essencial...O DINHEIRO. Voltei correndo para o apartamento, com medo de que Mamãe já estivesse acordada.Virei a chave com muita cautela, não havia ninguém na sala nem na cozinha, fui depressa para o quarto e abri meu guarda-roupa na parte onde ficava uma caixinha de madeira envernizada, onde costumava guardar a mesada que ganhava de meus pais.Era sim uma boa quantia, e como eu não gastava com quase nada, tinha um bom dinheiro acumulado.Peguei tudo, joguei na mochila e sai de novo. Desci o elevador um pouco afoita por estar fazendo coisa errada,mas se pensar por outro lado, o que eles fizeram comigo durante dezessete anos, foi muito pior. O percurso do elevador do quinto andar para o térreo parecia durar uma eternidade. Por ser bem cedo, ninguém entrou no elevador junto comigo, finalmente, cheguei no térreo, caminhei pelo hall do prédio como quem espera um trem, vi que não haviam conhecidos que pudessem me parar pra saber para onde ia ou que pudessem me dedurar para meus pais.Tomei coragem e sai;andei pela calçada com muita leveza e tranquilidade, sem rumo mesmo, só fui, andei por horas, pra ser bem sincera, eu quase não sabia como me virar na grande São Paulo, o que era um absurdo, eu era de lá.Culpo minha mãe, que nunca me deixava sair sozinha.
Mas eu sabia que só vagar pela cidade não iria adiantar muita coisa, precisava sumir dali, mas não sabia pra onde.Estava em frente à rodoviária do Tietê.Conhecidência?Acho que não;interpretei como sendo DESTINO e fui ver quais eram as cidades que estavam saindo ônibus.Haviam cidades próximas,mas nenhuma despertou meu interesse,fui olhando, olhando...Até que li "Brasília", esta me chamara atenção. Decidi que seria lá onde eu iria começar do zero, reconstruir a minha vida...seria lá...Em Brasília.

NatashaOnde histórias criam vida. Descubra agora