O Despertar da Escuridão (Parte 1)

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Catherine Cosmos


Ao acordar de manhã, corri em direcção à cozinha para encontrar a minha mãe.

"Mãe?"

Ela não respondia, fiquei mesmo abalada com a voz que me fez adormecer ontem à noite.

"Mãe?!"

"Catherine, diz."

"Onde estavas que nunca mais me respondias?"

"Estava a chamar o teu irmã no quarto e eu chamei por ti 3 vezes, não ouviste?"

Como assim ela chamou por mim? Será possível eu ter entrado num sono tão profundo que nem dei pela minha mãe chamar por mim?

"Não ouvi, eu ontem à noite estava deitada e uma voz, sorrateiramente, disse-me para dormir três vezes."

"Uma voz? Como assim? Como era ela?"

"Não se conseguia compreender muito bem, era meio estranha e suave."

"Tem cuidado, está bem?"

A resposta dela meteu-me ainda mais assustada, significava que algo se passava e ela não me contava, nem sequer as partes mais importantes. Sabem o que é existirem segredos na tua família e tu não saberes nada, enquanto se passam coisas estranhas no meio da tua vida pessoal?

"Sim mãe, vou-me despachar. Pode não ser nada!"

"Mas mesmo assim tem cuidado. Podes sempre ter comido qualquer coisa e te caiu mal no estômago."

"Também pode ser, vou meter essa possibilidade à prova."

"Está bem! Vai-te despachar."

Com tantos problemas e medos, esqueci-me que o Roberto esperava por mim lá em baixo e ao frio. Coitado!!

Ao comer os cereais, agarrei no casaco e comecei a descer o mais depressa possível.

"Desculpa o atraso, eu acordei meio mal disposta."

"O que se passou? E já estás melhor?"

"Sim, estou."

Ao caminhar-mos para a escola, a voz regressou, mas bem mais perto e decidi segui-la.

"Desculpa Roberto, mas tenho que ir."

"Onde é que vais? Essas zonas são perigosas, Cat."

"Tenho mesmo que ir, desculpa. Se não for agora, poderá ser tarde de mais."

Comecei a correr em direcção a um beco sem fim e totalmente escuro, quando me deparo com o Roberto a seguir-me e a proteger-me a retaguarda.

"Estou aqui, continua a fazer o que estavas a fazer."

"Está bem, Obrigado!"

"Continua!"

Ele parecia sério, porque eu fiz aquela decisão sem lhe explicar o porquê e ele simplesmente entrou nesse problema e juntou-se a mim para o resolver.

*Catherine, volta para trás*volta para trás*volta para trás*

A voz não pára de me dizer para voltar para trás e isso é extremamente irritante, o que me "obriga" a continuar a segui-la e descobrir quem anda a brincar com a minha cara.

"O que se passa, Catherine?"

"Está ali uma sombra e parece estar a olhar para nós."

"Onde?"

"Ali ao fundo."

"Não olhes, vamos embora."

"Não! Pode ser a pessoa da ridícula voz."

"Catherine, é perigoso. Temos que voltar, ainda chegamos atrasados, ou faltamos às aulas."

"Roberto..."

"Catherine..."

Eu pensei arduamente em ir-me embora, mas estava a ser complicado, porque finalmente deparei-me com a sombra da pessoa que me atormenta a mente dia e noite, 48 horas seguidas, desde o primeiro dia em que ela decidiu aparecer.

"Está bem, vamos embora."

"Fizeste a decisão mais acertada, anda. Vai à frente!"

Ao andar, olhei para trás e a sombra começou a desaparecer gradualmente.

Assustei-me ao início, mas quando chegou o fim do dia, a voz apareceu de outra forma.

*segue-me*segue-me*segue-me catherine* 



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