Catherine Cosmos
Ao acordar, o despertador começou a tocar e ouvi a minha mãe a gritar por mim.
"CATHERINE, LEVANTA-TE E DESPACHA-TE!"
Ela por vezes irrita-me profundamente, mas eu adoro-a. (Eu sei que me faço repetir, mas é verdade.)
Ao despachar-me, alguém toca a campainha. Eu vou, toco num botão estranho para falar com a pessoa que se situa em frente à minha porta.
"Quem é?"
"Roberto. Estou à tua espera cá fora."
"Mãe, vou para a escola. Até logo!"
"Até logo, filha. Tem juízo!"
Quando ela diz para eu ter juízo, é como se não me conhecesse o suficiente para saber que eu tenho sempre.
Ao descer, o Roberto e eu começámos a caminhar em direcção da escola. Não queria puxar assunto sobre a conversa de ontem, porque não quero pressionar nada. Quero que ele se sinta preparado para conversar comigo, seja sobre o que for.
"Ah! Catherine, sobre a conversa de ontem, tenho que falar contigo sobre uma coisa que já devia ter-te contado à muito tempo, mas não tinha coragem e sentia receio."
"Fala!"
"Eu desde que te conheci que sinto algo por ti, tudo que desejava numa rapariga com o passar do tempo, tu sempre obtiveste tudo isso. Sempre desejei receber aquele teu toque doce e suave na minha pele, adoro ver os teus cabelos ao vento, ver-te a sorrir e rir faz-me sentir felicidade na minha alma e borboletas na barriga, olhar-te nos olhos enquanto cruzam no caminho dos meus, a maneira como falas comigo sobre qualquer coisa, admira-me e faz-me pensar que sempre foste tu quem eu procurava em toda a minha vida, sempre foste tu quem eu amei e sempre respeitei, sempre foste tu quem eu quero e irei sempre querer na minha vida. Eu desejo-te, eu quero-te, eu amo-te, adoro-te, gosto de ti, venero-te, tudo... mas tudo mesmo. Eu sei que não sentes o mesmo por mim e eu respeito, só não quero que a nossa amizade se destrua por causa disto. A nossa amizade, a tua amizade para mim significa tudo, significa metade da minha vida, tudo."
Fiquei sem palavras, acreditem! Não sabia o que dizer naquela altura, apenas...
"Vamos chegar atrasados e eu respeito os teus sentimentos."
"Espero que nada mude. Vamos andando."
A sério?! "Vamos chegar atrasados(...)"?! Em que eu estava a pensar em dizer isto?!?!?
Enfim! Ao chegarmos à escola, decidimos ir procurar a sala.
"Vamos ter o quê e em que sala, Rob?"
"Vamos ter Português na sala 21."
Ao chegarmos à sala, o professor já estava lá dentro e entrámos.
Ao tocar, todos começaram aparecer!
"Bom dia meninos e meninas, quero desejar-vos um óptimo ano lectivo e que consigam atingir os vossos objectivos."
"Bom dia professor!"
"Esta é a nossa primeira aula e iremos fazer uma pequena apresentação, geral e minha também."
Com o desenrolar das aulas ao longo do dia e durante o almoço também, não consegui parar de pensar no que ele me disse esta manhã, mexeu mesmo com o meu psicológico! Se lhe desse uma oportunidade, a nossa amizade poderia destruir-se se não resultasse. Eu não o quero perder, muito menos a nossa amizade de longa duração, é que foram, são e irão ser 18 anos de pura amizade.
Acabaram as aulas e sai da escola eram umas 17:15h/m da tarde, o Roberto acompanhou-me até casa e ao chegarmos, eu perguntei-lhe.
"Roberto, posso fazer-te uma pergunta?"
"Claro, o que se passa?"
Ao preparar-me para contar o que se passava, a minha mãe aparece como por surpresa à janela e começa a gritar.
"Catherine, anda para casa que hoje deram chuva."
"Já vou, mãe!!"
Uau! Como ela teve coragem de me fazer aquilo, logo no momento em que iria arriscar tudo.
"Sim Cat? O que se passa?"
"Não era nada de nada, só para saber se amanhã vamos para a escola juntos de manhã."
"Claro, que pergunta tonta."
Ao entrar dentro de casa, a minha mãe deu-me um beijo na cara.
"Como correram as aulas, hoje?"
"Foram boas, muito interessante."
"E a turma, é boa ou outra foleira?"
"Até agora não tenho críticas."
"Boa! O teu irmão está no quarto, vai para o teu e descansa."
"Está bem mãe, Obrigado!"
Ao entrar no meu quarto, pousei a mochila na cadeira, descalcei as sapatilhas e deitei-me na cama, até que acabei por adormecer. Ao acordar, ouvi um som esquisito, dormi 2 horas e ainda estava sonolenta! Levantei-me para ir ver o que poderia ser e tinha acabado de receber uma mensagem. Era do Roberto!
"Amanhã estarei à porta da tua casa por volta das 7:30h/m da manhã. Beijinhos!"
Que querido que ele foi. Acabei por ficar a sorrir ao olhar para a mensagem dele.
Hoje nem cheguei a ligar o computador, vesti o pijama, fui jantar e acabei por me deitar mais cedo. Fiquei mesmo pensativa com o que ele me disse esta manhã, nunca pensei mesmo, se chegasse a perder amizade dele, seria horrível. Muita coisa anda acontecer ultimamente e isso assusta-me um bocado, mas espero que as coisas melhorem.
Óptimo dia!