Stripper

Capítulo 11

Lissa pov.

Fiquei imóvel, Miguel se aproximava lentamente da minha boca, queria sair dali mais meu corpo me impedia. Então me lembrei da noite com o Cam, do jeito que ele me beijou, apenas pela lembrança meu corpo reagiu.
-- Miguel, não!- murmurei e ele parou.
-- Desculpa eu...
-- Eu preciso ir.- me afastei dele e subi as escadas correndo, minha respiração saia entrecortada, não conseguia raciocinar, mas ao sair pela porta tive certeza de que a criação da minha mente foi perfeita. Cam estava lá de braços cruzados e um sorriso idiota e perfeito ao mesmo tempo. Fechei meus olhos e sai fechando a porta atrás de mim, um turbilhão de sentimentos atravessava meu peito mais no momento, a única coisa que me importava era abandonar o emprego, se eu não estivesse mais nele, não precisaria mais temer que Breno contasse alguma coisa. Cam se afastaria de mim, Miguel não me veria mais e eu poderia achar um emprego melhor talvez.
-- Lissa!- olhei para trás e apressei meus passos.-- Para de fugir de mim!
-- Me deixa em paz, Cam.- Cruzei os braços e me encolhi. Podia sentir o aroma do seu perfume cada vez que o vento soprava, me sentia drogada por ele.
-- Lissa, eu quero deixar bem claro que eu não contei nada à ninguém. - gesticulou com as mãos enquanto eu fitava seu olhar à procura de algum blefe. -- Confia em mim?- olhei para os lados e tornei a olhar dentro de seus olhos que continuavam calmos e sinceros. Não tinha o por quê dele fazer isso, ou teria? Breno podia ter voltado ao clube também, está é uma hipótese que eu ainda não havia trabalhado em minha mente.
-- Tudo bem. - ele sorriu aliviado, e me abraçou com tanta força que não consegui respirar, me tirou do chão e rodopiou comigo como se eu não pesasse nada.-- Cam, eu...eu...não...consigo...respirar.- avisei puxando o ar que dava.
-- Que tal um passeio hoje?-me colocou no chão, o ar invadiu meus pulmões e eu agradeci.
-- Eu estou cansada, Cam. Não dormi direito e ...quero dormir mais um pouco.
-- Sem problemas.- sorriu malicioso.-- Te levo para comer algo e te ponho na cama.
Mesmo que meus sentidos tenham falhado e meu desejo me queimado insanamente por dentro, me mantive firme por fora. Cam era uma mistura de playboy, com o estilo homem das ruas, sua aura emanava poder e força, seus olhos tinham um brilho de excitação e satisfação. O tipo de homem que toda a garota sonha em encontrar um dia, mas para a minha infelicidade, ele apareceu depois que este sonho morreu em mim. E a simples lembrança daquele dia me deixava infeliz.
-- Sem gracinhas, Cam.- tomei o controle de suas mãos e a medida em que me afastava eu podia ver seu sorriso crescer.-- Você é passado, e...chegou tarde.
-- Arrumou outro melhor que eu?- ainda sorria mais era possível ver seu nervosismo.
-- Sim.- foi tudo o que eu disse enquanto me afastava. Não olhei para trás, não queria ver sua expressão ou algo que me condenasse por dentro. Cruzei meus braços e segui meu caminho até o dormitório, meus olhos piscavam duro a medida que eu me aproximava dele. Quando vi Wolverine e minha cama, sorri.
Tirei o short e a camisa, colocando uma camisa de tecido fino no lugar. Clara devia estar no banho o que explicava o barulho de água. Pulei na cama e fechei meus olhos, Wolverine envolveu meus pés com seu peso, como sempre fazia, enquanto eu embarcava em uma cochilada. Nenhum outro barulho no quarto se não o do chuveiro e do Wolverine ronronando. Logo o som de água sumiu, não queria pensamentos, queria apenas dormir e sentir meu corpo relaxar como à tempos não acontecia. Pingos gélidos caíam em meu rosto, não abri os olhos, estava muito difícil abri-los no momento.
-- Clara, pare com isso!- resmunguei e senti um peso sob a cama e braços me envolvendo. Olhei assustada para Breno, que abraçava a minha cintura. -- Me solta!
-- Huuum delícia, você assim tão exposta.- murmurou contra o meu pescoço.-- Acho que pegar a companheira de quarto, a tal da Clara não me satisfaz, foder você parece bem mais....
Me debati tentando me levantar da cama, mas Breno me prendia com os braços ao meu redor. Meu desespero apenas aumentou, meu coração ressoava em meus ouvidos, quando seu corpo cobriu o meu, podia sentir as lágrimas correndo pelo meu rosto.
-- Breno, me solta...por favor.- implorei e ele riu.
-- Eu sei que você quer isso.- dizia enquanto apalvava meu corpo. -- Afinal, você não passa de uma puta, uma vadia à procura de dinheiro.
-- Socorro!- gritei e recebi um tapa com o dorso da mão, senti o gosto ferroso em minha boca e meu rosto arder como chamas. Sua mão tapou minha boca apertando minhas bochechas e enquanto a outra continuava a vagar pelo meu corpo.
-- Cale essa boca!- murmurou controlando a voz excedida pela raiva. O brilho em seus olhos me deixava assustada, tudo o que sentia naquele momento era medo. Medo do que aconteceria, do que ele faria. -- Você é muito gostosa! Sabe....uma vez...bom, uma vez eu...Ah deixa pra lá!- mordeu meus ombros com força e meu grito saiu abafado. Tinha certeza de que teria um hematoma ali mais tarde, mas nem mesmo a dor apagava uma memória que vinha à tona, nem mesmo um medo que corria pelas minhas veias, como agulhas afiadas de gelo, causando arrepio pelo meu corpo. Não conseguia ver mais nada devido às lágrimas que inundavam meus olhos mais e mais.
-- Espero que esteja preparada para mim. - riu amargamente, o brilho sombrio em seus olhos me fez lutar contra, mais suas palavras soaram como um tapa em minha alma.-- Acho melhor colaborar, ou Petter não ira ficar muito bem.
Fechei os olhos e implorei para que minha mente criasse alguma lembrança que me levasse para longe daquela realidade triste e assustadora. Então eu me vi sentada em uma mesa rindo de algo que Cam dizia, seu olhar de admiração sobre mim. Seu sorriso enquanto me fazia corar.

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Leiam tbem.

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