Um Caso

Perda

Cada minuto pensando em Mila passando por tudo o que passei, me causa revolta. Sinto que não posso falhar, mas se Bruno é o único que pode me ajudar, me sentiria mal se eu não o ajudasse, posso ter feito algo errado, mas... Era para salvar Mila.

Entramos na casa, Evan por sinal queria explicações.

- Estou fedendo! - Disse, tentando evitar contar tudo agora. Nem eu mesma saberia dizer se contaria tudo.

- Te espero! - Ele foi para o quarto, deitando à cama, peguei algumas peças de roupa que ainda estavam na mala, nem se quer tive coragem de retira-las dê lá. Em seguidafui ao banheiro, ligava o chuveiro e tomava banho, tentando memorizar cada palavra que diria para Evan.

" Bruno me disse apenas que ajudaria buscar Mila, disse para ele sobre os anjos " meu Deus, estarei mentindo à mim mesma. Por que tens que existir tanta mentira? Evan jamais acreditaria.

Um estralo no cômodo à fora me assustou, me tirando dos pensamentos obscuros, desliguei o chuveiro imediatamente, as luzes piscavam, me enrolei na toalha.

- Evan? - Gritei atrás da porta. Não ouvi nada. Me vesti, o silêncio do lado de fora me causava arrepios, estava com um short jeans e uma regata. - Evan? - Gritei de novo.. Sentindo um medo intenso, não se ouve nada, levei minhas mãos à fechadura da porta, devagar, meu coração acelerado à ponto de sair pela boca. Não vi nada, apenas a luz do primeiro cômodo piscando igualmente à do banheiro, a toalha estava na minha mão à minha frente. Não havia ninguém ali, sai, enfim ,do banheiro, a luz do quarto estava acessa, a porta e todas janelas abertas, logo fechei a porta da cozinha, com a chave, fechei a janela da cozinha e do quarto, meu medo estava estampado, me senti mal por não ver Evan deitado sobre a cama. O pegaram.. Estou sozinha agora.. Era tudo o que imaginava.

Sentei-me sobre a cama, tão desligada que nem havia percebido um papel embaixo do meu celular, era pequeno e tinha uma cor clara, peguei o papel em cima da cama, lendo-o calmamente.

" Não entendo o porque você contou pra ele sobre nosso plano... Era para ser você, mas foi Evan, aguarde-nos. "

Meu coração palpitou, agora estava trêmula e com muito medo. Eles vão matar Evan. Eles irão me matar . Tenho que sair daqui.. Mas como?

Olhei em volta. A melhor forma é chamar por bruno, cadê o vidro? Corri até a cozinha, encontrando o vidro jogado ao chão, o peguei, olhando fixamente para ele... Se eu chamar Bruno, eles irão cerca-lo e se eu não chamá-lo, irão matar Evan.

Peguei um papel o retirando de dentro do vidro, lembrando que faltaria dois papéis, além desse, para ser retirado. o li .

" Levanta-te; pois a ti pertence este negócio, e nós somos contigo; tem bom ânimo, e faze-o. "

Ao terminar ouvi meu celular tocar, o que me gerou tremores internos. Corri para o quarto, ainda segurando o papel e o vidro, Era uma ligação, de Lúcia. Ela deve estar preocupada.

- Alô! - Digo.

- Filha? Desculpe te ligar agora... Está dormindo? - Disse ela, com a voz rouca de sono.

- Não mãe! - Respondi, nem me dei conta do quão tarde já era. - Aconteceu alguma coisa? - Perguntei aflita.

- Não amor! - Disse ela, com todo carinho. - André chegou sozinho aqui em casa, e pensávamos que estava com ele.. Ele me explicou que vocês brigaram, mas ninguém sabia que tinha sumido, onde está? - Perguntou.

- Mãe estou bem! - Engoli em seco.

- André quer falar com você! - Falou.

- Não mãe! - Quase gritei ao telefone, mas percebi que ela já não ouvia.

- Sheila? Amor? Me perdoe amor! Me perdoe. Não queria que fosse para longe de mim, eu Amo você muito me desculpa! - Tinha no tom da voz uma ternura .

- Tudo bem.. - O que estou fazendo? Ele... Beijou outra pessoa... Mas isso não vinha ao caso, quando eu fiz a mesma coisa .

- Você está bem? Volta pra mim! - Disse.

Logo senti um arrependimento por dentro.. Se eu ficar com ele, alguém pode fazer com ele o mesmo que fizeram com Evan.

- Amor? Está ai? - Ele falava.

Minha vida está virando um redemoinho. Estou ameaçada de todas as formas.

- Sheila? - Gritava Ele... Parecendo mais nervoso, por eu não responde-lo.

Logo ouvia apenas o barulho da ligação caindo. Tirei o celular do ouvido, paralisada. Sempre que pensava que gostaria de ser pequena ainda, envés de viver tudo isso, parecia entrar em transe com meus próprios pensamentos.

O celular vibrava, uma mensagem chegava. Bruno.. Pela primeira vez me mandava mensagem.

" Sabe que não posso ir até ai! "

Senti vontade de responder, afinal minha única saída era ele .

" Sei, eles pegaram Evan. " mandei a mensagem, em seguida o celular vibrava.

" E por que não à voce? Saía dai, eles estão cercando a casa, deve ser perigoso sair, mas saía, seja forte Sheila, estarei no caminho. "

Eu preciso sair daqui. Peguei apenas o pote de vidro, cada passo dado dentro daquela casa, sentia um estralo, meu coração palpitava. Segurei na fechadura, à girando, vagarosamente abri-a a porta, o vento gelado soprava, não voltarei para pegar roupa de frio, sai pela porta, vindo em mente a figura de Evan. Encostei as pálpebras, respirando fundo, tudo o que passava à mente era morte, só isso.
Preciso ser forte

Abri os olhos, fechei a porta, dando passos longos naquela estrada, as folhas das árvores fazia um barulho estranho, chacoalhavam umas nas outras. Senti ser perseguida, não olhei para trás, caminhei com passos firmes, sobre a rua de terra, senti vontade de correr, mas não, eles perceberiam que fujo deles. Aquele local era distante o suficiente para ninguém andar por ali, nem se quer casas existiam .

Em torno de Dez minutos andando, nem se quer a presença de Bruno , isso está me deixando com mais medo, uma garota andando sozinha, durante à noite.

Espero que Evan esteja vivo, espero que Mila esteja bem ... Me perco em pensamentos, mas algo me tira de meus devaneios, um ruído, passos, atrás de uma árvore, andei para trás, me acolhendo com os próprios braços, meu coração dilapitou.

Apenas vi uma sombra atrás do tronco da árvore, não pude ver quem era, não conseguia notar quem fizerá tal barulho.

- Está com medo? - Uma voz máscula, disse por fim. Me fazendo tremer. Eu conheço essa voz.