Dona Tonieta desorientada em meio a esse turbilhão, pois ela nem sabia mais do que a menina estava falando, demorou a responder. Pois aquela é daquela categoria de perguntas que devem ser respondidas.
_ Olha, eu não lembro de nada. Mas deve ter acontecido alguma coisa. Mas nada que merecesse ser lembrado.
A menina assentiu com a cabeça, e gostou dela, ao contrário de D. Helenira.
_ A senhora é muito inteligente, quase igual a mim. Deve ser isso mesmo, deve ter acontecido coisa bem pequininha. Tipo escorregar numa casca de banana. A gente ri na hora, mas depois esquece. Vou contar para a Jaciely. A senhora acha que ela deve me dar "bença"? Eu sou tia dela, mas ela implica de não pedir.
_ Vocês são crianças, acho que não precisa não.
_ Tá Bom!
(...)
Ela ficou calada... Por alguns segundos.
_ Minha mãe nasceu em 2 de novembro. Coitada dela né dona Antonieta? Devia chamar Difuntina, não é?
Ela perguntava mas não esperava resposta. Era pura retórica.
_ Mas não, ela se chama Cícera, por causa de um tal Padim Ciço. Cícera é um nome bonito. Igual a minha mãe. A Senhora não acha?
A mãe viu que o assunto de novo tava virando para o lado dela, então resolveu arrefecer o ânimo da menina.
_ Fica caladinha, olhando para a janela. E tente dormir um pouco.
Ela toda cordata, assentiu. Virou a cabeça para a janela e ficou olhando... Fechou os olhos. E então abriu os olhos de novo, olhando para a janela. Começou a ler.
_ A-go-ro-qui-ma. Su-ple-men-to mi-ne... Ihii! Não deu para ler. Vocês sabem o que é su-ple-men-to?