capítulo 09

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As vezes eu olho para trás para ver o que eu já passei, e me arrependo tanto, me arrependo de não ter dado mais valor às amizades que ao longo do tempo fiz, me arrependo de não ter dado valor em quem fazia tudo por mim, dado valor em quem gostava realmente de mim. Incrível como as coisas acontecem; quando se é criança somos tão inocentes que queremos ser grandes, o irônico é que quando somos grandes queremos ser pequenos, queremos ser ingênuos de novo, queremos a pureza de uma criança, infelizmente o tempo não volta, as palavras não voltam, e o que passou, bom simplesmente passou.

Incrível, só percebemos o valor dos ensinamentos dos nossos pais quando a vida nos força a colocá los em prática, gosto de pensar que nossos pai nos ensinam a teoria e que a vida nos ensina na prática, posso dizer de olhos fechados qual pode nos ser mais difícil, mais quanto mais difícil mais valerá a pena, e não me refiro a penas ao amor ou a felicidade, me refiro ao simples fato de viver, viva o hoje pois o ontem já foi e não será possível voltar, e viva para o futuro, se prepare para o futuro, pois ele te proporciona a dança, mas você escolhe como dança lá.

Eu estava pensando hoje em meu primeiro namorado, e com um sorriso no rosto admito sentir sua falta, não pelo que passamos, mas vejo com outros olhos tudo o que passamos, ele era novo e estava descobrindo o mundo e seu próprio corpo, seus hormônios estavam a flor da pele e eu nunca parei para pensar se ele apenas queria se descobrir, se era ele ou seus instintos falando por ele. Ele era carinhoso, romântico apesar de tudo, e hoje olhando para ele, descobri que depois que nós terminamos a um bom tempo atrás (anos atras), ele namorou uma menina, e está com ela até hoje, é eu olho para mim e mesmo sabendo qual é e qual foi o meu erro ainda não sei defini - lo em palavras, na verdade eu parei para ver a todos que já passaram pela minha vida e os vejo progredindo, enquanto eu estou regredindo em minha vida; eu estou abrindo meu coração aqui, filosofando para vocês, mostrando um lado meu que eu jamais irei me atrever a dizer em voz alta, estou aqui explorando sua imaginação te fazendo ver uma pessoa que aprende com seus erros, mas que não tem a menor idéia de como concertar cada um de meus erros, não faço a mínima idéia de como caminhar sem machucar pessoas que amo, eu entro em enrascadas que não sei como sair, eu amo não querendo amar sabendo cada consequência, mais droga não posso evitar.

As vezes eu só queria fugir de mim mesma pois as vezes não consigo nem me olhar no espelho. Eu vivo procurando o amor que meus pais vivem, são mais de vinte anos casados e eles se amam como dois adolescentes, eles acharam o seu amor, e eles não precisam se completar pois os dois já são completos, a essência do negócio é que eles se complementam, eles acrescentam um ao outro. E eu ainda não achei quem me trouxesse essa sensação de complementar, ainda não achei o amor que com o tempo se renova, e eu vivo com medo de nunca o encontrar e viver infeliz com um alguém que mesmo futuramente vivendo ao meu lado será como se perder um do outro cada vez mais, até eu ficar sozinha mais uma vez. Eu já sofro muito antes de sentir a dor, pois sei que viver sem ter vivido é ser morto.

Eu gostaria de me apaixonar por alguém; as pessoas me olham e ele pensam ver uma pessoa realizada e que supostamente tem tudo, mas a verdade é que eu não tenho nada, eu tenho medo de me prender e me machucar, tenho medo de me casar e ser traída, tenho medo de não ser o suficiente, e mais tenho medo de alcançar toda a felicidade e o amor que busco e a morte tirar isso de mim. Talvez seja por isso que eu não me apego. Hoje eu estou tão cansada, tão cansada de ser tudo e ao mesmo tempo não ser nada, estou cansada de ter alguém do meu lado que as vezes parece estar comigo como se eu fosse um troféu que ele achou que nunca conseguiria conquistar e conquistou, estou cansada de não ter um amigo, estou cansada de estar cansada.

A próxima pessoa de minha história acabou comigo em vários sentidos, me prendeu de todas as formas possíveis, me exibiu como se eu fosse um cavalo selvagem que enfim havia sido domado. Não sei se ainda me sinto presa, não sei o que me prende. Mas eu preciso respirar.

ElizabethOnde histórias criam vida. Descubra agora