O Despertar da Escuridão (Parte 2)

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Catherine Cosmos


*segue-me*segue-me*segue-me*

A voz apareceu por subitamente e comecei a enlouquecer. 

"Roberto, estou a começar a ficar assustada."

"Não te preocupes, eu estou aqui para te proteger."

"A sério?"

"Prometo!"

A promessa dele significa imenso para mim, é um grande voto de confiança da qual eu sempre amei, vindo da sua parte.

"Vamos, não ouças a voz. Ouve a minha e vamos regressar a casa."

"Está bem, eu sigo-te."

Ele deu-me a mão e puxou-me para perto dele, como sinal de protecção.

"Chegámos, queres que entre contigo, ou ficas bem por aqui?"

"Podes entrar comigo, assim a minha mãe vê-te mais uma vez e conversa contigo."

"Conversar?"

"Sim, o normal das conversas. 'Olá, tudo bem?'"

"Ah! Sim, percebi."

Ele começou a sorrir para mim quando terminei.

Ao entrar dentro de casa, a minha mãe já estava à nossa espera, como por coincidência.

"Por onde vocês andaram? Já viram as horas?"

"Desculpa mãe, mas tivemos que resolver umas coisas antes de sair da escola."

"Pelo menos tiveram na escola e não a vadiar nas ruas, não a estas horas onde só se vê a escuridão."

Foi estranho ela falar assim sobre a noite, nunca a tinha visto assim, tão... preocupada...

"Mãe, já estamos aqui e o Roberto já ia de saída."

"Ah! Não acho isso uma boa ideia, não a estas horas."

"E então?"

"Roberto, liga para a tua mãe a avisar que passas aqui a noite, pois já está tarde."

"Mãe, tens a certeza disso? A casa dele não fica assim tão longe."

"Eu não me importo Cat, assim passo mais tempo contigo."

Ele começou a sorrir para mim quando terminou a sua fala e isso fez-me paralisar.

"Pronto! Por mim, tudo bem."

"Óptimo! Agora, vão jantar qualquer coisa, a comida está no forno. Quero que te sintas em casa, Roberto, como nos velhos tempos."

"Não se preocupe, eu irei sentir."

A minha mãe deixou o local e foi-se deitar, deixando-me sozinha com o Roberto na cozinha.

"Já tinha saudades de passar cá uma noite."

"Lembras-te das nossas festas de pijama? Super cómicas."

"Como é que me podia esquecer disso? Foram os melhores momentos da minha vida."

"Que bom saber isso."

Ficámos a conversar, a rir, durante a noite quase toda, a minha mãe gostou da companhia dele e, sinceramente, eu também gostei. Não me sentia tão bem há anos, parecia que uma metade de mim se tinha adormecido por conseguinte do que já passei na vida. Ele não mudou nada, apenas cresceu e isso começou a cativar-me imenso.

"Vamos deitar, antes que a minha mãe venha ralhar connosco, como nos velhos tempos."

"Como nos velhos tempos!"

Começámos a rir até chegarmos ao corredor dos quartos.

"Aqui está o quarto do meu irmão, ele tem um beliche, podes ficar com o de cima."

"Está certo, no teu quarto não existe nenhuma cama a mais?"

"Maroto! Não e és um rapaz, já não somos crianças para dormirmos juntos."

"Tens razão! Agora o nível de privacidade é maior."

"Exacto!"

Ele sorriu e entrou no quarto do meu irmão.

"Boa noite, Cat. Dorme bem!"

"Boa noite, dorme bem."

Entrei no meu quarto e fechei a porta.

Com o passar das horas, comecei a ouvir umas vozes estranhas, um tipo de suspiro aos meus ouvidos, um vento enorme a bater na minha cara e um vazio dentro de mim. Com isso, acordei subitamente de um pesadelo do qual não me lembro, quando dei por mim, o Roberto estava ao meu lado a tentar ver se eu estava bem.

"Estás bem? Ouvi-te a suspirar bem alto, só não gritaste por sorte."

"Ah? Desculpa. Desculpa se te acordei."

"Não te preocupes, eu estava acordado."

"Porquê? Não consegues dormir?"

"Não consigo dormir, sabendo que te tenho a centímetros de distância de mim."

"O quê?"

"É isso... eu posso ficar aqui esta noite, só mesmo para te proteger."

"Eu estou bem."

Ao tentar virar-me, ele puxa o meu corpo para cima do seu e ficamos agarrados durante a noite, até eu adormecer.

"Não te esqueças, eu estarei sempre aqui para te proteger, não importa o quão doloroso seja a situação."

POV Roberto

Ela adormeceu em menos de nada, até dá gosto olhar para ela a dormir, parece mais um anjo inocente e inseguro neste mundo cheio de escuridão e maldade de importunidade. 

"Eu quero que me desejes pelo que sou, pelo que faço, pelo que me dedico e quero que me aceites. Eu quero que me deixes te querer, eu quero que me deixes te desejar, eu quero que me deixes te amar e te fazer sentir feliz."

Ela parecia estar a ouvir tudo que eu dizia e começou a sorrir, adorei tanto aquele momento que desejei nunca mais acabar.

*sussurro*"Eu Amo-te!"






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