Catherine Cosmos
"Catherine, não te lembras de mim?"
"Roberto?"
"O próprio."
"O que estás aqui a fazer?"
"Decidi fazer uma visita à escola, já que cheguei mais cedo."
"A sério? E nem me avisaste."
"Não tencionava demorar, mas agora que te encontrei aqui, podemos meter a conversa em dia."
Eu nem acredito que era ele, nunca me passou pela cabeça em encontrá-lo, logo hoje, na escola onde, em princípio, iremos frequentar juntos.
"Mas então, fala-me de ti. O que tens feito? E a tua vida, como anda?"
"Oh! A minha vida anda super normal, nada de especial tem acontecido, mas estou feliz por não surgir grandes desastres na minha vida."
"É bom ouvir isso. E muitos namoros, nada?"
"Isso não! Não tenciono arranjar um namorado nos próximos tempos, acho que estou muito melhor sozinha, como sempre estive."
O que eu odeio mais é quando tocam no assunto dos 'namorados', parece que adivinham o que se passou no meu passado sombrio.
"Então e tu? Arranjas-te alguma namorada na terra onde estavas habitar?"
"Não! As miúdas daquela zona não tem cabeça e se tem, é para outras coisas, em vez da escola e bens-materiais para as vidas delas."
"Pelo menos não te magoaste. Estamos muito melhor sozinhos."
"Mas agora que nos voltámos a reencontrar, ninguém nos irá separar de novo."
Foi uma longa conversa, acreditem. Passaram 2 horas desde que chegámos à escola e nos deparamos à entrada da mesma, começámos a conversar e parecia que nunca terminava, tínhamos sempre mais alguma coisa para contar, para esclarecer e para perguntar.
Depois de ter-mos dado um GRANDE fim na nossa conversa, recebi uma chamada da minha mãe.
"Sim, mãe?"
"Por onde andas? Já se faz tarde e tens que regressar a casa o mais depressa possível."
"Sim mãe, encontrei o Roberto e começámos a conversar, vou já para casa. Beijinhos!"
"Até já."
Quando a minha mãe quer, consegue ser muito controladora, embora eu tenha 18 anos, para ela não significa nada.
"Era a tua mãe?"
"Sim! Tenho que voltar para casa, ela parecia muito fula comigo."
"Não faz mal. Falamos melhor amanhã."
"Combinado! Até amanhã!"
Dei meia volta e quando dei por mim, ele estava a traçar o mesmo caminho de volta a casa que o meu, olhámos um para o outro e começámos a soltar gargalhadas.
"Não acredito que vivemos na mesma zona e estivemos-nos a despedir para nada."
"Tens razão! Eu acompanho-te a casa."
Uau!!! Catherine, a solidária!
Mais 25 minutos de caminho, mas este foi mais longo, porque acabámos por nos distrair com as nossas conversas sobre as nossas vidas.