O frio da noite sobre minha pele despida, me causava arrepios constantes , minha condição com a simples roupa não estava adiantando muito, quando o rapaz ao lado da árvore me causava mais tremores , uma sombra acobertava-o, me deixando confusa ao falar com o sujeito estranho.
- Sabemos que isso é inconveniente Sheila! - Dizia rapidamente, sem ao menos sair das sombras. Aquele tom da voz estava pouco grossa, mas eu sentia que já conhecia aquele indivíduo. - Você está pedindo para o mal lhe acompanhar né? O mal tem pernas e inventa fatos para transformar em verdades inacreditáveis. Quem está querendo você , te manipula para os braços dele... Assim, você deixa de acreditar em Todos à sua volta, sua vida acaba, se desfaz e você dúvida até de mim, que tenta te mostrar o lado correto. - Fiquei paralisada, meu corpo não respondia ao meu comando. Corra. - Você pode não saber, mas quando alguém disser "Escolha seu caminho" , a mesma espera que você decida o certo! Mas você é só um criança, tentando desviar da mentira, mas acaba entrando nela.
- Do que está falando? Quem é você? - Resmunguei, tentando entender aquelas palavras.
- Haha! É engraçado da sua parte , talvez não queira saber definitivamente quem sou, você quer saber especificamente onde quero chegar lhe dizendo essas palavras. - Abri a boca para falar, mas assim que um fio da minha voz ultrapassou minha Lingua, o rapaz impediu-me continuando a dizer palavras, rapidamente. - Antes de nada Mais ser questionado e virar um transtorno em sua mente, lhe indicarei olhar para frente .. Observar quem está em sua volta...
Fiz uma breve pausa, assim como o rapaz de voz agradável também fizerá. Levei meus olhos ao horizonte, a rua escura, a terra asfaltada, o único astro clareando o anoitecer.. Mas não há ninguém aqui!... Voltei a olhar para a figura que permanecia escondida.
- Exatamente! Foi isso o que imaginei. - Disse.. Logo parecia ecoar a voz, falando baixo e firme. - Não há ninguém aqui, você está sozinha...
- Não! - Disse compulsiva, lembrando que fora eu, ele estava ali. - Você está aqui! Quem é você?
Deu risadas graves ao mesmo tempo assustadoras. - Eu... Hmm.. Sou você!
Ele está de brincadeira, só pode estar...
-Saía dai Miguel! - Gritei, dando um passo em direção à figura, que parou de se mexer, imediatamente.
- Você poderia seguir o seu coração, mas seguiu aos outros... -Se escondia atrás da árvore, ao mesmo tempo a voz diminuía o tom. Caminhei até à árvore, realmente estava escuro, não se dava para enxergar nada, apenas um pedaço da sombra do rapaz.. O que podia dizer que seria a mão.. Me aproximei forçando a visão, levantei a mão erguendo-à para triscar, estava trêmula o suficiente para ter medo, senti algo gelado, duro, duro, madeira.. Aquilo Não é a mão do rapaz.. Inquieta.. Ouvi um assovio de um pequeno pássaro, que batia as pequenas asas na folha da árvore me causando um susto esplendor, em seguida voava alto.
Corri para a estrada, tentando entender o que aquele rapaz dizia, e quem era ele. Logo voltava a caminhar normalmente. Como posso ter imaginado ser Miguel que dizia aquilo? Tomei um arrepio enorme ao me lembrar do pequeno tempo em que fiquei no hotel com Bruno, um instante em que saí e sentei-me cabisbaixa naquele banquinho... A voz.. Era a mesma voz, supostamente da mesma pessoa.. Quem é ele? bastava apenas descobrir isso para entender o que ele dizia. Que mentira é essa do qual falava? Sinto que é em relação ao Bruno e ao Miguel ,afinal um vive contando mentiras sobre o outro.. E eu.. O tempo todo me querendo livrar-me deles, mas estou apenas indo em direção à eles.
- Está perdida anjo? Ou quer dizer anja! - Bruno sorria ... Quis me jogar nos braços dele ao vê-lo novamente à minha frente. Estou segura, me sinto segura, é ele, novamente, é ele quem eu quero, não há como contrariar, o que sinto parece só aumentar cada vez que me aproximo. Suspirei. O rapaz veio em um abraço, retirando meus pés do chão ,me girando no alto, fiquei tonta com facilidade, mas logo voltei ao normal quando fui posta ao chão.
- Pensei que não iria conseguir... Ainda bem que meus instintos erraram... - Dizia ele, postando um beijo sobre minha testa.. Isso é comum de você.
Senti necessidade de contar para ele sobre o imprevisto de minutos atrás, mas ele parecia não se interessar, queria sair dali.. Para onde iriamos? - Ainda bem que seus instintos erraram.. - Respondi, dando risada.
- Claro! - Falava ele, me segurando no braço e correndo no meio da rua vazia. Parecia um tremendo bobalhão, mas ele parecia tão feliz que não resistir em segui-lo.
- Acho que está bom aqui!!!. - Parou próximo à uma montanha.
- O que está bom? - Questionei, olhando em volta, percebendo que ainda estávamos longe da cidade .
- De te levar para o lugar que não deveria ter saído!!! - Ele andava para perto de mim, colocando os braços envolta do meu corpo, me olhava tão profundamente, que senti um leve arrepio, o que me fez pular, ele deu risadas leves.
- Para onde? - Perguntei, pousando meus braços aos ombros dele.
- Para a sua casa! - Disse, logo percebi asas, asas? Tive medo, estão tão próximas que posso tocá-las. Tocá-las ? Para de repetir o que digo.. Pensamento bobo. Senti meus pés saindo do chão, irei cair ,sinto que irei cair.
- Não tem medo de altura ,não é? - Perguntava Bruno, com uma risada formada entre as bochechas.
- Não! - Gaguejei. Os braços me prensava contra o corpo dele, me aquecendo. Ouvi barulhos de asas batendo ,rapidamente. Aquele momento parecia ser único, sentia que jamais faria isso novamente, eu podia beijá-lo, abraçá-lo e ouvir as batidas do coração dele.
- Lembra que lhe disse que me amava? - Ele olhava acima da minha cabeça, estávamos em pleno ar , nas minhas costas uma temperatura gelada, mas o calor do corpo de Bruno me esquentava.
- Lembro! - Sussurrei, buscando os olhos dele.
- Então não se esqueça, nunca, disso! - Olhou para mim, tão rápido, que senti algo verdadeiro, pela... Pela primeira vez, uma palavra dele ao tentar demonstrar um sentimento, parecia verdadeira. Não dá para pensar que ele me enganaria, ele não é capaz.
Com as asas batendo lentamente, não demorou muito para chegar-mos à casa, de frente à praia, algumas luzes estavam acessas, André está aqui. Bruno me colocou ao chão.
- Me chame quando precisar! - falou, beijando minha testa.
Não sei como interpretar este momento, queria ficar um tempo mais com Bruno, senti um calafrio percorrer minha espinha.
- Irei chamar! - Disse, com ressentimento de ter que ver André novamente.
- Fica bem! - Disse, saindo daquele lugar e me deixando só. Dei alguns passos em direção a porta de entrada. Tenho que encarar ele. Tenho que acabar logo com isso, mas.. Eu sou forte? Eu sou capaz de... Decepciona-lo?
Levei minhas mãos à maçaneta da porta, a girando levemente, devagar, ia se abrindo, e vindo em minha direção o perfume desconhecido, do ambiente. Cítrico misturado com... Planta?
A luz estava acessa, notei um papel semi aberto em cima do sofá, ele leu minha carta! Gelei. Não entendo o porque ,se já sabia que isso iria acontecer. Entrei, fechando a porta por trás, logo ouvi passos. Pernas lisas, apenas um pano fino cobria aquele corpo, o cetim brilhante seguia as curvas perfeitas que possuía aquela mulher?!.
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Um Caso
RomanceIsso não é um diário de uma garota que se apaixonou à flor da idade, que sempre encontra o verdadeiro amor. Muito menos um romance que se encontra em toda parte e todos podem sentir. Essa é a história de Sheila, sim... Ela é uma garota comum, eu...