Capítulo II

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Alvo devorou o seu pequeno-almoço o mais rapidamente que foi capaz, tanta era a pressa de ir comprar o seu novo material escolar.

- Come devagar, Alvo! – advertiu Ginny, um tanto preocupada. No início, Alvo obedeceu à mãe, mas logo voltou a comer rapidamente.

- Bom dia! – cumprimentou James, aproximando-se da mesa o mais devagar que podia. James conhecia Alvo como ninguém. Sabendo da ansiedade do irmão, tentava fazer tudo na maior das calmas. Alvo, sabendo perfeitamente que a intensão do irmão era irritá-lo, tentou com todas as suas forças ignorar as atitudes de James.

- Bom dia! – responderam os pais em coro.

- Então, Alvinho, preparado para o primeiro ano em Hogwarts como um verdadeiro e legítimo Slytherin? – perguntou James, sabendo perfeitamente que ir para os Slytherin (Soncerina) era o maior medo do irmão.

- Eu não vou para os Slytherin! – exclamou Alvo, sem conseguir conter-se.

- Eu acho que vais, eu conheço as casas de Hogwarts, sabes, e a Slytherin é a mais adequada para ti!

- Eu vou para os Gryffindor (grifinória), como tu, a mãe e o pai!

- Chega! – berrou Ginny, pondo um ponto final na discussão dos irmãos. Quando a mãe falava assim, ambos sabiam que era melhor não abrir mais a boca. Ginny tinha herdado grande parte da personalidade da sua mãe, Molly Weasley, que, apesar da sua personalidade forte, era incondicionalmente amada por toda a sua família.

James, vendo o brilho nos olhos do irmão, finalmente decidiu apressar-se um pouco. Conhecia perfeitamente aquela sensação de ansiedade, com ele não tinha sido diferente. Apesar de gostar imenso de provocar o irmão, amava-o muito, tentando, em segredo, fazer o que pudesse para o agradar, embora nem sob tortura admitisse tal facto.

Quando todos estavam prontos, a família Potter foi levar Lilly a casa dos avós para que se pudessem dedicar mais aos dois filhos mais velhos. Lilly não se importou, pois não queria estragar a magia do seu momento, quando este chegasse. É claro que já tinha ido ao beco, mas nunca no dia de compras dos seus irmãos. Queria que o seu momento fosse mágico, não querendo, portanto, acompanhar os seus irmãos e saber de antemão o que se iria passar nesse dia.

Alvo, pelo contrário, bombardeava James com perguntas, como "O que compraste primeiro?" ou "Como compraste a tua varinha?". James recusava-se a responder a todas as perguntas, para não estragar a magia do momento do seu irmão mais novo.

Quando todos finalmente estavam prontos, Alvo segurou a mão do pai e James a da mãe, aparatando para o Caldeirão Furado, um bar bruxo onde ficava a entrada do beco Diagonal. Nesse dia, o bar estava cheio, embora pouca gente estivesse efetivamente a consumir algo. A maioria dos bruxos que lá se encontrava pretendia apenas entrar no beco, quase todos para fazer as compras escolares dos seus filhos.

Como sempre, a família Potter, muito especialmente Harry, foi o centro das atenções. Apesar de já se terem passado 19 anos, ainda ninguém esquecera o importantíssimo papel de Harry na batalha contra Voldemort e as forças do mal. Todos queriam autógrafos do menino que sobreviveu, como ainda era chamado, e da sua família. James adorava toda aquela atenção, dando os autógrafos prontamente e com um enorme sorriso no rosto. Alvo, por outro lado, era bem mais tímido, corando cada vez que alguém se aproximava dele pedindo um autógrafo ou uma fotografia. No entanto, apesar dessa vergonha, nunca se negava, sabendo o quão importante aquilo era para as pessoas.

Alvo Potter e o retorno das trevasOnde histórias criam vida. Descubra agora