Capítul IV

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                Enquanto Harry e Draco conversavam no Três Vassouras, Alvo e Scorpius entravam na loja de vestes da Madame Malkin, ansiosos por comprar os seus uniformes de Hogwarts. A proprietária da loja aproximou-se de ambos.

- Uniformes para Hogwarts? – questionou a idosa senhora, de forma simpática e calorosa.

- Sim! – responderam em uníssono.

- Então, subam cada um para um desses banquinhos – pediu madame Malkin, indicando-lhes dois pequenos bancos desocupados, ao lado dos quais se encontrava outro banco, onde estava um menino um pouco gordinho e com ar antipático.

- Olhem só quem temos aqui, o filho do santo Potter e o traidorzinho – exclamou o menino.

- Cala a boca, Crabbe! – exclamou Scorpius. John Crabbe era filho de Vincent Crabbe, um antigo amigo do seu pai. Scorpius conhecia John muito bem, pois ele e o pai nunca perdiam uma oportunidade de humilhar os Malfoy quando se cruzavam com eles.

- Quem tem que calar essa boca imunda és tu, traidor! – exclamou John. – O teu pai traiu o lorde no momento em que ele mais precisava de aliados, é um maldito covarde!

- O meu pai soube escolher o lado certo, ao contrário do teu paizinho desprovido de cérebro! – berrou Scorpius, já irritado.

- Lado certo?! O lado certo era o do lorde, os sangues ruins só sujam o nosso mundo!

- Cala-te! – berrou Alvo, também já bastante enfurecido. A sua tia Hermione, uma das pessoas que mais amava, era filha de muggles (nascida trouxa), e algo que Alvo não suportava era que insultassem, direta ou indiretamente, alguém que ele amasse.

Madame Malkin, apercebendo-se da discussão, intervém rapidamente.

- Chega! Senhor Crabbe, os seus uniformes já estão prontos, pode descer do banco e dirigir-se à caixa. Quanto a vocês, senhor Potter e senhor Malfoy, permaneçam quietos para vos tirar as medidas.

Mal a senhora acabou de falar, uma fita métrica começou a mover-se em volta de cada um deles, tirando as medidas necessárias, enquanto Crabbe, muito irritado, saía do banquinho e se dirigia intempestivamente para a caixa.

Passado algum tempo, os uniformes de Alvo e Scorpius ficaram prontos e eles puderam, finalmente, sair da loja.

- Não fiques assim! – disse Alvo, apercebendo-se da tristeza do amigo.

- É sempre assim! – disse Scorpius, cabisbaixo. – Uns chamam-me filhote de comensal, porque o meu pai apoiou Voldemort, outros chamam-me traidor porque o meu pai escolheu o lado certo, e que culpa tenho eu disto tudo? Eu nem fiz nada! Tudo isto passou-se antes de eu nascer – Malfoy tentava controlar as lágrimas que ameaçavam soltar-se.

- Tu não tens culpa e não te rebaixes – aconselhou-o Alvo. – Eu sei que é difícil, mas não ligues, tu és melhor que todas essas pessoas e ainda tens muito tempo para provar o teu valor.

Scorpius sorriu, animando-se um pouco com as palavras encorajadoras do novo amigo. Como os seus pais ainda não estavam à vista, decidiram ir comer um gelado, falando sobre todos os assuntos que lhes passavam pela cabeça.

Finalmente, dirigiram-se ao Três Vassouras, de onde os seus pais estavam a sair nesse momento.

- Já compraram os uniformes? – questionou Harry.

- Já, sim – respondeu Alvo. Ambos tinham combinado que a discussão com Crabbe seria um assunto só deles, pois não queriam preocupar os seus pais com esses assuntos desagradáveis.

Foram, então, todos juntos comprar os seus animais de estimação. Scorpius comprou um pequeno gatinho preto com olhos muito brilhantes. Alvo preferiu uma coruja branca, a quem deu o nome de Hedwig em homenagem à antiga coruja do seu pai. Agora, só faltava o momento mais ansiado por Alvo e Scorpius, a compra da sua varinha.

As duas famílias dirigiram-se ao estabelecimento do senhor Olivander (Olivaras), que os recebeu prontamente e com muita alegria!

- Harry Potter, Draco Malfoy, que prazer em revê-los! – exclamou Olivander. – Lembro-me perfeitamente de vos vender as vossas varinhas, a do senhor Potter foi bastante difícil de escolher!

Alvo e Scorpius olhavam em volta, maravilhados com tantas varinhas.

- Quem vai primeiro? – questionou Olivander.

- O Scorpius – disse Alvo prontamente, tentando animar um pouco mais o amigo. Depois daquela discussão, sabia que ele precisava de todo o ânimo possível.

Scorpius sorriu, sabendo que tinha conseguido um amigo leal, que estaria ao seu lado em todas as ocasiões. Agradecido e ansioso, avançou alguns passos, colocando-se à frente do senhor Olivander.

À semelhança do que tinha acontecido na loja da Madame Malkin, uma fita métrica tirou todas as medidas de Scorpius. Após analisar as medidas, o senhor Olivander moveu-se pelas prateleiras, escolhendo várias caixas com varinhas. Scorpius foi experimentando uma a uma, sendo estas rapidamente descartadas pelo senhor Olivander. Depois de várias tentativas, Scorpius foi escolhido por uma varinha.

- Perfeito, senhor Malfoy! – parabenizou o senhor Olivander. – Flexível, 29 centímetros, madeira de sabugueiro e núcleo de pelo de unicórnio!

Malfoy agradeceu, sorrindo e afastando-se. Tinha, finalmente, chegado a vez de Alvo. Após as suas medidas serem tiradas, o filho de Harry dedicou-se a experimentar várias varinhas. Após diversas tentativas, Alvo conseguiu a sua varinha.

- Interessante, senhor Potter, bastante interessante – comentou o senhor Olivander, mais para si do que para Alvo.

- Desculpe, mas o que é assim tão interessante? – quis saber Alvo, curioso.

- A sua varinha é flexível, 32 centímetros, madeira de carvalho e núcleo de pelo do mesmo unicórnio da varinha do senhor Scorpius Malfoy. Só havia três varinhas com o pelo deste unicórnio e a terceira foi vendida à senhorita Rose Weasley, que creio que é sua prima.

- Sim, é minha prima – confirmou Alvo, pensativo. De facto, essa informação era interessante. Por que motivo estas três varinhas gémeas tinham escolhido bruxos que, de uma forma ou de outra, estavam ligados? O que isso quereria dizer?

+QTC-=


Alvo Potter e o retorno das trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora